ABSTRACT
Abstract: The main goal of this work was to investigate how the abundance and richness of Arctiinae moths varies over time, during the night. Specifically, we analyzed the following questions: (1) Is there a relationship between Arctiinae abundance and richness with the temperature and relative humidity? (2) What are the hours of activity of each species of moth? (3) Does the species composition differ over night? (4) Is it necessary to sample this group of moths throughout the night to have a representative sample of the species? We sampled the moths in Emas National Park (17°49'-18°28'S and 52°39'-53°10'W), Brazil. We selected seven sampling points in an area of savanna. At each sampling point, we collected the Arctiinae moths with a light trap (with a 15-W black light fluorescent light bulb), reflected in a white cloth (2 x 3 m) extended vertically. We sampled the moths in seven consecutive nights (one night in each sampling point, from December 13 to December 19, 2012, from 7 p.m. until 7 a.m.). We divided the samplings in twelve periods over the night, with an hour each. At each period of time, we measured the temperature and the relative humidity with a digital termohygrometer. We sampled 149 individuals belonging to 17 species of Arctiinae moths. Most species (70.5%) were active only for one or two hours at night. The species differed in terms of time activity. The higher abundance occurred at 8 p. m. (44 individuals), followed by 38 individuals at 9 p. m. and 23 at 10 p. m. The species richness was also higher in the early hours of the night. The temperature was the only variable that showed a positive and significative relationship with the Arctiinae moth abundance. The species richness was not influenced neither by the temperature nor by the relative air humidity. The possible causes of the peak of abundance and species richness in specific hours of the night are discussed.
Resumo: Este trabalho teve como objetivo principal investigar como a abundância e a riqueza de mariposas Arctiinae variam temporalmente, ao longo do período noturno. Especificamente, analisamos as seguintes questões: (1) existe relação entre a abundância e a riqueza de Arctiinae e a umidade relativa do ar e a temperatura? (2) qual é o horário de atividade de cada espécie de mariposa? (3) a composição de espécies difere ao longo da noite? (4) é necessário amostrar esse grupo de mariposas ao longo de toda a noite para ter uma amostra representativa das espécies? Realizamos as amostragens no Parque Nacional das Emas (17°49'-18°28'S e 52°39'-53°10'W), Brasil. Selecionamos sete pontos amostrais em uma área de campo cerrado. Em cada ponto, coletamos as mariposas Arctiinae utilizando uma fonte luminosa (lâmpada UV de 15 W) refletida em um pano branco (2 x 3 m) estendido na vertical. Coletamos as mariposas durante sete noites consecutivas (uma noite por ponto, entre os dias 13 e 19 de dezembro de 2012, das 19:00 até as 07:00). Dividimos o período noturno em doze faixas de uma hora. Medimos a temperatura e a umidade relativa do ar com auxílio de um termohigrômetro digital. Amostramos 149 indivíduos pertencentes a 17 espécies de mariposas Arctiinae. A maioria das espécies (70,5%) esteve ativa apenas por uma ou duas horas durante a noite. As espécies diferiram em termos de horário de atividade. O horário das 20 h apresentou uma maior abundância (44 indivíduos), seguido do horário das 21 (38) e das 22 h (23). A riqueza também foi maior nas primeiras horas da noite. Somente a temperatura foi positivamente correlacionada com a abundância de mariposas. A riqueza de mariposas não foi influenciada nem pela temperatura nem pela umidade relativa do ar. As possíveis causas das diferenças em termos de horários de atividade são discutidas..
ABSTRACT
There are evidences that air temperature and relative humidity exerts influence on the flight activity of the social stingless bees (Meliponini). Particularly, the relatively large species of Melipona Illiger, 1806 would present variation in daily foraging activity very close to variation in relative humidity. In this study, we argue that the relative humidity is a confounding variable. In this same line of argumentation, it was also examined the role of pollen harvest on daily rhythm of foraging. The robust Melipona scutellaris (Latreille, 1811) was used as a model and the flight activity and pollen harvest along the day were measured in 12 colonies (4 colonies/habitat), in three types of habitats with varying rainfall, within the natural distribution range of this species (tropical rainforest, seasonal tropical forest and transition of tropical forest-savannah). Most of flight activity occurs during morning time in the three habitats. Colony foraging is high in the very early morning when the relative humidity is also high, and often associated with peaks of pollen harvest. Flight activity decreases abruptly during the high temperatures around noon time. The relationship between the flight activity and the relative humidity was highly significant and linear, in contrast to the unimodal and significant relationship with temperature. The relationship between the flight activity and the relative humidity is assumed to be contingent within humid tropical habitats, considering the daily microclimate variation and pollen foraging patterns. In particular, the latter pattern supports the hypothesis of temporal partitioning of pollen sources.
