Alternância intensiva de drogas sem resistência cruzada presumível com methotrexate, adriamicina, ciclofosfamida, vincristina e fluorouracil (MACOM-F) no câncer da mama avançado locorregional / A

E apresentada uma nova estratégia de tratamento do câncer de mama avançado locorregional, fundamentada no uso de drogas sem resistência cruzada pressumível ou toxidade cumulativa, em 12 ciclos semanais. A finalidade foi a de obter citorreduçäo rápida, visando a operabilidade e tratamento das micrometástases. As drogas empregadas foram a ciclofosfamida 300 mg/m e adriamicina 50 mg/m nas semanas 1, 3, 5, 7, 9 e 11; methotrexate 100mg/m e, 24 horas após, resgate pelo leucovorin 15 mg/m de 6/6 horas, por oito vezes, nas semanas 2, 4, 6, 8, 10 e 12; fluouroracil 600 mg/m nas semanas 2, 6 e 10 e vincristina 1,4 mg/m (máximo 2 mg) nas semanas 4, 8 e 12 (MACOM-F). Neste estudo fase II foram incluidas 24 pacientes considerados avaliáveis e em bom estado geral (PS 0 e 2). Dessas 24 pacientes, 22 (91 porcento) obtiveram respostas positivas, sendo nove 937 porcento) resposta completa (RC), 13 (54 porcento) resposta parcial maior do que 50 porcento (RP) e duas (9 porcento) com doença estável (DE), reduçäo do tumor menor do que 50 porcento. A toxidade foi considerada aceitável e 18 foram submetidas a mastectomia radical. Decorridos 53 meses do ínicio do protocolo, das 18 operadas, sete recidivaram e cinco faleceram. Neste período de 34 semanas de seguimento médio, 59 porcento estäo vivas e 44 porcento sem evidência de doença. Os objetivos deste estudo foram: 1) testar o fundamento da teoria de Goldie-Coldman no tratamento de câncer de mama avançado locorregional; 2) verificar a eficácia e toxidade da administraçäo sequêncial intensiva das drogas mais ativas na atualidade para o câncer de mama; 3) determinar a açäo do MACOM-F, seguido de cirurgia, na qualidade e aumento do intervalo livre da doença (ILD) e sobrevida (SV) dessas doentes. O MACOM-F foi muito eficaz como tratamento neoadjuvante desses casos de câncer de mama avançado locorregional, podendo se tornar a primeira opçäo nessas circunstâncias. Todavia, é necessário maior número de doentes tratados para sua definitiva recomendaçäo.

Tratamento do câncer do colo do útero estádio III com adriamicina, Bleomicina e Cisplatinum (ABC) neo-adjuvante, histerectomia radical modificada e ABC adjuvante / Treatment of cancer of the cervix uteri stage III with neo-adjvant adriamycin, bleomicyn and cisplatinum (ABC) modified radical histerectomy and adjvant ABC

Quarenta e oito pacientes com carcinoma do colo do útero estádio III A e B foram tratadas com a associaçäo de adreamicina (ADR), bleomicina (BLEO) e cisplatinum (CDDP), três a cinco ciclos neo-adjuvante, seguidos de histerectomia radical modificada e seis ciclos de ABC adjuvante. Quarenta doentes foram consideradas avaliáveis. Os primeiros 17 casos receberam ADR 50 mg/m2, BLEO 10 mg/d x 5 e CDDP 100 mg/m2 administrados no dia 1 e repetidos de 21/21 dias (ABCDA). A toxicidade neste grupo foi considerada inaceitável, com dois óbitos, sendo reduzidas as doses de CDDP e BLEO, respectivamente, 50 mmg/m2 e 6 mg/d x 5 (ABD DB) nas 23 seguintes. Das 17 tratadas com o ABC DA, 12 (70%) foram elegíveis para a cirurgia e o exame da peça revelou resposta completa (RC) em dois (11%) e resposta parcial (RP) em 10 (59%). Das 23 tratadas com ABC DB, 16(69%) foram operadas com RC confirmada em três (13%) e RP em 13 (56%). Após 38 meses, no grupo ABC DA, duas (12%) estäo sem evidência de doença, quatro (23%) estäo vivas com recorrência, sete (41%) morreram pela neoplasia, duas (12%) morreram por toxicidade (cardíaca e pulmonar), uma (5%) morreu de causa desconhecida e uma (5%) foi perdida do seguimento. No grupo ABC DB, em 36 meses, nove (39%) estäo sem evidência de doença, sete (30%) estäo vivas com recorrência, cinco (22%) morreram pela neoplasia e duas (9%) foram perdidas do seguimento. A sobrevida média estimada pelo método de Kaplan-Meier do grupo ABC DA é de 29% e do controle histórico de 102 pacientes tratadas pela radioterapia no mesmo período é de 52% (p < 0,01) e no ABC DB 63% (p < 0,070 N.S.). Os resultados do grupo ABC DB, em 36 meses, analisados nas tabelas de vida e comparados com os controles demonstram similares, porém, com melhor qualidade de sobrevida para as tratadas pelo ABC DA por sua toxicidade näo é recomendado. Das 28 que se submeteram à histerectomia radical modificada, 24 completaram pelo menos três ciclos adjuvantes do ABC e decorridos 38 meses, 20 das operadas estäo vivas (71%) comparado com 52% do grupo da RT (p = 0,004). O presente programa parece ser uma melhor alternativa de tratamento do câncer do útero E III, necessitando, contudo, maior observaçäo

