ABSTRACT
Estudos de prevalência de lesões orais são importantes para caracterizar a ocorrência das mesmas em uma população. O entendimento dos aspectos epidemiológicos, etiologia, história natural e fatores de risco relacionados às condições patológicas orais são essenciais para prevenção primária, diagnóstico precoce e para o tratamento destas doenças. Em primeiro lugar, um estudo sistemático foi realizado para conhecer os aspectos epidemiológicos das alterações orais nas populações. (Artigo 1) Através dessa revisão da literatura feita em estudos internacionais e nacionais, foi encontrada uma prevalência de 15,92% de indivíduos que apresentam alterações orais. O objetivo do segundo estudo foi investigar as lesões orais detectadas na população do Estado do Rio de Janeiro, através de dados clínicos coletados em uma campanha de prevenção em estomatologia. Em 2003, a Campanha de Prevenção em Estomatologia foi realizada em sete municípios do Estado do Rio de Janeiro, onde os indivíduos eram convidados a participar da campanha nos determinados postos de atendimento, com o objetivo de promover saúde através do exame oral e da conscientização sobre a importância da prevenção das lesões de boca. (Artigo 2) Foram excluídos os indivíduos que participaram apenas da parte informativa da campanha e que não foram submetidos à anamnese, exame físico e ao preenchimento do questionário. O questionário com perguntas sobre dados sócio-demográficos, informações clínicas e uso de medicamentos foi preenchido por um dos membros da equipe. As informações obtidas foram compiladas e armazenadas em banco de dados do programa Epi-Info 6.0 (CDC, Atlanta, EUA). Os dados foram analisados no programa SPSS 13.0 (IBM, Armonk, EUA). Foi realizada uma análise descritiva dos dados. Além disso, foram utilizados os testes quiquadrado e t de Student. O nível de significância escolhido foi p = 0,05. Durante a campanha foram avaliados 10.250 indivíduos, com média de idade de 45 anos, sendo 61,5% do gênero feminino. Dos indivíduos examinados, 33,6% (n=3.424) apresentaram alguma alteração oral Dentre estes 22% necessitavam controle e/ou tratamento da condição e necessitaram ser encaminhados para atendimento em um centro de referência em estomatologista. A faixa etária que mais apresentou alterações orais foi de 40 a 59 anos. As alterações orais mais prevalentes foram: candidíase (18,37%), lesões reativas (13,63%), alteração do desenvolvimento (10,16%), ulceração aftosa (7,43%), injúria por prótese (5,85%), leucoplasia (5,19%) e úlcera traumática (5,15%). É necessário que os profissionais da saúde e a população do Estado do Rio de Janeiro tenham um maior conhecimento das lesões orais mais frequentes e relevantes através de programas de saúde pública, e maior número de campanhas de prevenção em estomatologia. (AU)
Studies on the prevalence of oral lesions are important to characterize their occurrence in a population. The understanding of epidemiologic aspects, etiology, natural history and risk factors related to oral pathological conditions are essential to the primary prevention, early diagnosis and treatment. First, a systematic study was made to know the epidemiological aspects of oral lesions in populations. (Article 1) This review of the literature showed a prevalence of 15.92% of individuals with oral lesions in international and national studies. The aim of the main study was to investigate the clinically detected oral lesions in the population of Rio de Janeiro state, Brazil during a prevention campaign in stomatology. The Prevention Campaign in Stomatology took place in 2003, in seven districts of the state of Rio de Janeiro. Individuals voluntarily visited the stands were exams the campaign was held, and they had preventive instructions about oral lesions and had an oral exam performed by a dentist. The goals of the campaign were to promote health through oral exams to alert the population about oral lesions and the importance of their prevention. All individual who were willing to participate were included. Individuals who weren't examined and didn't answer the questionnaire were excluded. A questionnaire on the social, demographic, economical and clinical data was filled out by a dentist or a student. All the data obtained was compiled and stored in Epi-Info 6.0 database (EpiInfo, CDC, Atlanta, EUA). The data were analyzed on SPSS 13.0 (IBM© , Armonk, EUA). A descriptive analysis of data was performed. The chi-square test and T test Student were used, when appropriated. Relevance level was set at p= 0,05. During the campaign there were 10,250 individuals evaluated, aged between 01 and 96 years old, mean of 45 years old. Individuals were examinated and 33.6% (n = 3,424) had some type of oral lesions. Among those who presented oral lesions, 22% required control and/or treatment of the condition and needed to be referred for care with a stomatology specialist. The age group between 40-59 years of age showed more oral lesions. The most prevalent oral lesions were candidiasis (18.37%), reactive lesions (13.63%), development alterations (10.16%), aphthous ulceration (7.43%), injuries caused by prosthesis (5.85 %), leukoplakia (5.19%) and traumatic ulcers (5.15%). Health programs and prevention campaigns in stomatology must be held so that the population and health care workers become aware of the most frequent and relevant oral lesions. (AU)
