ABSTRACT
Este artigo visa analisar o processo de trabalho e as perspectivas de mudanças, a fim de proporcionar reflexões sobre a prática cotidiana de 62 Agentes Comunitários de Saúde da cidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul, Brasil. Os dados obtidos foram coletados através de entrevistas individuais e questionários autopreenchidos, e a análise dos conteúdos foi feita a partir da construção do Discurso do Sujeito Coletivo. A maioria dos trabalhadores relata que haveria algo a ser modificado no seu processo de trabalho. Dentre os aspectos a serem modificados e/ou melhorados estão: burocratização do trabalho, reorganização das marcações de consulta, respeito, união das equipes, maior participação dos profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) nas visitas domiciliares, equipes incompletas, automatização do processo de trabalho, grande número de famílias cadastradas, reconhecimento, ausência e/ou sucateamento de materiais básicos de trabalho
Subject(s)
Humans , Family Health , Occupational Health ServicesABSTRACT
Este artigo teve como objetivo analisar o entendimento de 62 Agentes Comunitários de Saúde da cidade de Campo Bom, no Rio Grande do Sul (Brasil), sobre as definições estabelecidas por eles acerca de sua identidade, proporcionando uma reflexão referente às práticas do cotidiano do trabalho. As entrevistas individuais e questionários auto preenchidos foram analisadas pelo seu conteúdo a partir da construção do Discurso do Sujeito Coletivo. As percepções apontam para a autodefinição do agente como um trabalhador que possui escuta qualificada; elo entre a equipe e a comunidade; múltiplas ações, que muitas vezes vão além do estabelecido legalmente; realizações pessoais condicionadas ao "sucesso" profissional; trabalho sob a lógica da educação em saúde. Esta pesquisa demonstrou que, por vezes, é o próprio trabalhador que se coloca na condição de "super-herói", o que nos faz pensar o quanto os processos de trabalho devem ser amplamente e continuamente discutidos.