ABSTRACT
O fator mais importante na intoxicaçäo digitálica é o seu reconhecimento. A intoxicaçäo continua sendo comum e de difícil confirmaçao. Isto se deve às semelhanças existentes entre arritmias, sintomas geraos pela intoxicaçäo digitálica e doença cardíaca de base. Além disso, os níveis plasmáticos terapêuticos da digoxina apresentam alto grau de variabilidade e muitas vezes sobrepöm-se aos da toxicidade, näo servindo, portanto, como parâmetro diagnóstico, especialmente na emergência. A intoxicaçäo pela digital, complicaçäo potencialmente fatal, inclui também os pacientes que ingerem doses maciças na medicaçäo intencional ou acidentalmente. A terapia convencional continua sendo a reposiçäo de potássio sempre que necessário, objetivando manter nível plasmático igual ou superior a 4 mEq/l, o controle dos níveis do magnésio e cálcio, correçäo do balanço hídrico e ácido-básico, bem como a adminstraçäo de antiarrítmicos apropriados ou a instalaçäo de marcapasso temporário. A aquisiçäo terapêutica mais recente é o uso de anticorpo antidigoxina (Fab), que apesar do seu alto custo, quando bem indicado, constitui tratamento efetivo. O objetivo deste artigo é rever o mecanismo de açäo da digital, realçar as manifestaçöes cardíacas e extracardíacas da intoxicaçäo, rever a importância da determinaçäo dos níveis séricos da digital e as alternativas terapêuticas.