ABSTRACT
Resumo O objetivo desta nota de conjuntura é analisar o desenvolvimento dos Programas Mais Médicos e Médicos pelo Brasil em áreas remotas e rurais amazônicas, apontando desafios e disputas decorrentes de implementações locais. Realizou-se levantamento bibliográfico e de dados observacionais sobre esses programas na Amazônia Legal e o provimento médico na Atenção Primária à Saúde brasileira entre 2013 e 2022. Identificou-se literatura com tendências positivas sobre o processo de trabalho, além de indicadores de cuidados primários com a implantação do Mais Médicos nessas localidades, mas que foram drasticamente afetados após a ruptura da cooperação Brasil-Cuba em 2018. Alternativas como a contratação de médicos brasileiros graduados no exterior pelo Mais Médicos e a promessa de carreira do Médicos pelo Brasil não se mostraram suficientes para garantir cobertura razoável das equipes locais. Percebe-se o esvaziamento progressivo do Mais Médicos na região sem equivalente reposição de profissionais do Médicos pelo Brasil. Reconhece-se a carência de estudos sobre o Mais Médicos na Amazônia, em especial após 2018, bem como de dados sobre os desdobramentos iniciais do Médicos pelo Brasil. Mostram-se necessários o preenchimento de lacunas e a superação dos retrocessos no provimento médico local, sob risco de perpetuação de iniquidades graves no campo da saúde.
Abstract The objective of this conjuncture note is to analyze the development of the Programs Mais Médicos and Médicos pelo Brasil in remote and rural Amazonian areas, pointing out challenges and disputes arising from local implementations. A bibliographical and observational survey was carried out on these programs in the Legal Amazon and the medical provision in the Brazilian Primary Health Care between 2013 and 2022. Literature with positive trends on the work process was identified, as well as primary care indicators with the implementation of Mais Médicos in these localities, but were drastically affected after the rupture of Brazil-Cuba cooperation in 2018. Alternatives such as hiring Brazilian physicians graduates abroad by the Mais Médicos and the promise of career of doctors in Brazil were not enough to ensure reasonable coverage of local teams. Progressive emptying is noticed in Mais Médicos in the region, without the equivalent replacement of Médicos pelo Brasil. Lack of studies is recognized on the Mais Médicos in the Amazon, especially after 2018, as well as data on the initial developments of Médicos pelo Brasil. Filling gaps and overcoming setbacks are necessary in the local medical provision, at risk of perpetuating serious inequalities in the health field.
Resumen El objetivo de esta nota coyuntural es analizar el desarrollo de los programas Mais Médicos y Médicos pelo Brasil en áreas remotas y rurales amazónicas, señalando los desafíos y disputas que surgen de las implementaciones locales. Entre 2013 y 2022 se realizó una encuesta bibliográfica y de datos observacionales sobre estos programas en la Amazonía Legal y la atención médica en la Atención Primaria de la Salud Brasileña. Se identificó literatura con tendencias positivas en el proceso de trabajo, además de indicadores de atención primaria con el despliegue de Mais Médicos en estas localidades, pero que se vieron dramáticamente afectados después de la ruptura de la cooperación Brasil-Cuba en 2018. Alternativas como la contratación de médicos brasileños graduados en el extranjero por el Mais Médicos y la promesa de carrera de Médicos pelo Brasil no han demostrado ser suficientes para asegurar una cobertura razonable de los equipos locales. Se percibe el progresivo vaciado de Mais Médicos de la región sin el equivalente reemplazo de profesionales de Médicos pelo Brasil. Se reconoce la falta de estudios sobre los Mais Médicos de la Amazonía, en particular después de 2018, así como de datos sobre los primeros despliegues de Médicos pelo Brasil. Es necesario llenar las lagunas y superar los retrocesos en la atención médica local, bajo el riesgo de perpetuación de graves iniquidades en el ámbito de la salud.