Quimioterapia adjuvante com CMF modificado no câncer operável da mama / Adjuvant chemotherapy with modified CMF in operable breast cancer

Oitenta e seis pacientes com câncer de mama e linfonodos axilares positivos foram submetidos à mastectomia radical modificada seguida de quimioterapia com ciclofosfamida e fluorouracil na dose de 600mg/m2 e methotrexate 40mg/m2, endovenosos, repetidos a cada 21 dias (CMFmod), durante seis meses (oito ciclos). O tratamento adjuvante era iniciado no prazo máximo de 30 dias da cirurgia. O resultado do CMFmod foi comparado com grupo-controle histórico da própria intituiçäo, contituída por 186 doentes tratadas pela mastectomia radical à Halsted e radioterapia. Decorridos 48 meses de seguimento, 72 (85%) estavam vivas e 42 (49%) livres de doença no grupo do CMFmod e no grupo-controle 132 (71%) estavam vivas com 94 (51%) sem evidência de doença (p = 0,70 e p < 0,25, NS). Há uma tendência para o CMFmod beneficiar as mulheres da pré-menopausa com 1 a 3 N+: sobrevida global (SV) 26/26 (100%) e intervalo livre de doença (ILD) = 21/26 (81%) quando comparado com o controle - SV:36/44 (83%) e ILD - 30/44 (68%) (p < 0,15 e p < 0,80, NS). Contudo é necessário observaçäo mais prolongada para possível ratificaçäo dos resultados benéficos obtidos por Bonadonna com o CMF clássico com seis meses

Câncer da mama operável: quimioterapia adjuvante pelo CMF modificado / Operable breast cancer: adjuvant modified CMF chemotherapy

Em 1981 foi padronizado, no Hospital de Oncologia INAMPS (H.O), a conduta terapêutica para o câncer da mama operável. Este artigo tem por objetivo avaliar os primeiros resultados obtidos com o tratamento proposto cirurgia isolada ou associada à quimioterapia adjuvante - em 126 pacientes, das quais 89 foram consideradas avaliáveis. O procedimento cirúrgico consistiu de mastectomia clássica ou modificada e quadrantectomia com esvaziamento axilar nos estadiamentos clínicos T1 No Mo. A radioterapia adjuvante ou pós-mastectomia näo foi utilizada no presente estudo. As drogas utilizadas foram ciclofosfamida 600mg/m2, methotrexate 40mg/m2 e fluorouracil 600mg/m2 I.V., repetidas a cada 21 dias, durante oito ciclos (CMF modificado). A sobrevida de 100% de 41 pacientes em 30 meses, no grupo N-e de 82% (31/33), no mesmo período, para o grupo N+, está de acordo com outros resultados da literatura. O trabalho compara o grupo que tem axila histologicamente comprometida (N+) com outro que tem axila histologicamente negativa (N-), e um terceiro grupo, por nós denominado "Anômalo" (AN+). Este último, constituído de 15 pacientes que iniciaram tratamento fora o H. O., com critérios diversos dos propostos pela Instituiçäo. Finalmente, examinamos também as recidivas, seus locais e incidências, bem como a toxicidade decorrente do tratamento. Muito embora os resultados preliminares sejam idênticos àqueles vistos em outras casuísticas, os mesmos devem ser considerados com cautela, devido à observaçäo de apenas 30 meses

Cateter de Broviac: experiência do Hospital de Oncologia - INAMPS / Broviac catheter: experience of the Hospital de Oncologia - INAMPS

