O controle social na política de saúde como experiência de participação na comunidade de uma unidade de saúde do Grupo Hospitalar Conceição

O presente artigo é resultado de pesquisa que analisa o funcionamento do Conselho Local de Saúde de uma Unidade de Saúde do Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição – SSC/GHC, no período 2015/2016. Com o objetivo de fornecer subsídios para qualificá-lo, o estudo de natureza qualitativa, possibilitou conhecer a percepção dos conselheiros em relação ao controle social neste espaço de participação, bem como, a verificação se este mecanismo está cumprindo com as atribuições colocadas na legislação. A coleta de dados se realizou através entrevistas semiestruturadas e análise documental. Os resultados apontaram que o CLS constitui-se em um importante mecanismo de participação popular e que através de sua atuação foram alcançadas importantes conquistas para a melhoria da qualidade de vida da comunidade. No entanto, alguns limites foram assinalados para o bom funcionamento do CLS, entre eles, a falta de tempo disponível, falta de comprometimento mútuo, a dificuldade de relacionamento e diálogo, e a falta de capacitação dos membros. Diante disso, verificou-se que o CLS da US estudada, cumpre parcialmente com suas atribuições e que para efetivá-las integralmente seria necessária maior participação da comunidade e dos trabalhadores da US, além de uma qualificação maior desta participação.

Auriculoterapia para profissionais de saúde: percursos possíveis da aprendizagem à implantação na Unidade de Saúde

Este trabalho aborda a “Formação em auriculoterapia para os profissionais de saúde da Atenção Básica”, oferecida através da parceria entre a Universidade Federal de Santa Catarina e o Ministério da Saúde, destacando a trajetória de implantação do atendimento de auriculoterapia em uma Unidade de Saúde do município de Porto Alegre/RS. A inserção das PIC - Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde configura uma ação de ampliação de acesso e qualificação dos serviços, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde da população; ademais, o espaço social das PIC tem valor antropológico e sua ascensão, juntamente com uma crise da atenção à saúde, reflete um cuidado à saúde mercantilizado e focado na doença, não no indivíduo e nas suas subjetividades. Trata-se de um relato de experiência em que a potencialidade está em compartilhar o impacto de uma formação em Auriculoterapia, repercutindo na implantação do atendimento em uma Unidade de Saúde da Família.

Concepção dos residentes sobre os desafios da sua formação para Urgência e Emergência Clínica em Atenção ao Paciente Crítico

O estudo teve como objetivo geral analisar a percepção dos enfermeiros residentes acerca do desenvolvimento da residência multiprofissional na ênfase atenção ao paciente crítico no campo das urgências e emergências clínicas. Elencando nessa proposta alguns objetivos específicos como: Avaliar como se desenvolve o processo de formação no campo das urgências e emergências clínicas na visão do residente, refletir sobre os componentes da rede de urgência e emergência, importantes na formação do residente, e verificar quais as dificuldades e facilidades de desenvolver as ações de formação dos enfermeiros residentes no campo segundo a percepção dos residentes. Trata-se de um estudo qualitativo exploratório que foi conduzido durante o período de maio de 2016 a Dezembro de 2016. As percepções dos residentes em geral seguem uma linha de raciocínio semelhante, no qual o campo possui características que, dependendo do ponto de vista, auxiliam ou dificultam no desenvolvimento do processo de formação do residente. Foram identificadas também algumas fragilidades em relação à compreensão dos componentes da Rede Urgência e Emergência, e também verificou-se que a figura do preceptor tem grande importância na construção do papel do residente e que existe dificuldades no desempenho de seus atributos, entretanto apesar das dificuldades a residência proporcionou uma visão diferenciada dos processos de trabalho.