Subject(s)
Health Consortia , Health Workforce , Health Policy , Rural AreasABSTRACT
Access to reproductive health care services is critical to the life of a woman, her family, and the society as a whole. Women who live in remote hinterland Regions of Guyana experience many challenges relative to their access to reproductive health care services. This has resulted in higher rates of home deliveries, high maternal mortality rates, and higher teenage pregnancies rates than their counterparts who live in coastal settings. There is still a paucity of literature in Guyana that scientifically explored the critical issues affecting "access of reproductive health care services from the perspective of Indigenous women who live in remote hinterland regions". Aim: To identify the challenges to access to Reproductive Health care services from the prospective of women, ages 18 to 49 years who live in remote hinterland regions of Guyana. Methodo: This study was based on a sample of 85 Indigenous women, age 18 - 49 years who resided in three remote hinterland regions of Guyana. Data was collected by means of an interview schedule. Simple quantitative study analysis - Frequency distribution; Univariate and bivariate analysis; Correlation analysis - Pearson's r correlation (r) was used to determine the challenges in a wide variety of reproductive health care services. Results: Some reproductive health services were accessed on a sporadic basis by women who live in remote hinterland regions of Guyana. These include: cervical cancer screening (34%) and 91% never had a breast examination; 60% had no access to family planning and contraceptives within the last 12 months of the study. Further, 92% of respondents had obtained prenatal care at a health facility during their last pregnancy, while only 52% of reported having delivered at the health facilities where they first sought health care services from, and 28% did not have prenatal appointments at a government public health facility. Some of the challenges to access to these reproductive health services (as identified by women) including: Inadequate health facilities to allow for easy access to reproductive health care; Inadequate competent providers to provide skilled midwifery care; Unavailability or lack of consistent supply of equipment and supplies to provide for clinical and laboratory tests; Lack of consistent supply of contraceptives; Poor referral system to allow for the receipt of test results not done in the regions and for timely interventions; and lack of information and counselling services, among others. Conclusion: Many challenges exist in relation to access to a number of reproductive health care services in remote hinterland regions of Guyana. The identification of these challenges can help to validate what obtains in hinterland regions - relevant to reproductive health care services, and help to form the basis to better inform the provision and strengthening of specific and targeted interventions, policies, and services that are of high quality, and that meets the needs of women who live in remote hinterland regions of the country.
O acesso aos serviços de saúde reprodutiva é fundamental para a vida das mulher, sua família e a sociedade como um todo. As mulheres que vivem em regiões remotas do interior da Guiana enfrentam muitos desafios em relação ao acesso a serviços de saúde reprodutiva. Isso resultou em taxas mais altas de partos domiciliares, altas taxas de mortalidade materna e taxas mais altas de gravidez na adolescência do que entre aquelas que vivem em áreas costeiras. Ainda há uma escassez de literatura na Guiana que explorou cientificamente as questões críticas que afetam o "acesso a serviços de saúde reprodutiva a partir da perspectiva de mulheres indígenas que vivem em regiões remotas do interior". Objetivo: Identificar os desafios para o acesso aos serviços de saúde reprodutiva na perspectiva de mulheres de 18 a 49 anos que vivem em regiões remotas do interior da Guiana. Método: Este estudo foi baseado em uma amostra de 85 mulheres indígenas, com idades entre 18 e 49 anos, que residiam em três regiões remotas do interior da Guiana. Os dados foram coletados por meio de um roteiro estruturado. Análise de estudo quantitativo simples - Distribuição de frequência; Análise univariada e bivariada; Análise de correlação - A correlação r de Pearson (r) foi usada para determinar os desafios em uma ampla variedade de serviços de saúde reprodutiva. Resultados: Alguns serviços de saúde reprodutiva foram acessados esporadicamente por mulheres que vivem em regiões remotas do interior da Guiana. Estes incluem: rastreio do cancer do colo do útero (34%) e 91% nunca fizeram um exame de mama; 60% não tiveram acesso a planejamento familiar e contraceptivos nos últimos 12 meses anteriores ao estudo. Além disso, 92% das entrevistadas obtiveram atendimento pré-natal em uma unidade de saúde durante a última gravidez, enquanto apenas 52% relataram ter feito o parto nas unidades de saúde onde procuraram pela primeira vez e 28% não tiveram consultas de pré-natal em unidade de saúde pública. Alguns dos desafios para o acesso a esses serviços de saúde reprodutiva (conforme identificados pelas mulheres) incluem: instalações de saúde inadequadas para facilitar o acesso aos cuidados de saúde reprodutiva; provedores competentes inadequados para fornecer cuidados obstétricos qualificados; indisponibilidade ou falta de fornecimento consistente de equipamentos e insumos para realização de exames clínicos e laboratoriais; falta de fornecimento consistente de contraceptivos; sistema de encaminhamento deficiente para permitir o recebimento de resultados de exames não realizados nas regiões e para intervenções oportunas; e falta de serviços de informação e aconselhamento, entre outros. Conclusão: Existem muitos desafios em relação ao acesso a vários serviços de saúde reprodutiva em regiões remotas do interior da Guiana. A identificação desses desafios pode ajudar a validar o que se obtém nas regiões do interior, relevantes para os serviços de saúde reprodutiva, além de ajudar a formar a base para melhorar o fornecimento de informações e o fortalecimento de intervenções, de políticas e serviços específicos, e que atendam às necessidades de mulheres que vivem em regiões remotas do interior do país.