Há evidências de que a temperatura do ar e a umidade relativa afetam a atividade de voo de espécies de abelhas sociais Meliponini. Em particular, as espécies grandes do gênero Melipona Illiger, 1806 responderiam de maneira mais estreita à variação na umidade relativa. Neste estudo defende-se o argumento de que a umidade relativa seja uma variável de confusão. Nesta linha de argumentação, também foi analisado o papel da coleta de pólen sobre o ritmo diário de forrageio. A robusta Melipona scutellaris (Latreille, 1811) foi usada como modelo e a atividade diária de voo e de forrageio de pólen foi medida em 12 colônias (4 colônias/hábitat), em três tipos de hábitats, que variam principalmente quanto à pluviosidade, na área de distribuição natural desta espécie (Floresta Pluvial, Floresta Sazonal e Transição Floresta Tropical-Cerrados). A maioria da atividade de voo acontece durante a manhã. A atividade de forrageio das colônias foi mais elevada nas primeiras horas do alvorecer, quando a umidade relativa também era alta, frequentemente associada a picos de coleta de pólen. A atividade de voo decresceu abruptamente durante as temperaturas altas ao redor do meio dia. A relação da atividade de voo com a umidade relativa foi altamente significativa e linear, contrastando com a relação significativa e unimodal com a temperatura. Na relação com o forrageio de M. scutellaris, a umidade relativa se configura como uma variável contingente, em hábitats tropicais úmidos, considerando os padrões diários de variação do microclima e de forrageio de pólen. Este último padrão também sustenta a hipótese de partição temporal de fontes florais de pólen.
ABSTRACT
There are evidences that air temperature and relative humidity exerts influence on the flight activity of the social stingless bees (Meliponini). Particularly, the relatively large species of Melipona Illiger, 1806 would present variation in daily foraging activity very close to variation in relative humidity. In this study, we argue that the relative humidity is a confounding variable. In this same line of argumentation, it was also examined the role of pollen harvest on daily rhythm of foraging. The robust Melipona scutellaris (Latreille, 1811) was used as a model and the flight activity and pollen harvest along the day were measured in 12 colonies (4 colonies/habitat), in three types of habitats with varying rainfall, within the natural distribution range of this species (tropical rainforest, seasonal tropical forest and transition of tropical forest-savannah). Most of flight activity occurs during morning time in the three habitats. Colony foraging is high in the very early morning when the relative humidity is also high, and often associated with peaks of pollen harvest. Flight activity decreases abruptly during the high temperatures around noon time. The relationship between the flight activity and the relative humidity was highly significant and linear, in contrast to the unimodal and significant relationship with temperature. The relationship between the flight activity and the relative humidity is assumed to be contingent within humid tropical habitats, considering the daily microclimate variation and pollen foraging patterns. In particular, the latter pattern supports the hypothesis of temporal partitioning of pollen sources.
Há evidências de que a temperatura do ar e a umidade relativa afetam a atividade de voo de espécies de abelhas sociais Meliponini. Em particular, as espécies grandes do gênero Melipona Illiger, 1806 responderiam de maneira mais estreita à variação na umidade relativa. Neste estudo defende-se o argumento de que a umidade relativa seja uma variável de confusão. Nesta linha de argumentação, também foi analisado o papel da coleta de pólen sobre o ritmo diário de forrageio. A robusta Melipona scutellaris (Latreille, 1811) foi usada como modelo e a atividade diária de voo e de forrageio de pólen foi medida em 12 colônias (4 colônias/hábitat), em três tipos de hábitats, que variam principalmente quanto à pluviosidade, na área de distribuição natural desta espécie (Floresta Pluvial, Floresta Sazonal e Transição Floresta Tropical-Cerrados). A maioria da atividade de voo acontece durante a manhã. A atividade de forrageio das colônias foi mais elevada nas primeiras horas do alvorecer, quando a umidade relativa também era alta, frequentemente associada a picos de coleta de pólen. A atividade de voo decresceu abruptamente durante as temperaturas altas ao redor do meio dia. A relação da atividade de voo com a umidade relativa foi altamente significativa e linear, contrastando com a relação significativa e unimodal com a temperatura. Na relação com o forrageio de M. scutellaris, a umidade relativa se configura como uma variável contingente, em hábitats tropicais úmidos, considerando os padrões diários de variação do microclima e de forrageio de pólen. Este último padrão também sustenta a hipótese de partição temporal de fontes florais de pólen.