Residência Multiprofissional: tecnologia educativa para consolidação do quadrilátero da formação em saúde

Objetivo: Discutir a formação em residências multiprofissionais como tecnologia educativa que se orienta pelo quadrilátero da formação em saúde. Metodologia: Foram avaliados documentos orientadores, registros de espaços deliberativos e questionários de avaliação da ênfase Saúde da Família e Comunidade. As informações foram categorizadas pela análise de conteúdo. Resultados: A ênfase contempla, nas competências do egresso, habilidades que exigem o exercício da assistência, da gestão, da educação e do controle social. As avaliações permitiram a identificação de: elevada heterogeneidade entre os campos de formação; enfraquecimento dos espaços de controle social; pouca adesão da equipe na realização de atividades de educação em saúde; crítica acerca da “clínica tradicional”, centrada na doença e necessidade de reorganização da atenção por micro-áreas para proporcionar aos residentes o exercício da vigilância do território. Conclusões: A atenção à saúde constitui-se no elemento com maior organização e qualidade. O controle social mostra-se como elemento bastante fragilizado, espaço em que os residentes e preceptores têm empreendido energia para qualificá-lo. A educação em saúde é espaço de intensa participação da residência, mas fragilizado devido a pouca adesão da equipe. A gestão em saúde não foi estudada com profundidade devido à inexistência de um eixo de avaliação específico.

Pessoas idosas e o ninho vazio: compreendendo a rede de apoio social de usuários da Unidade de Saúde Coinma

Com o aumento do envelhecimento populacional e das demandas pelos serviços de saúde, torna-se relevante que os profissionais de saúde estejam capacitados frente às peculiaridades de vida e saúde dos idosos. Assim, a pesquisa teve por objetivo compreender como se estrutura a rede de apoio social utilizada pelas pessoas idosas que residem sozinhas ou acompanhadas apenas por outro idoso. Objetivos: 1. Analisar os motivos pelos quais as pessoas idosas residiam sozinhas ou acompanhadas de outro idoso; 2. Identificar as estratégias utilizadas pelas pessoas idosas que lhes permitiam viver sem a presença diária de demais integrantes da família; 3. Descrever as potencialidades e fragilidades das pessoas idosas frente ao autocuidado em saúde; 4. Descrever a percepção das pessoas idosas em relação à configuração de sua rede de apoio social. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, fundamentado no materialismo histórico. Os sujeitos que compuseram o universo da pesquisa foram idosos com ≥ 60 anos, entrevistados durante o período de maio a julho de 2015. A partir dos resultados pode-se inferir a existência de uma rede de apoio social tecida, contudo de forma fragmentada, seja pela opção do próprio usuário ao preferir não acessar a rede de forma direta e expressiva, seja, pela configuração das relações pré-estabelecidas com filhos, amigos, vizinhos e a sociedade. Conclusão: É importante que as equipes multiprofissionais de saúde estejam apropriadas sobre o perfil e número de idosos que compõem seu território de abrangência e acessam seus serviços. O conhecimento da realidade vivenciada, rede de apoio social constituída e história de vida, oportuniza a compreensão do contexto social em que esses idosos estão inseridos, visto que esses fatores influenciam diretamente em sua qualidade de vida e processo de saúde-doença.

A gestão de materiais no centro de especialidades odontológicas do Grupo Hospitalar Conceição

Este projeto de pesquisa tem por objetivo conhecer e avaliar o processo de solicitação, controle e consumo de materiais, instrumentais, medicamentos e insumos necessários aos atendimentos da população no Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), um Centro de Referência para tratamentos de média e alta complexidade. Integrante da área ambulatorial do Hospital Nossa Senhora da Conceição do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), o atendimento no CEO caracteriza-se por ser 100% SUS. Semelhante ao que ocorre em outros serviços de saúde pública, a falta de materiais, medicamentos, instrumentais e insumos em geral, assim como os problemas com especificações técnicas destes, causam transtornos ao atendimento no CEO. A literatura a respeito de problemas com materiais hospitalares, no campo da Odontologia Hospitalar Pública praticamente não tem registros. A abordagem deste estudo caracteriza-se por ser de natureza qualitativa e quantitativa. A metodologia de pesquisa engloba como instrumentos de coleta de dados, um questionário e entrevistas semiestruturadas gravadas. Ao final da pesquisa o presente projeto tem ainda a intenção de promover, no que couber o aprimoramento dos processos de solicitação, controle e consumo de materiais não somente do CEO, mas também em outras áreas de atendimentos Odontológicos ligados ao GHC, como Unidades Básicas de Saúde, Centro de Reabilitação de anomalias Crânio Faciais e Emergência Odontológica, possibilitando aos profissionais destes setores e garantia de acesso aos materiais na quantidades e especificações necessárias ao bom desempenho de suas funções, cumprindo assim com o compromisso social e equânime de melhorar as condições de saúde da população de forma integral conforme preceitos do SUS.