Subject(s)
Humans , Female , PregnancyABSTRACT
Access to reproductive health care services is critical to the life of a woman, her family, and the society as a whole. Women who live in remote hinterland Regions of Guyana experience many challenges relative to their access to reproductive health care services. This has resulted in higher rates of home deliveries, high maternal mortality rates, and higher teenage pregnancies rates than their counterparts who live in coastal settings. There is still a paucity of literature in Guyana that scientifically explored the critical issues affecting "access of reproductive health care services from the perspective of Indigenous women who live in remote hinterland regions". Aim: To identify the challenges to access to Reproductive Health care services from the prospective of women, ages 18 to 49 years who live in remote hinterland regions of Guyana. Methodo: This study was based on a sample of 85 Indigenous women, age 18 - 49 years who resided in three remote hinterland regions of Guyana. Data was collected by means of an interview schedule. Simple quantitative study analysis - Frequency distribution; Univariate and bivariate analysis; Correlation analysis - Pearson's r correlation (r) was used to determine the challenges in a wide variety of reproductive health care services. Results: Some reproductive health services were accessed on a sporadic basis by women who live in remote hinterland regions of Guyana. These include: cervical cancer screening (34%) and 91% never had a breast examination; 60% had no access to family planning and contraceptives within the last 12 months of the study. Further, 92% of respondents had obtained prenatal care at a health facility during their last pregnancy, while only 52% of reported having delivered at the health facilities where they first sought health care services from, and 28% did not have prenatal appointments at a government public health facility. Some of the challenges to access to these reproductive health services (as identified by women) including: Inadequate health facilities to allow for easy access to reproductive health care; Inadequate competent providers to provide skilled midwifery care; Unavailability or lack of consistent supply of equipment and supplies to provide for clinical and laboratory tests; Lack of consistent supply of contraceptives; Poor referral system to allow for the receipt of test results not done in the regions and for timely interventions; and lack of information and counselling services, among others. Conclusion: Many challenges exist in relation to access to a number of reproductive health care services in remote hinterland regions of Guyana. The identification of these challenges can help to validate what obtains in hinterland regions - relevant to reproductive health care services, and help to form the basis to better inform the provision and strengthening of specific and targeted interventions, policies, and services that are of high quality, and that meets the needs of women who live in remote hinterland regions of the country.
