ABSTRACT
OBJETIVO: descrever as alterações estruturais e/ou funcionais fetais à ultra-sonografia e à ecocardiografia fetais e os resultados perinatais em gestantes soropositivas para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) em relação a um grupo controle de pacientes atendidas pelo pré-natal de baixo risco. MÉTODOS: foram avaliadas, prospectivamente, 109 gestantes soropositivas para o HIV em uso de anti-retrovirais (Grupo de Estudo, GE) e 200 gestantes controles (GC), sendo realizado acompanhamento ultra-sonográfico obstétrico mensal e ecocardiografia fetal e pós-natal com a avaliação do volume de líquido amniótico, da adequação do peso fetal, da presença de alterações estruturais fetais e dos resultados perinatais. RESULTADOS: foram observados oito casos de alterações estruturais fetais (7,3 por cento) contra dois (1 por cento) no GC (p=0,61). Observamos quatro casos de cardiopatia congênita e quatro de hidronefrose no GE, com diferença estatística para as cardiopatias (p=0,015). Foram diagnosticados, no GE, oito (7,3 por cento) casos de oligoidrâmnio e 11 (10 por cento) casos de polidrâmnio contra dois casos (1 por cento) de oligoidrâminio e nenhum de polidrâmnio (p de 0,004 e p<0,001, respectivamente). Onze recém-nascidos (10 por cento) foram pequenos para a idade gestacional no GE contra três (2,7 por cento) no GC (p=0,002). A incidência de prematuridade foi de 8,7 e 2,5 por cento nos grupos de estudo e controle, respectivamente (p=0,041). A taxa de óbito fetal foi de 5,5 por cento (seis casos) no GE, contra nenhum no GC (p=0,002). CONCLUSÕES: observamos maior prevalência de cardiopatia fetal e de alterações da quantidade de líquido amniótico no grupo estudado em relação ao GC. A taxa de óbito fetal no GE provavelmente está vinculada à presença de malformações fetais; já a incidência de neonatos pequenos para a idade gestacional e de prematuridade, está associada à terapia anti-retroviral e ao uso do tabaco e de drogas ilícitas.
PURPOSE: to evaluate fetal structural and/or functional abnormalities by ultrasound examination and fetal echocardiography, in pregnant women positive for human immunodeficiency virus (HIV). METHODS: we analyzed prospectively 109 HIV positive pregnant women under antiretroviral therapy (Study Group) and 200 low risk pregnant patients (Control Group). All of them were submitted to ultrasound scan and fetal and neonatal echocardiography once a month. The amniotic fluid volume, fetal growth, fetal structural and functional alteration and the perinatal outcome were evaluated. RESULTS: there were eight (7.3 percent) cases of fetal structural abnormality in the Study Group and two (1 percent) in the Control Group (p=0.616). There were four cases of congenital heart disease and four cases of hydronephrosis in the Study Group, with statistic significance (p=0.015) for the cardiac abnormalities. There were eight cases (7.3 percent) of oligohydramnios and 11 cases (10 percent) of polyhydramnios in the Study Group against two cases (1 percent) of oligohydramnios and none of polyhydramnios in the Control Group (p=0.004 and p<0.001). Eleven (10 percent) newborn babies were too small for their gestation age in the Study Group, against three (2.7 percent) in the Control Group (p=0,002). The incidence of preterm delivery was 8.7 and 2.5 percent in the Study and Control Groups respectively (p=0.041). It was observed six cases (5.5 percent) of fetal death in the Study Group and none in the Control Group (p=0.002). CONCLUSIONS: in the present study, we have observed higher prevalence of amniotic fluid volume and congenital heart abnormalities in the Study Group as compared to the Control Group. Statistical significance was found in both situations. The high fetal death rate found in the Study Group was probably due to fetal malformation, whereas the high prematurity rate and the prevalence of small size for the gestational age of the newborn babies were...