ABSTRACT
A saúde coletiva no Brasil reconhece as potencialidades e preconiza a prática de atividades grupais em saúde, principalmente na Atenção Básica. No entanto, o que é percebido no dia-a-dia nas Unidades de Saúde, é uma dificuldade de efetivação dessa modalidade de trabalho, privilegiando-se o atendimento individual, realidade que se repete na Unidade de Saúde na qual a pesquisadora está inserida. Sendo assim, a proposta deste estudo foi conhecer os fatores que estão influenciando na participação dos usuários nos grupos. Para tanto, foi aplicada uma ficha de dados sociobiodemográficos, foi realizado um levantamento do histórico dos grupos na unidade, e por fim, foi realizada uma entrevista semi-estruturada, com sete usuárias, abordando a percepção sobre os grupos ofertados pela Unidade de Saúde. Como resultado da pesquisa, baseado nos instrumentos utilizados e na vivência empírica da pesquisadora, foram encontrados os seguintes fatores: falta de registro, e sua consequente dificuldade de avaliação; não consulta à comunidade para a criação dos grupos; não escuta às demandas da comunidade; desinformação da equipe sobre as atividades ofertadas; não validação dos grupos por parte dos profissionais; desinformação do usuários sobre os grupos; envolvimento de pouco profissionais da equipe no processo; maior envolvimento por parte dos residentes, dificultando assim a continuidade dos grupos; ausência de espaço na equipe para discussão e planejamento; e por fim, ausência de estudos e problematizações sobre o processo grupal. Entende-se que estes dados estão limitados a pequena amostra de participantes e que se faz necessário novos estudos para obter informações mais aprofundadas sobre o assunto
Subject(s)
Male , Female , Humans , Brazil , Primary Health Care , Public Health , Unified Health SystemABSTRACT
As pesquisas sobre produção científica se concentram sobre o espaço de pesquisa institucionalizado, ou seja, dissertações, teses acadêmicas e as produções nos Congressos e Periódicos Científicos. Os levantamentos bibliográficos mostram poucos trabalhos que tenham como objeto a produção das Residências em Saúde, que fica restrita aos próprios Trabalhos de Conclusão de Residência (TCRs) ou Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) de outras especializações. As Residências em Área Multiprofissional em Saúde (RIMS) são de extrema importância para a educação em serviço. Pensadas para a interdisciplinaridade, visando a formação coletiva em serviço e em equipe, que deve refletir na integralidade do cuidado ao usuário dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), as RIMS não produzem também saberes? Este projeto parte da premissa que há um espaço de produção não explorado no que os profissionais residentes estão produzindo durante seu percurso nas RIMS. Tem como objeto a produção final destes viajantes residentes, os seus TCRs, mais especificamente os da Residência Multiprofissional em Saúde Mental Coletiva ligada ao Núcleo de Educação, Avaliação e Produção Pedagógica em Saúde (EducaSaúde), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e que, junto ao Núcleo, completa 10 anos de ações para uma mudança do fazer em Saúde. Parte da problematização das visibilidades e invisibilidades na produção do conhecimento científico e propõe, através da Análise Textual Discursiva, um abrir portas para as potencialidades de diálogo vivo entre o que expressam estes documentos e os princípios e metodologias do Núcleo ao qual esta produção está relacionada. Objetiva contribuir no (re)conhecimento do processo de construção dos Trabalhos de Conclusão para a qualificação dessa produção e da própria Residência
Subject(s)
Brazil , Education , Public Health , Unified Health SystemABSTRACT
A assistência à saúde no Brasil ocorre de três formas: prestação pública, através de operadora de plano de saúde e por contratação direta. As operadoras devem seguir a regulação vigente para o setor; porém, quando os dados destas são interpretados com base em temas do campo da saúde coletiva, como, por exemplo, mecanismos de microrregulação, sobressaem-se limites do modelo regulador, que assegura direitos e deveres a contratantes e contratados, mas parece não responder às motivações por sua contratação, nem considerar o conceito ampliado de saúde. Considera-se que a diversidade encontrada na saúde suplementar deva ser investigada. Assim, através deste projeto, propõe-se avaliar a cobertura assistencial regional do plano de saúde da Caixa de Assistência dos Empregados do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (CABERGS) e tentar estabelecer relações desta com mecanismos de microrregulação vigentes. Propõe-se um estudo de caso único, exploratório e descritivo, utilizando metodologia mista, quantitativa e qualitativa. O estudo será dividido em três etapas: distribuição geográfica dos empregados do Banrisul e da cobertura assistencial da CABERGS no RS; identificação de mecanismos de microrregulação praticados pela CABERGS. A primeira etapa é quantitativa, os dados solicitados ao Banrisul e à Cabergs serão apresentados através de estatística descritiva. A terceira etapa é qualitativa e contemplará uma entrevista dirigida com o Gerente de Atendimento ao Beneficiário da CABERGS. O conteúdo será analisado por meio do método de análise de conteúdo, visando responder aos objetivos do estudo, principalmente no que se refere aos mecanismos de microrregulação vigentes. O projeto será encaminhado a um comitê de ética em pesquisa. A apresentação, análise e discussão dos dados atuais e futuros não possibilita a identificação dos beneficiários e/ou empregados do Banrisul. A entrevista permitirá a identificação do respondente, contudo, sua finalidade será para ....
