ABSTRACT
O presente artigo questiona a lógica autoterapêutica do delírio melancólico. Os casos clínicos propostos como contribuição ensinam que o psicótico melancólico pode tentar tratar sua culpabilidade delirante a partir da violência que ele se inflige, mas também a partir de condutas heteroagressivas, de delitos e de crimes. Em cada um dos casos, a dupla "autoacusação-autopunição" é operante. Ela permite um equilíbrio do gozo. A tal ponto que podemos defender que a pena, na ambivalência (dor moral e sanção aplicada), é um mal necessário na melancolia.
This paper questions self-therapeutic logic within melancholic delusion. The clinical cases presented here as a contribution teach us that melancholic psychotics can try to treat their delusional blame through self-inflicted violence, and also through hetero- aggressive behavior and crime. In each of these cases, the "self-accusation-self-punishment" relationship is at work. This balances out pleasure — to the extent that we can state that punishment, within ambivalence (moral suffering and inflicted punishment), is a necessary evil in melancholia.
Cet article interroge la logique auto-thérapeutique du délire mélancolique. Les cas cliniques mis ici à contribution enseignent que le psychotique mélancolique peut tenter de traiter sa culpabilité délirante à partir de la violence qu'il s'inflige mais aussi à partir de conduites hétéro-agressives, de délits et de crimes. En chaque cas, le couple «autoaccusation-autopunition¼ est à l'œuvre. Il permet l'équilibration de la jouissance et on peut donc affirmer que la peine, dans son double sens (douleur morale et sanction appliquée) est un mal nécessaire dans la mélancolie.
Este artículo cuestiona la lógica autoterapéutica del delirio melancólico. Los casos clínicos presentados aquí, demuestran que el psicótico melancólico puede intentar tratar su culpabilidad delirante a partir de la violencia que se aplica a sí mismo, pero también a partir de conductas heteroagresivas, de delitos y de crímenes. En cada caso, el dúo — autoacusación y autocastigo — está activo y permite equilibrar el goce. Por lo tanto, se puede postular que el dolor, en la ambivalencia (dolor moral y pena impuesta) es un mal necesario en la melancolía.
Dieser Artikel stellt die autotherapeutische Logik des melancholischen Wahnes in Frage. Die angeführten klinischen Beobachtungen lehren, dass der melancholische Psychotiker mit der Gewalt, die er sich selbst antut, aber auch mit seinem aggressiven Verhalten gegenüber anderen, mit Straftaten und Verbrechen versuchen kann, seine wahnsinnigen Schuldgefühle zu behandeln. In allen analysierten Fällen ist das Paar„Selbstbeschuldigung-Selbstbestrafung" am Werk, welches eine Regulierung des Genusses erlaubt. Man könnte also behaupten, dass das moralische Leiden und die angewandte Strafe ein notwendiges Übel der Melancholie sind.
ABSTRACT
Os autores propõem um estudo da lógica subjetiva que conduziu Richard Durn a assassinar e ferir gravemente, em março de 2002, um grande número de eleitos do conselho municipal de Nanterre (França) antes de se suicidar. Se essa tragédia já foi objeto de uma série de artigos focados na sua dimensão política, a lógica do ato foi até agora pouco estudada. O presente artigo visa precisamente esse ângulo, baseando-se em diversos documentos clínicos.(AU)
The authors set about discerning the subjective logic which led Richard Durn to murder and seriously injure a large number of municipal councilors in Nanterre, France, in March 2002, before committing suicide. Although this tragedy has given rise to a large number of articles focusing on the political dimension of these crimes, little research has been conducted into the rationale for the deeds perpetrated. This article seeks to address the latter aspect, based on a number of clinical documents.(AU)
Subject(s)
Humans , Male , Adult , Homicide/psychology , Suicide/psychology , Psychotic Disorders/psychology , PsychoanalysisABSTRACT
Os autores propõem um estudo da lógica subjetiva que conduziu Richard Durn a assassinar e ferir gravemente, em março de 2002, um grande número de eleitos do conselho municipal de Nanterre (França) antes de se suicidar. Se essa tragédia já foi objeto de uma série de artigos focados na sua dimensão política, a lógica do ato foi até agora pouco estudada. O presente artigo visa precisamente esse ângulo, baseando-se em diversos documentos clínicos
The authors set about discerning the subjective logic which led Richard Durn to murder and seriously injure a large number of municipal councilors in Nanterre, France, in March 2002, before committing suicide. Although this tragedy has given rise to a large number of articles focusing on the political dimension of these crimes, little research has been conducted into the rationale for the deeds perpetrated. This article seeks to address the latter aspect, based on a number of clinical documents
Subject(s)
Humans , Male , Adult , Psychoanalysis , Psychotic Disorders , Suicide/psychology , Homicide/psychologyABSTRACT
Cet article se propose d'éclairer le traitement du corps dans le malaise contemporain. Le corps occupe en effet une place particulière parmi les objets réifiés par la déliquescence du lien social, la transgression d'interdits séculaires et le discours capitaliste qui caractérisent notre époque hypermoderne. De sorte que se trouve (re)posée, dans notre société occidentale, avec une certaine acuité la question de ce que c'est qu'un corps, celle-ci trouvant dans l'art contemporain un lieu d'énonciation privilégié et/ou de réponses effrayantes. Énigme du corps que l'on retrouve dans La piel que habito (2011) d'Almodovar. Ce film met en scène la résistance d'un sujet qui objecte la réalité de son mode jouir à la science et au néolibéralisme(AU)