O acesso aos serviços de saúde reprodutiva é fundamental para a vida das mulher, sua família e a sociedade como um todo. As mulheres que vivem em regiões remotas do interior da Guiana enfrentam muitos desafios em relação ao acesso a serviços de saúde reprodutiva. Isso resultou em taxas mais altas de partos domiciliares, altas taxas de mortalidade materna e taxas mais altas de gravidez na adolescência do que entre aquelas que vivem em áreas costeiras. Ainda há uma escassez de literatura na Guiana que explorou cientificamente as questões críticas que afetam o "acesso a serviços de saúde reprodutiva a partir da perspectiva de mulheres indígenas que vivem em regiões remotas do interior". Objetivo: Identificar os desafios para o acesso aos serviços de saúde reprodutiva na perspectiva de mulheres de 18 a 49 anos que vivem em regiões remotas do interior da Guiana. Método: Este estudo foi baseado em uma amostra de 85 mulheres indígenas, com idades entre 18 e 49 anos, que residiam em três regiões remotas do interior da Guiana. Os dados foram coletados por meio de um roteiro estruturado. Análise de estudo quantitativo simples - Distribuição de frequência; Análise univariada e bivariada; Análise de correlação - A correlação r de Pearson (r) foi usada para determinar os desafios em uma ampla variedade de serviços de saúde reprodutiva. Resultados: Alguns serviços de saúde reprodutiva foram acessados esporadicamente por mulheres que vivem em regiões remotas do interior da Guiana. Estes incluem: rastreio do cancer do colo do útero (34%) e 91% nunca fizeram um exame de mama; 60% não tiveram acesso a planejamento familiar e contraceptivos nos últimos 12 meses anteriores ao estudo. Além disso, 92% das entrevistadas obtiveram atendimento pré-natal em uma unidade de saúde durante a última gravidez, enquanto apenas 52% relataram ter feito o parto nas unidades de saúde onde procuraram pela primeira vez e 28% não tiveram consultas de pré-natal em unidade de saúde pública. Alguns dos desafios para o acesso a esses serviços de saúde reprodutiva (conforme identificados pelas mulheres) incluem: instalações de saúde inadequadas para facilitar o acesso aos cuidados de saúde reprodutiva; provedores competentes inadequados para fornecer cuidados obstétricos qualificados; indisponibilidade ou falta de fornecimento consistente de equipamentos e insumos para realização de exames clínicos e laboratoriais; falta de fornecimento consistente de contraceptivos; sistema de encaminhamento deficiente para permitir o recebimento de resultados de exames não realizados nas regiões e para intervenções oportunas; e falta de serviços de informação e aconselhamento, entre outros. Conclusão: Existem muitos desafios em relação ao acesso a vários serviços de saúde reprodutiva em regiões remotas do interior da Guiana. A identificação desses desafios pode ajudar a validar o que se obtém nas regiões do interior, relevantes para os serviços de saúde reprodutiva, além de ajudar a formar a base para melhorar o fornecimento de informações e o fortalecimento de intervenções, de políticas e serviços específicos, e que atendam às necessidades de mulheres que vivem em regiões remotas do interior do país.
Subject(s)
Humans , Female , Adolescent , Adult , Women's Health , Reproductive Health Services , Remote Areas , Health Services AccessibilityABSTRACT
RESUMEN En 2016 comenzó en Colombia la implantación de un nuevo modelo de salud con foco en la atención primaria, siendo Guainía, en la Amazonía colombiana, la primera región en iniciar el test piloto. El objetivo de este estudio fue comprender el cotidiano de implementación de la atención primaria, en el marco del Modelo Integral de Atención en Salud, desde la perspectiva de indígenas y profesionales de la salud en Guainía, Colombia. Se trata de un estudio de caso único, con abordaje cualitativo, fundamentado en la sociología comprensiva del cotidiano. Los datos, recolectados mediante observación directa y entrevistas semiestructuradas con 26 profesionales de salud y 22 usuarios indígenas, fueron sometidos a análisis de contenido temático. Emergieron cinco categorías: 'vivir en el puesto', 'resolver solo', 'el desafío de la cobertura territorial', 'comisiones de salud: solventando vacíos' y 'apoyo de líderes locales'. A pesar de la propuesta reestructurante traída por el nuevo modelo, se evidenció en el cotidiano la persistencia de un enfoque asistencialista y basado en la lógica curativista en la prestación de los servicios. Aunque los atributos de la atención primaria se ven comprometidos, se identificaron acciones cotidianas que pueden favorecer la integralidad en la atención y aportar a una transición exitosa.
