RESUMEN
Esta pesquisa teve por objetivo analisar e comparar os fatores físicos, psicológicos e sociais que podem levar a alterações na saúde bucal de dependentes químicos. A metodologia utilizada foi qualitativa, preocupando-se com a interpretação cientíica de dados psicossociais. O universo foi de nove pacientes da Clínica Aldeia Alcool, Drogas e Compulsões, Niterói/RJ (grupo I) e, dez pacientes do CREDEQ - Centro de Reabilitação de Dependência Química, Rio de Janeiro/RJ (grupo II). Foram realizadas discussões em grupo e entrevistas relativas à saúde bucal, ao uso de drogas e indicadores sociais; além de exames clínicos. A análise utilizou aspectos individuais e coletivos dos sujeitos, comparando os grupos I e II. Foi observado que o grupo I apresentou médias de escolaridade e renda familiar maiores que as do grupo II. O exame clínico mostrou que as alterações mais frequente foram bruxismo e a xerostomia. A saúde bucal esteve associada às relações, problemas de estômago, halitose e estética. Xerostomia, bruxismo, hipoestesia e dor foram as principais mudanças notadas pelos entrevistados durante sua dependência. O descaso com a saúde bucal foi relatado por quase todos os entrevistados. A estética e os danos na cavidade bucal causam insatisfação em ambos os grupos, contudo este índice foi maior no II. Concluiu-se que a saúde bucal esteve principalmente associada à estética, vista pelo dependente como fundamental à sua reintegração na sociedade. A precariedade da saúde bucal, em ambos os grupos, pode estar relacionada ao descaso com a higiene corporal provocado pelo uso abusivo de drogas