Este artigo visa esclarecer a abordagem da questão do corpo no mal-estar contemporâneo. O corpo ocupa uma posição particular em meio aos objetos reificados pela decomposição dos laços sociais, a transgressão das interdições seculares e o discurso capitalista que caracteriza nossa época hipermoderna. Desse modo, a questão sobre o que é um corpo se recoloca com certa acuidade, em nossa sociedade ocidental. E encontra na arte contemporânea um terreno de enunciação privilegiado e respostas assustadoras. Encontramos o enigma do corpo no filme La piel que habito (2011) de Almodóvar, filme que coloca em cena a resistência de um sujeito que, a partir da realidade do seu modo de gozo, desafia a ciência e o neoliberalismo(AU)
This article attempts to shed light on how contemporary unease affects the body. Indeed, the body occupies a special place amongst the objects reified by the decay of the social bond, the transgression of age-old prohibitions and the capitalistic discourse that characterize our hypermodern era. As a result, the question of what a body is has arisen (once again) in our western society with a particular accuracy. Contemporary art is a privileged arena in which one may raise this question, and/or offer some terrifying answers to it. The enigma of the body as we can see in La piel que habito (2011) by Almodovar. This film portrays the resistance of a subject that puts forward his real of jouissance against science and neo-liberalism(AU)
Este artículo tiene como meta aclarar el tratamiento de la cuestión del cuerpo en el malestar contemporáneo. El cuerpo ocupa un espacio particular entre los objetos, cosificados por la ruptura del lazo social, por la transgresión de las tabúes seculares y por el discurso capitalista, característicos de nuestra época híper-moderna. Así reaparece, en nuestra sociedad occidental, con agudeza particular, la cuestión de lo que es un cuerpo. En el ámbito del arte contemporáneo este problema encuentra un lugar de enunciación privilegiada y de respuestas aterradoras. El enigma del cuerpo que encontramos en La piel que habito (2011) de Almodóvar; película que pone en escena la resistencia del sujeto que opone la realidad de su modo de goce a la ciencia y al neoliberalismo(AU)
Subject(s)
Art , Science , CapitalismABSTRACT
Cet article se propose d'éclairer le traitement du corps dans le malaise contemporain. Le corps occupe en effet une place particulière parmi les objets réifiés par la déliquescence du lien social, la transgression d'interdits séculaires et le discours capitaliste qui caractérisent notre époque hypermoderne. De sorte que se trouve (re)posée, dans notre société occidentale, avec une certaine acuité la question de ce que c'est qu'un corps, celle-ci trouvant dans l'art contemporain un lieu d'énonciation privilégié et/ou de réponses effrayantes. Énigme du corps que l'on retrouve dans La piel que habito (2011) d'Almodovar. Ce film met en scène la résistance d'un sujet qui objecte la réalité de son mode jouir à la science et au néolibéralisme.
Este artigo visa esclarecer a abordagem da questão do corpo no mal-estar contemporâneo. O corpo ocupa uma posição particular em meio aos objetos reificados pela decomposição dos laços sociais, a transgressão das interdições seculares e o discurso capitalista que caracteriza nossa época hipermoderna. Desse modo, a questão sobre o que é um corpo se recoloca com certa acuidade, em nossa sociedade ocidental. E encontra na arte contemporânea um terreno de enunciação privilegiado e respostas assustadoras. Encontramos o enigma do corpo no filme La piel que habito (2011) de Almodóvar, filme que coloca em cena a resistência de um sujeito que, a partir da realidade do seu modo de gozo, desafia a ciência e o neoliberalismo.
This article attempts to shed light on how contemporary unease affects the body. Indeed, the body occupies a special place amongst the objects reified by the decay of the social bond, the transgression of age-old prohibitions and the capitalistic discourse that characterize our hypermodern era. As a result, the question of what a body is has arisen (once again) in our western society with a particular accuracy. Contemporary art is a privileged arena in which one may raise this question, and/or offer some terrifying answers to it. The enigma of the body as we can see in La piel que habito (2011) by Almodovar. This film portrays the resistance of a subject that puts forward his real of jouissance against science and neo-liberalism.
Este artículo tiene como meta aclarar el tratamiento de la cuestión del cuerpo en el malestar contemporáneo. El cuerpo ocupa un espacio particular entre los objetos, cosificados por la ruptura del lazo social, por la transgresión de las tabúes seculares y por el discurso capitalista, característicos de nuestra época híper-moderna. Así reaparece, en nuestra sociedad occidental, con agudeza particular, la cuestión de lo que es un cuerpo. En el ámbito del arte contemporáneo este problema encuentra un lugar de enunciación privilegiada y de respuestas aterradoras. El enigma del cuerpo que encontramos en La piel que habito (2011) de Almodóvar; película que pone en escena la resistencia del sujeto que opone la realidad de su modo de goce a la ciencia y al neoliberalismo.