Psicologia e APS: desafios à produção fazeres no campo da atenção básica

O presente trabalho apresenta uma pesquisa qualitativa realizada com o intuito de conhecer as atividades desenvolvidas pelas psicólogas das unidades de saúde de um Serviço de Saúde Comunitária do Rio Grande do Sul, e relacioná-las às ações previstas para o apoio matricial em saúde mental de acordo com as diretrizes do Núcleo de Atenção à Saúde da Família, visando discutir a inserção deste profissional na Política Nacional de Atenção Básica. Nove psicólogas integrantes das equipes das unidades de saúde participaram da coleta de dados, que foi realizada a partir de um instrumento construído pela pesquisadora com perguntas semi-abertas. Evidenciou-se uma atuação fundamentada no modelo da clínica psicológica individual, apontando para a dificuldade de atuação do profissional psicólogo inserido na equipe básica de saúde, pois este acaba sendo responsabilizado por responder às demandas em saúde mental da população e encontrando dificuldades em propor outras práticas.

Aproximações entre redução de danos e dependência química

Este estudo teve como objetivo identificar e analisar as idéias e as práticas pautadas pela Redução de Danos e pela lógica da Dependência Química, na perspectiva dos trabalhadores dos serviços de Saúde Mental do Grupo Hospitalar Conceição. Trata-se de um estudo qualitativo descritivo, do tipo exploratório. A coleta de informações foi realizada através de entrevista semiestruturada e observação participante e, a análise, através da técnica de análise de discurso. Identificou-se que as práticas de saúde relacionadas à Redução de Danos, bem como à Dependência Química, como a abstinência, podem ser compatíveis, conforme o plano terapêutico criado em conjunto com o usuário. As práticas voltadas à Redução de Danos são as mais aceitas atualmente, já que leva em conta o contexto de vida do usuário e as suas escolhas; contrariando a terapêutica que preconiza a abstinência como único objetivo a ser alcançado.

Análise de fluxo e processos de gestão do setor de órteses, próteses e materiais especiais em um hospital público no Rio Grande do Sul

Os sistemas de informação, ferramenta importante no planejamento e gestão de serviços de saúde são muito utilizados pelos hospitais públicos para gerenciar, controlar gastos e manter a qualidade dos serviços prestados aos usuários. Todas as fases de regulação em saúde estão ligadas a esses sistemas. Os hospitais públicos utilizam diversos materiais para prestar assistência à saúde, dentre eles encontram-se as Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME), materiais de alto custo, que geram grande impacto financeiro para o sistema de saúde. O Sistema Único de Saúde (SUS), baseado nos princípios da universalidade, integralidade e da equidade, deve promover ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. Devendo formar recursos humanos na área da saúde e incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico, necessários para o desenvolvimento do país. Neste sentido, surge a Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (PNCTIS), possibilitando novos horizontes e baseando-se no compromisso ético social de melhoria das condições de saúde da população brasileira, buscando sempre na equidade. Considerando a importância do assunto, o presente projeto tem por objetivo analisar os fluxos e processos de gestão do setor de OPME e verificar suas implicações nos custos financeiros e qualidade da assistência prestada em um hospital público no Rio Grande Do Sul. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório de natureza quantitativa e qualitativa, que utilizará como métodos de pesquisa: a pesquisa documental e entrevistas estruturadas.

O gerenciamento da informação na atenção básica à saude: o significado das ações do enfermeiro

