Intraoperative Ultrasonography in Neurosurgery: Experience of an Institution / Ultrassonografia intraoperatória em neurocirurgia: Experiência de uma instituição

Objective Intraoperative ultrasound (IOUS) is an imaging method that can be used in various neurosurgical procedures. It assists in the removal of brain tumors, hematomas, in the insertion of ventricular catheters, and in spinal and peripheral nerve surgeries. The original studies using IOUS were performed with devices that produced lower-quality images, generating little interest in their use. The introduction of ultrasound devices that yielded higher-quality images associated with a relative low cost and ease of use rendered IOUS attractive. Thus, we started using it in multiple neurosurgical procedures, studying its practicality, efficacy and limitations. Materials and methods A retrospective case study on the use of IOUS in neurosurgery from August 2014 to December 2020 at a single institution, evaluating its practicality, efficacy and limitations. Results A total of 127 IOUS scans were performed in 112 patients aged 19 to 83 (mean: 53.8) years: 106 scans of the brain, 4 of the spinal cord, and 2 of the peripheral nerves. Brain tumors were the majority, with 86 cases (67.8%). The IOUS was unsatisfactory in 9 cases (7.1%), and there were no cases of infection related to the IOUS. Conclusion The IOUS is a dynamic, safe, and practical exam. It can be performed in a few minutes and repeated several times during the surgical procedure. It enables surgeons to observe the pulsation of tissues and vessels, the displacement of lumps in liquid collections, and to monitor the drainage of cysts and collections, in vivid, interactive and real-time images.

Objetivo A ultrassonografia intraoperatória (USIO) é um método de imagem que pode ser utilizado em vários procedimentos neurocirúrgicos. Auxilia na remoção de tumores cerebrais, hematomas, no implante de cateteres ventriculares, e em cirurgias espinhais e de nervos periféricos. Os estudos iniciais com a USIO eram realizados com aparelhos que disponibilizavam imagens de baixa qualidade, o que gerava pouco interesse no seu uso. Com o desenvolvimento de aparelhos de ultrassom que produziam imagens de melhor qualidade, eram de fácil manuseio e tinham relativo baixo custo, reacendeu-se o interesse na USIO. Por este motivo, iniciamos a utilização da USIO em múltiplos procedimentos neurocirúrgicos, e estudamos sua praticidade, eficácia e limitações. Materiais e métodos Estudo retrospectivo dos casos em que a USIO foi utilizada em neurocirurgia de agosto de 2014 a dezembro de 2020 em uma só instituição, com a avaliação de sua praticidade, eficácia e limitações. Resultados Foram realizadas 127 USIOs em 112 pacientes com idades entre 19 e 83 (média: 53,8) anos, 106 no encéfalo, 4 em medula espinhal, e 2 em nervo periférico. Os tumores cerebrais foram a maioria, com 86 casos (67,8%). A USIO foi insatisfatória em 9 casos (7,1%), e não houve casos de infecção relacionada à USIO. Conclusões A USIO é um exame dinâmico, seguro e prático. Pode ser feito em poucos minutos e repetido várias vezes durante o procedimento cirúrgico. É possível observar a pulsação dos tecidos e vasos, o deslocamento de grumos em coleções líquidas, e acompanhar a drenagem de cistos e coleções, em imagens vivas, interativas e em tempo real.

Intracranial and spinal ependymoma: series at Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo / Ependimoma craniano e de medula espinhal: casuística da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

OBJECTIVE: Ependymomas are rare intracranial neuroepithelial tumors and the most common location is intramedullary. The aim was to analyze the characteristics of these tumors to determine the patients' overall survival and the likelihood of recurrence. METHOD: Data of clinical presentation, tumor location, duration of symptoms, degree of resection and complementary treatment of 34 patients with intracranial ependymoma and 31 with intramedullary ependymoma who underwent surgery in the last ten years were collected and correlated with the recurrence time and overall survival. RESULTS: There was statistically significant correlation between the degree of resection and intracranial tumor location, although it is not a hallmark of recurrence. Data analyses of intramedullary ependymoma did not show correlation with overall survival and likelihood of recurrence. CONCLUSION: The location of the intracranial tumor is connected with the degree of resection; however it is not a predictive factor to overall survival.

OBJETIVO: Os ependimomas são tumores neuroepiteliais raros na localização intracraniana, porém um dos mais freqüentes na medula espinhal. Os autores analisaram as características destes tumores para determinar a sobrevida e probabilidade de recidiva nos pacientes. MÉTODO: Elementos da apresentação clínica, localização da lesão, duração de sintomatologia, grau de ressecção e tratamento complementar de 34 doentes com ependimoma intracraniano e 31 de medula espinhal operados nos últimos dez anos foram revisados e correlacionados com o período para a ocorrência da recidiva e a sobrevida. RESULTADOS: Houve correlação estatística apenas entre o grau da ressecção e a localização dos ependimomas intracranianos, embora, este não se tenha mostrado um marcador de recidiva. A avaliação dos dados clínicos dos pacientes com ependimoma medular não permitiu definir correlação com a sobrevida e sobre a probabilidade de recorrência. CONCLUSÃO: A localização do tumor intracraniano está relacionada ao grau de ressecção, entretanto isso não foi um fator preditivo para a sobrevida.