ABSTRACT In 2016, the implementation of a new health model focused on primary health care began in Colombia, being Guainía, in the Colombian Amazon, the first region to start the pilot test. The objective of this study was to understand the daily implementation of primary care, within the framework of the Comprehensive Health Care Model, from the perspective of indigenous people and health professionals, in Guainía, Colombia This is a single case study with a qualitative approach, based on the comprehensive sociology of everyday life. The data, collected through direct observation and semi-structured interviews with 26 health professionals and 22 indigenous users, were subjected to thematic content analysis. Five categories emerged: 'living at the post', 'solving alone', 'the challenge of territorial coverage', 'health commissions: filling gaps' and 'support from local leaders'. Despite of the restructuring proposal brought by the new model, the persistence of a care approach based on curativist logic in the provision of services was evidenced in daily life. Although the attributes of primary care are compromised, daily actions that can favor comprehensive care and contribute to a successful transition were identified.
ABSTRACT
Access to reproductive health care services is critical to the life of a woman, her family, and the society as a whole. Women who live in remote hinterland Regions of Guyana experience many challenges relative to their access to reproductive health care services. This has resulted in higher rates of home deliveries, high maternal mortality rates, and higher teenage pregnancies rates than their counterparts who live in coastal settings. There is still a paucity of literature in Guyana that scientifically explored the critical issues affecting "access of reproductive health care services from the perspective of Indigenous women who live in remote hinterland regions". Aim: To identify the challenges to access to Reproductive Health care services from the prospective of women, ages 18 to 49 years who live in remote hinterland regions of Guyana. Methodo: This study was based on a sample of 85 Indigenous women, age 18 - 49 years who resided in three remote hinterland regions of Guyana. Data was collected by means of an interview schedule. Simple quantitative study analysis - Frequency distribution; Univariate and bivariate analysis; Correlation analysis - Pearson's r correlation (r) was used to determine the challenges in a wide variety of reproductive health care services. Results: Some reproductive health services were accessed on a sporadic basis by women who live in remote hinterland regions of Guyana. These include: cervical cancer screening (34%) and 91% never had a breast examination; 60% had no access to family planning and contraceptives within the last 12 months of the study. Further, 92% of respondents had obtained prenatal care at a health facility during their last pregnancy, while only 52% of reported having delivered at the health facilities where they first sought health care services from, and 28% did not have prenatal appointments at a government public health facility. Some of the challenges to access to these reproductive health services (as identified by women) including: Inadequate health facilities to allow for easy access to reproductive health care; Inadequate competent providers to provide skilled midwifery care; Unavailability or lack of consistent supply of equipment and supplies to provide for clinical and laboratory tests; Lack of consistent supply of contraceptives; Poor referral system to allow for the receipt of test results not done in the regions and for timely interventions; and lack of information and counselling services, among others. Conclusion: Many challenges exist in relation to access to a number of reproductive health care services in remote hinterland regions of Guyana. The identification of these challenges can help to validate what obtains in hinterland regions - relevant to reproductive health care services, and help to form the basis to better inform the provision and strengthening of specific and targeted interventions, policies, and services that are of high quality, and that meets the needs of women who live in remote hinterland regions of the country
O acesso aos serviços de saúde reprodutiva é fundamental para a vida das mulher, sua família e a sociedade como um todo. As mulheres que vivem em regiões remotas do interior da Guiana enfrentam muitos desafios em relação ao acesso a serviços de saúde reprodutiva. Isso resultou em taxas mais altas de partos domiciliares, altas taxas de mortalidade materna e taxas mais altas de gravidez na adolescência do que entre aquelas que vivem em áreas costeiras. Ainda há uma escassez de literatura na Guiana que explorou cientificamente as questões críticas que afetam o "acesso a serviços de saúde reprodutiva a partir da perspectiva de mulheres indígenas que vivem em regiões remotas do interior". Objetivo: Identificar os desafios para o acesso aos serviços de saúde reprodutiva na perspectiva de mulheres de 18 a 49 anos que vivem em