A atuação do enfermeiro na contemporaneidade tem demandado a incorporação de novos conhecimentos e habilidades para o exercício da profissão. No campo da saúde e da enfermagem, o contexto atual do trabalho tem gerado reflexões importantes e necessárias, especialmente no que tange ao gerenciamento da informação, que pode envolver o gerenciamento de dispositivos informativos que favorecem a articulação do trabalho individual e coletivo, bem como o desenvolvimento do serviço e a efetividade do cuidado. Deste modo, a presente proposta de estudo tem por objetivo compreender o significado das ações do enfermeiro voltadas para o gerenciamento da informação na Atenção Básica à Saúde, identificando as ações voltadas para o gerenciamento da informação que são executadas pelo enfermeiro; e analisando as ações voltadas para o gerenciamento da informação neste cenário em relação às intenções do enfermeiro. Tratar-se-á de uma pesquisa de abordagem qualitativa, cujo referencial teórico-metodológico será a sociologia fenomenológica de Alfred Schutz. O campo de estudo será a Atenção Básica à Saúde, especificamente Unidades Básicas de Saúde (UBS) vinculadas à Gerência Distrital de Saúde Norte - Eixo Baltazar. A coleta de informações ocorrerá com enfermeiros, sujeitos do estudo, por meio de entrevista fenomenológica com as seguintes questões orientadoras: “Que ações voltadas para o gerenciamento da informação você vem executando na Atenção Básica?” e “O que tem em vista com essas ações?”. Com esta pesquisa, espera-se contribuir para que profissionais e gestores reflitam sobre a importância de se compreender o gerenciamento da informação na Atenção Básica à Saúde, na medida em que se busque enfrentar o desafio de exercer o gerenciamento da informação para além das novas experimentações, concentrando-se na mobilização de atitudes capazes de gerar um impacto social significativo no campo do cuidado em saúde, que permita ao profissional instituir ações permeadas pela informação......

Descentralização da formação pelo trabalho: narrativas de uma residente na contrução de itinerários pedagógicos fora dos grandes centros urbanos

Este artigo objetivou relatar as experiências vivenciadas por uma residente inserida num serviço de saúde de atenção primária, localizado numa cidade de pequeno porte do Rio Grande do Sul, durante o processo de formação no Programa de Residência Integrada em Saúde do Grupo Hospitalar Conceição (RIS/GHC). Por tratar-se da primeira experiência de descentralização da RIS/GHC para municípios de pequeno porte, esse trabalho mostra-se pertinente, uma vez que possibilita o registro e resguarda pela historicidade do Programa de Residência e a descentralização da formação pelo trabalho. Para sua realização foi utilizado o método narrativo, em que através de breves fragmentos memoriais, em formato de relatos, do cotidiano da autora na unidade de saúde, se evidenciaram os sentimentos, inquietações e reflexões provocadas pela vivência, além das possibilidades e desafios que atravessam as práticas de cuidado à saúde da população rural, resgatando o caráter subjetivo do trabalho em saúde. Através da tradução do vivido e da construção dessa história foi possível identificar os necessários movimentos de abertura ao desconhecido para a efetivação de uma formação que seja sensível ao peculiar do fazer saúde para além dos espaços dos grandes centros urbanos

Saúde Bucal na Ação Programática da Criança: indicadores e metas de um Serviço de Atenção Primária à Saúde

A primeira infância é o período ideal para introduzir bons hábitos e iniciar um programa educativo/preventivo de saúde bucal. Por ser fundamental a priorização de ações educativas voltadas a esse público na atenção primária à saúde, o Serviço de Saúde Comunitária do Grupo Hospitalar Conceição (SSC-GHC) implantou, em suas 12 Unidades de Saúde (US), uma ação programática de saúde bucal com o propósito de que todas as crianças nascidas a partir de 2010 recebam ao menos uma consulta odontológica anual, até o quarto ano de vida. Por se tratar de um projeto piloto, não houve um critério para o estabelecimento das metas de cobertura e nem diretrizes para o cumprimento das mesmas. Portanto, neste momento, passados 4 anos da inclusão do indicador da saúde bucal, faz-se necessário uma avaliação quantitativa dos resultados referentes ao alcance das metas pelas Equipes até o momento. O objetivo do presente estudo é avaliar o cumprimento das metas da Ação Programática da Criança nas US do SSC-GHC. O presente estudo consiste, em estudo analítico transversal, com abordagem quantitativa sobre a cobertura das consultas odontológicas nas 12 Unidades de Saúde do SSC-GHC em relação à Ação Programática da Criança.

