ABSTRACT
Resumo Este artigo propõe-se a analisar a reforma do Ensino Médio e seus impactos para o projeto de educação dos que vivem do trabalho. A partir da análise da Lei 13.415/2017, das estatísticas recentes e da nova proposta de organização curricular, vai levantar argumentos que apontam a flexibilização do Ensino Médio como uma das expressões do projeto pedagógico do regime de acumulação flexível, cuja lógica continua sendo a distribuição desigual do conhecimento, porém com uma forma diferenciada. Seu objetivo é a formação de subjetividades flexíveis que se submetam à precarização do trabalho, naturalizando a instabilidade, a insegurança e a desregulamentação em nome da suposta autonomia de escolha. Do ponto de vista ontológico, o artigo aponta que a reforma do Ensino Médio responde ao alinhamento da formação ao regime de acumulação flexível. Do ponto de vista epistemológico, confronta a concepção de práxis que orientou a elaboração das diretrizes curriculares em 2012, com as dimensões de individualismo, fragmentação, presentismo e pragmatismo presentes nas novas diretrizes. A partir da análise, a autora reforça a necessidade de criar outras formas de organização curricular no exercício da autonomia pela escola como uma alternativa para a formação integral dos jovens.
Abstract This article analyzes high school education reform and its impact on the education project on those who work for a living. By analyzing Law 13.415/2017, recent statistics and the new proposal for curricular organization, arguments will be identified that point to the flexibilization of high school education as an expression of the pedagogical project of the flexible accumulation system, whose logic continues to be the unequal distribution of knowledge, but in a differentiated way. The aim is the formation of flexible subjectivities submitted to the precarity of work, naturalizing instability, insecurity and deregulation for an alleged autonomy of choice. From the ontological viewpoint, the article shows that the high school education reform responds to the alignment of the flexible accumulation system formation. In epistemological terms, it compares the conception of praxis that guided the drafting of the curricular guidelines in 2012 with the dimensions of individualism, fragmentation, presentism and pragmatism present in the new guidelines. Based on the analysis, the author emphasizes the need to create other forms of curricular organization in the exercise of autonomy by the school as an alternative for the integral formation of young individuals.
Subject(s)
Education/organization & administration , Workforce , Brazil , Curriculum , Education/legislation & jurisprudenceABSTRACT
O artigo tenta sintetizar a contribuição de Herbert Marcuse para a crítica da esfera cultural que emerge no processo de formação do capitalismo tardio. O uso crítico da negação e o da visão hegeliano-marxista de Marcuse se combinam com a construção de uma metáfora antropológica sobre o pro- cesso social, e constituem uma metodologia capaz de desenvolver uma aná- lise penetrante sobre o fundamento da unidimensionalização da vida através da realização do princípio de realidade como rentabilidade. O capital alcança uma capacidade de constituição de um poder excedentário sobre a adminis- tração e organização da vida social, por força da vitória na mudança da relação entre produção e consumo na realização material e cultural de sua pseudo-igualdade.
This paper attempts to summarize Herbert Marcuse's contribution to the critical review of the cultural sphere arising from the formative process of late capitalismo Marcuse's critical uses of the dialectal negation and of the Hegelian-Marxist approach combine with the construction of an anthropological metaphor on the social process and establish a methodology capable of accomplishing a penetrating analysis of the foundation of the onedimensionalyzation of life through the realization of the principie of reality as profitability. Thus, capital acquires the strength to wield an exceeding power over the administration and organization of social life, by means of the changes in the production/ comsumption relation resulting from the establishment of its material and cultural pseudo-equality.
L'article essaye de synthétiser la contribution de Herbert Marcuse pour la critique de la sphere culturelle que découle du procédé de formation du capitalisme tardif. Les usages de la négation et de la vision hégélienne- marxiste de Marcuse sont combinés avec la construction d'une métaphore anthropologique sur le processus social et constituent une méthodologie capable de développer une analyse pénétrante d'uni-dimensionnement de la vie à travers la réalisation du principe de réalité comme rentabilité. Le capital acheve la capacité de se constituer pouYoir excédentaire sur I' administration et I' organisation de la vie social, à force de sa victoire dans la mutation de la relation entre production et consommation dans la réalisation matérielle et culturelle de sa pseudoégalité.