ABSTRACT
O objetivo deste estudo foi realizar diagnóstico de demanda para identificar a frequência de registros e quais as principais lesões de mucosa oral registradas nos territórios das Unidades de Saúde do GHC, contidas no CID-10, utilizado pelo SSC-GHC, bem como apresentar as lesões mais frequentes, por ano, num período de 5 anos de registros e a comparação entre dois períodos, pré e pós capacitação para o uso do CID-10 realizada em 2012. Dos 461 CIDs lançados em 2014, as dez lesões mais frequentes registradas foram: lesões da gengiva e do rebordo alveolar sem dentes, associadas a traumatismos (19,70%); aftas bucais recidivantes (13,90%); outras formas de estomatite (nicotínica / de contato / medicamentosa / por dentadura) (13,40%); estomatite por Candida (10,60%); hiperplasia gengival (9,50%); gengivoestomatite herpética(3,90%); doença da língua (3,70%); dermatite vesicular devido ao vírus do Herpes (2,80%); estomatite e lesões correlatadas (2,80%); e outros transtornos da gengiva e do rebordo alveolar sem dentes (2,80%). O sexo feminino e idosos foram os mais predominantes dentre os registros de sexo e faixa etária, respectivamente. Em relação a série histórica de 5 anos de registros, houve um aumento progressivo da frequência das lesões consideradas mais frequentes no segundo período, pós-capacitação, sobretudo no que diz respeito aos totais de registros entre 2010 (222) e 2014 (384). Na literatura, poucos são os trabalhos que mostram as lesões mais frequentes na população em serviços de atenção primária, no Brasil e em outros países. Tanto os resultados da comparação entre os dois períodos, quanto os resultados da análise dos 5 anos de registros, podem estar relacionados a capacitação realizada com os profissionais.