Os processos do cuidado na saúde da população em situação de rua: um olhar para além das políticas públicas

O trabalho tem como proposta falar sobre as práticas de trabalho e de cuidado em atenção básica do Consultório na Rua/Pintando Saúde do Grupo Hospitalar Conceição, situado na zona norte de Porto Alegre/ RS, que começou suas atividades em 2010, visando contribuir para a ampliação do acesso aos cuidados de saúde oferecido pelo SUS para pessoas em situação de rua. O objetivo uma reflexão crítica sobre as práticas das políticas públicas para população de rua, através da produção em saúde deste serviço. A metodologia será o relato de experiência da enfermeira do serviço, descrevendo a implantação, o desenvolvimento das ações, procedimentos e resultados de alguns dados de produtividade da equipe. Os resultados que, surgiram a partir do levantamento do banco de dados da própria da equipe, mostram que a proporção de homens nas ruas é maior quando comparados com as mulheres, o acessos à rede de saúde, mesmo quando acompanhadas pelo Consultório na Rua, as emergências clinicas e psiquiátricas são menos dificultadas se comparadas à atenção primaria, pois a mesma tem entraves burocráticos para poder acessar a rede de saúde. Ao concluir percebeu-se que para fazer prática em saúde para população em situação de rua e garantir seus os direitos é preciso uma efetiva mudança no cenário atual que necessita da contribuição dos outros atores da saúde.

Análise da fisioterapia no SUS: perfil epidemiológico da Microregião Sul do Rio Grande do Sul

O Sistema Único de Saúde (SUS) vem passando por muitas mudanças, o Ministério da Saúde em 1994 criou a Estratégia de Saúde da Família (ESF) a fim de aumentar a cobertura, aproximando a saúde da população. Além da ESF a Atenção Primária conta ainda com outros componentes como o Núcleos de Apoio a Saúde da Familia(NASF), criados em 2008 a fim de apoiar/ampliar as estratégias da ESF fortalecendo a regionalização em saúde, cabendo a cada município escolher os profissionais que vão compor o seu(s) NASF, para melhor sanar suas necessidades. No entanto para promover a regionalização em saúde existem as Coordenadorias Regionais de Saúde(CRS), responsáveis por certo número de municípios. Além disso, é importante que haja registros das ações desenvovidas pelos programas de pesquisa e desenvolvimento em saúde a fim promover o desenvovimento tecnológico e contribuir para a políticas públicas de saúde. Sendo assim, o presente estudo objetiva realizar um mapeamento dos fisioterapêutas atuantes no SUS da região sul do Rio Grande do Sul para comprender melhor sua distribuição e capacidade de cobertura. A pesquisa trata-se de um estudo quantitativo do tipo análise de base documental, com amostragem referente a vinte e oito municípios pertencentes a 3ª e a 7ª CRS por serem pertencentes a região Sul, na qual a pesquisadora reside e demonstra interesse em conhecer mais fundo. Para a coleta de dados da população, o número de profissionais cadastrados, número de fisioterapeutas em hospitais e em serviços especializados, número de equipe NASF e o número de equipes NASF com fisioterapeutas utilizamos as bases de dados DATASUS e CNES. Após a busca e captura dos dados eles foram organizados no Microsoft Excel 2010. Posteriormente os municípios foram separados segundo seu número de habitantes (IBGE), verificamos então o número de fisioterapeutas para cada um mil habitantes e esses dados não superam 0,5 profissionais.

Quais os serviços de assistência social disponíveis para as mulheres que sofrem violência doméstica em Porto Alegre?

O presente projeto pretende pesquisar os serviços na área da assistência social disponíveis para as mulheres que sofrem violência doméstica em Porto Alegre. Do ponto de vista metodológico trata-se de um estudo quantitativo descritivo. A coleta de dados será feita por meio das informações disponibilizadas pelo gestor municipal através de seus órgãos de comunicação oficial e de seus planos de ação dentro do planejamento de cada secretaria e serão analisados pela identificação da natureza e tipos de atendimentos prestados em cada serviço. Com isto busca-se mapear os serviços por regiões, nomear os diferentes níveis de complexidade e apontar as ações desenvolvidas no atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica. O tema da violência doméstica contra a mulher é relevante, pois causa impacto na saúde, reduzindo a qualidade de vida da população, além de, ocasionar prejuízo nos aspectos sociais, financeiros e culturais. Entendemos que é necessário que os profissionais de diversas áreas, principalmente os da área da saúde, apropriem-se de programas, ações e serviços de atendimentos implementados no enfrentamento da Violência Doméstica na área da Assistência Social, para que possa atuar em rede, visando oferecer um atendimento integral à população.