Subject(s)
Brazil , Prepaid Health Plans , Public HealthABSTRACT
A garantia do acesso universal com equidade à rede pública de saúde ainda permanece desafiando trabalhadores, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Frente aos desafios do SUS em garantir os princípios fundamentais da universalidade, integralidade e equidade, o acolhimento veio como uma estratégia de restabelecimento da universalidade de acesso, fomentando a construção coletiva de mudança nas práticas dos serviços de saúde, sendo um dispositivo capaz de promover a reorganização dos serviços e a garantia do acesso e da atenção em saúde. Durante a prática como residente na ênfase em Saúde da Família e Comunidade, no município de Marau, Rio Grande do Sul, pôde-se evidenciar dificuldades no acesso ao serviço de saúde que organiza sua porta de entrada pelo sistema de distribuição de fichas limitadas por dia e por turno. O desafio frente a garantia de acesso ficou ainda mais evidente, a partir da implantação do prontuário eletrônico na unidade, que culminou na redução do número de fichas dia. Logo, esta intervenção propôs uma discussão sobre o acesso dos usuários à um serviço de Estratégia de Saúde da Família (ESF). Para alcançar os objetivos pretendidos, foi feito uma análise das atas de reunião desta equipe de saúde referente às discussões sobre a temática do acesso, e, posteriormente, foi realizada uma oficina com a comunidade, que visou estabelecer um processo de planejamento estratégico relacionado ao acesso ao serviço de saúde. Apostou-se na problematização das práticas no cotidiano de trabalho em saúde como uma possibilidade de análise da realidade e, com isso, a qualificação na atenção à saúde e a garantia do acesso universal com equidade à população da ESF.
Subject(s)
Male , Female , Humans , Brazil , Primary Health Care , Public Health , Strategic Planning , Unified Health SystemABSTRACT
Neste estudo, objetiva-se analisar a configuração da rede de atenção às mulheres vítimas de violência sexual que acessam o Grupo Hospitalar Conceição a partir do perfil das mulheres oriundo de processos de notificação na instituição e do encaminhamento das mesmas a serviços que tenham interface com a área da saúde. Estudo de caráter epidemiológico descritivo e de abordagem quantitativa. Local da coleta de dados é o Núcleo Hospitalar de Epidemiologia HNSC, que agrega dados do HNSC, HCC e UPA Moacyr Scliar. População do estudo compõe-se de todas as mulheres que sofreram violência sexual atendidas no GHC e que tiveram registro de Ficha de Notificação/Investigação de Violência Doméstica, Sexual e/ou outras violências no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2013. Do total de 126 fichas de notificação, houve o registro de 115 mulheres que sofreram violência sexual, além dos serviços da rede intersetorial nas quais foram encaminhadas. Os resultados encontrados são relevantes para a compreensão da conformação da rede de atenção à mulher vítima de violência sexual e poderão embasar o planejamento de ações de prevenção e promoção da saúde articuladas, em rede, de forma intersetorial
Subject(s)
Female , Humans , Brazil , Public Health , Unified Health SystemABSTRACT
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e o Programa de Saúde da Família (PSF) foram criados, respectivamente, em 1991 e 1994, com o objetivo de reorganização da prática de atenção à saúde com atividades de prevenção, promoção e recuperação da saúde. Foram iniciativas que apontam de um lado para a expansão do mercado, e, do outro, para a reestruturação do processo de trabalho em saúde, via o trabalho em equipe e criação de novas ocupações para o setor, entre elas o Agente Comunitário de Saúde (ACS). O ACS tem como orientação de atender entre 400 e 750 pessoas, dependendo da realidade e das necessidades locais, como também, desenvolver atividades de prevenção de doenças e promover saúde por meio de ações educativas individuais e coletivas, nos domicílios e na comunidade. O Ministério da Saúde incorporou os agentes comunitários de saúde ao Sistema Único de Saúde (SUS), assim ficou definido, pelo próprio Ministério e pelas secretarias municipais de saúde, que esses trabalhadores, independentemente do nível de escolaridade, deveriam cumprir requisitos formais de: residir há pelo menos dois anos na comunidade; ter idade mínima de 18 anos; saber ler e escrever; ter disponibilidade de tempo integral para exercer suas atividades (BRASIL, 2004)