RESUMEN
Em uma amostra com 552 trabalhadores de uma universidade pública do interior do estado de São Paulo, realizou-se um estudo epidemiológico de corte transversal, objetivando estimar a prevalência anual de Suspeição para Transtornos Mentais (STM). Foi utilizado o Questionário de Morbidade Psiquiátrica de Adultos-QMPA (SANTANA, 1982) em versão validada para uso em população trabalhadora (GUIMARÃES, 1992). Encontrou-se uma prevalência anual de 35% de STM. Associações estatisticamente significativas foram obtidas entre STM e: gênero (p = 0,01); estado civil (p = 0,05); religião (p = 0,05); renda familiar (p = 0,01); maior número de faltas/mês (p = 0,00). Não foram encontradas associações estatisticamente significativas entre STM e: idade, escolaridade, local de trabalho. Obteve-se somente uma tendência à associação entre STM e mudança de local de trabalho no último ano (p = 0,08). A alta prevalência de STM encontrada alerta para a magnitude do problema na organização, evidenciando a urgência da implantação de medidas preventivas relativas aos fatores psicossociais de risco e a necessidade de intervenções adequadas para o enfrentamento dos mesmos.
In a cross-sectional study designed to assess the annual prevalence of Suspected Cases of Mental Disorders (SCMD), the Adult Psychiatric Morbidity Questionnaire (QMPA; (Santana, 1982) adapted to the Brazilian working population (Guimarães, 1992) was administered to a stratified sample of 552 university workers from a State University in the city of Campinas, São Paulo. The annual prevalence of SCMD was 35%. Moreover, SCMD were significantly associated with gender (p=0.01), marital status (p=0.05), religion (p=0.05), income (p-0.01), absenteeism from work (p=0.00) on one hand; and not associated with age, education, on the other. The results showed only a tendency of association between SCMD and the changing of workplace during the previous year.(p=0.08). The high prevalence of SCMD highlights the magnitude of the problem and emphasizes the urgent need of correct preventive measures, actions and interventions to cope with the psychosocial risk factors.