regiões remotas do interior da Guiana. Método: Este estudo foi baseado em uma amostra de 85 mulheres indígenas, com idades entre 18 e 49 anos, que residiam em três regiões remotas do interior da Guiana. Os dados foram coletados por meio de um roteiro estruturado. Análise de estudo quantitativo simples - Distribuição de frequência; Análise univariada e bivariada; Análise de correlação - A correlação r de Pearson (r) foi usada para determinar os desafios em uma ampla variedade de serviços de saúde reprodutiva. Resultados: Alguns serviços de saúde reprodutiva foram acessados esporadicamente por mulheres que vivem em regiões remotas do interior da Guiana. Estes incluem: rastreio do cancer do colo do útero (34%) e 91% nunca fizeram um exame de mama; 60% não tiveram acesso a planejamento familiar e contraceptivos nos últimos 12 meses anteriores ao estudo. Além disso, 92% das entrevistadas obtiveram atendimento pré-natal em uma unidade de saúde durante a última gravidez, enquanto apenas 52% relataram ter feito o parto nas unidades de saúde onde procuraram pela primeira vez e 28% não tiveram consultas de pré-natal em unidade de saúde pública. Alguns dos desafios para o acesso a esses serviços de saúde reprodutiva (conforme identificados pelas mulheres) incluem: instalações de saúde inadequadas para facilitar o acesso aos cuidados de saúde reprodutiva; provedores competentes inadequados para fornecer cuidados obstétricos qualificados; indisponibilidade ou falta de fornecimento consistente de equipamentos e insumos para realização de exames clínicos e laboratoriais; falta de fornecimento consistente de contraceptivos; sistema de encaminhamento deficiente para permitir o recebimento de resultados de exames não realizados nas regiões e para intervenções oportunas; e falta de serviços de informação e aconselhamento, entre outros. Conclusão: Existem muitos desafios em relação ao acesso a vários serviços de saúde reprodutiva em regiões remotas do interior da Guiana. A identificação desses desafios pode ajudar a validar o que se obtém nas regiões do interior, relevantes para os serviços de saúde reprodutiva, além de ajudar a formar a base para melhorar o fornecimento de informações e o fortalecimento de intervenções, de políticas e serviços específicos, e que atendam às necessidades de mulheres que vivem em regiões remotas do interior do país
Subject(s)
Humans , Female , Adolescent , Adult , Middle Aged , Reproductive Health Services , Maternal Health , Remote Areas , Health Services AccessibilityABSTRACT
Este artigo busca analisar a supervisão acadêmica do Grupo Especial de Supervisão (GES) do Programa Mais Médicos (PMM) em áreas remotas e territórios indígenas da Amazônia Legal, com foco na realidade dos profissionais dessas localidades e nas possibilidades de suporte pedagógico para regiões de difícil acesso. O trabalho foi desenvolvido a partir de entrevistas semiestruturadas com médicos do PMM e da narrativa autobiográfica da pesquisadora. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo textual, que resultou em três categorias: o "ser médico" do PMM (trajetórias, expectativas e perspectivas de trabalho); a contextualização do trabalho médico nas áreas indígenas e remotas da Amazônia Legal; e as características de funcionamento da supervisão acadêmica do GES/PMM que a tornam "especial" e fundamental para o país. A pesquisa, com isso, ajudou na compreensão da realidade da região, dos desafios enfrentados pelos profissionais e supervisores edas possibilidades de aprimoramento do suporte pedagógico para o PMM e outros programas de provimento médico. Por fim, discute-se o imperativo das questões estruturais de trabalho e vida nesses locais sobre o alcance real da supervisão, o que exige dela uma postura crítica e engajada por melhorias para a região.
The article seeks to analyze the academic supervision of the Special Supervision Group (GES, in Portuguese) from the More Doctors Program (PMMin Portuguese) in remote areas and indigenous territories of the Legal Amazon, focusing on the reality of professionals in these locations and the possibilities of pedagogical support for regions of difficult access. The work was developed from semi-structured interviews with PMM doctors and the autobiographical narrative of the researcher. The data were subjected to textual content analysis, which yielded three categories: the PMM's "being a doctor" (trajectories, expectations, and work perspectives); the contextualization of medical work in indigenous and remote areas of the Legal Amazon; and the characteristics of the GES/PMM's academic supervision functioning that distinguish it as "special" and fundamental to the country.The research thereby helped in understanding the reality of the region, the challenges faced by practitioners and supervisors, and the possibilities for improving pedagogical support for the PMM and other medical provider programs. Finally, it discusses the imperative of the structural issues of work and life in these places on the actual scope of supervision, which requires it to take a critical and engaged stance for improvements in the region.