A trajetória do SUS-Conquistas e desafios

O Sistema Único de Saúde- SUS foi elaborado a partir da necessidade de se organizar a saúde brasileira, a fim de otimizar o acesso aos serviços públicos de saúde. Os benefícios são principalmente indivíduos de uma classe econômica baixa e que não possuem condições financeiras para usufruir do atendimento hospitalar particular. O SUS garante aos brasileiros um atendimento de qualidade baseado nos seus princípios que são: universalidade, integralidade e equidade, de uma maneira simplista significam que a saúde é um direito de todos e estes direitos são assegurados pelo SUS. A reflexão destes princípios está empregada em todos os serviços disponibilizados pelo SUS que vão de vacinas até transplante de orgão. De fato os serviços de saúde pública ofertados á população do Brasil, estão longe de ser um modelo de excelência, porém com a criação do SUS em 1980 houve uma melhora significativa nos serviços prestados

Vinculação das metas institucionais ao controle social na rede pública: o plano de investimentos do Grupo Hospitalar Conceição

A idéia de descentralização da gestão em saúde pública no Brasil surge a partir da VIII Conferência Nacional de Saúde, que incluiu a participação da sociedade civil e o controle pelos usuários, na Constituição Federal de 1988. O surgimento de um modelo universal de assistência à saúde, que pressupõe a inclusão representativa da população e de trabalhadores de saúde no processo decisório e no controle dos serviços, resulta em transformações no GHC, um grupo hospitalar ligado ao MS, com atendimento 100% pelo SUS. O processo de democratização da gestão na instituição tem início em 2003, quando foram criados ou reformulados seus mecanismos de controle social , entre eles o Plano de Investimentos. A partir do ano de 2007, foi criada uma Agenda Estratégica, que estabelece as metas a serem atingidas pela instituição anualmente, em cada uma das unidades do grupo. Este trabalho tem como objetivo geral investigar a vinculação entre a aquisição de equipamentos e materiais, pelo PI, às metas institucionais estabelecidas por esta agenda, a partir da visão dos atores envolvidos, considerando seu conhecimento acerca destas metas e as prováveis dificuldades e/ou conflitos resultantes desta tentativa de vinculação, bem como o contexto de democratização da gestão no qual se insere. Assim, ao investigar o conhecimento dos indivíduos acerca destes processos, estaremos também refletindo sobre seu estágio de consciência sócio-moral e, por conseguinte, sobre a forma como eles enxergam o processo do qual participam, a empresa onde trabalham e os usuários deste sistema. O exercício da cidadania, através da gestão participativa, é um processo que se desenvolve e transforma aqueles que dele participam, em diferentes níveis de consciência moral, refletindo diretamente em suas escolhas. Neste sentido, trata-se de trazer à tona, não apenas as escolhas que os sujeitos fazem em relação ao orçamento da instituição, mas, essencialmente, o significado destas escolhas.

Bocas, câncer e subjetividades: patografias em análise

A partir da narrativa da vida doente de pessoas com câncer de boca, buscou-se compreender como adoecer se produz, as suas repercussões e as maneiras como os serviços de saúde lidam com elas. Utilizou-se a noção da patografia para construir as histórias patográficas, considerando a narrativa da vida em seus aspectos factuais e psíquicos. A boca foi tomada na expressão da bucalidade. Conceito relativo à dimensão civilizatória da propriedade daquilo que é bucal: a manducação, o erotismo e a linguagem. Os doentes foram compreendidos como sujeitos que também se produzem e são produzidos no adoecimento, encontrando novas regras de viver. Nesse sentido, trabalhou-se com o conceito de subjetividades a partir de formulações filosóficas da produção histórica de sujeito que se modulam e são modulados. As histórias patográficas dizem respeito a cinco doentes entrevistados no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Complexo Hospitalar de Heliópolis, São Paulo/SP, lugar da realização da pesquisa, e a Sigmund Freud. A partir da análise dessa patografias e da observação de campo da pesquisa, destacaram-se alguns aspectos: o entremeio do adoecer de cancêr em que a morte á tematizada na condição trágica do humano e a vida como força pulsante de criação e de modulações subjetivas; o contraponto viver-morrer e as responsabilidades dos profissionais e doentes saberem lidar com questões como as da morte anunciada e as decisões sobre o morrer dignamente; do viver perigoso que se produz na vida pulsante; da bucalidade entre o sofrimento e desejo.