O Cateter de Broviac é indicado na necessidade de acesso venoso prolongado. Foram estudados 12 casos com baixo índice de complicaçöes (infecçäo e trombose) e boa vida útil do cateter, sendo, portanto, um método importante

Estudo do equilíbrio ácido-básico nas neoplasias malignas: correlações com o potássio intracelular

Em dois grupos de doentes com neoplasias malignas caquetizantes, respectivamente 25 e 28 doentes, foi estudada a composição ácido-básica extracelular. O grupo I, constituído por doentes com neoplasias do aparelho digestivo, foi estudado exclusivamente em sua composição ácido-básica. Foram realizadas 51 determinações, tendo sido encontrada alcalose extracelular como complicação muito freqüente (76,1%). Foi analisado o valor dos índices metabólicos e respiratórios, concluindo o autor que o pH, PC02, excesso de base e bicarbonato padrão são os índices que, em conjunto, melhor se prestam para o seguimento dos casos. São apresentados casos ilustrativos de alcalose extracelular, bem como sua correção pela reposição conveniente da depleção do potássio corporal. No grupo II, constituído por neoplasias malignas consuntivas de várias localizações e tipos histológicos, alem de estudo ácido-básico de cada caso, foram realizadas determinações do potássio intracelular, medido na hemácia, e plasmático, diferença de potencial da membrana da hemácia gradiente de potássio, correlacionando-se êstes dados com o eletrocardiograma. Foram apresentados casos ilustrativos do valor destas dosagens, confirmando-se os achados do grupo I (correção da alcalose respiratória, metabólica e mista com soluções de cloreto de potássio). Êste estudo permitiu-nos concluir que a alcalose extracelular é distúrbio muito freqüente (71,1%), que aparece em neoplasias malignas consuntivas e ocasionado pela espoliação do potássio corporal. Tudo indica que o modo como emagrecem êstes doentes também é importante, ou seja, se existe ou não interferência na ingestão alimentar. A alcalose somente aparece em vigência de neoplasia que interfere com a alimentação. As técnicas de determinação do potássio na hemácia, medida de potencial de membrana da hemácia e gradiente de potássio foram descritas com pormenores, sendo procedimento prático e seguro, que deve ser instituído na prática clínica. Conforme demonstramos, a diminuição do CO2 no sangue dêstes doentes correlaciona-se com a diminuição do potássio celular. Também as alterações eletrocardiográficas, mormente os fenômenos de repolarização ventricular, aparecem segundo modificações do gradiente de potássio ou potencial de membrana (Ek). A correlação existente entre o Kp e QTc, apesar de significativa, foi menor do que a correlação entre o gradiente de potássio (C) e o QTc e potencial de membrana da hemácia e o QTc. O conhecimento destas alterações metabólicas é de fundamental importância para o tratamento do paciente com neoplasia maligna caquetizante

Two groups of patients with malignant tumors (28 and 25 patients respectively) are studied in extracelullar acid-base composition. The group I, with G-I tract tumors, are studied only in their extracelullar composition. Fifty one determinations are performed and extracelullar alkalosis is the most frequent disturbance noted (76,1%). The value of metabolical and respiratory indexes are discussed and pH, PC02, base excess and standard bicarbonate are the elective indexes for these proceedings. Illustrative cases of extracelullar alkalosis are presented and correct management is obtained by potassium administration. The group II contains different kinds and localizations of malignant tumors. Study is made by introducing in the acid-base extracelullar determination, intracelullar and extracelullar potassium measurements as well as membrane potential measurements, potassium gradient to red cell measurement and EKe. Illustrative cases are discussed, and the value of the procedure is pointed out. Findings are the same of group I. The author concludes that extracelullar alkalosis is a very frequent disturbance (71,1%) and potassium depletion is the most prominent. Two differents aspects of consunption in cancer are enphasized: with alimentary interference and without it. Alkalosis only appears with alimentary interference. The potassium ievel determinations in red cells is a secure and practical procedure and is necessary its introduction in clinical practice. The low plasma PC02 and low cellular potassium have a significative correlation. The electrocardiographic alterations like T wave depression, prolonged Q-T interval or prominent U wave, have a correlation statiscally significant with the potassium gradient (KH/Kp) and potassium membrane potential (EK). Correlation between plasma potassium and Q-T interval is not statiscally significant. The recognition of these metabolical disorders is very important to the management of the cancer patient