RESUMO
Introdução: o ombro do jogador de voleibol é suscetível a lesões resultantes de sobrecargas biomecânicas e movimentos repetitivos. As frequentes queixas de dor nessa articulação evidenciam o elevado volume de ações motoras unilaterais em alta velocidade acima da cabeça, atingindo o manguito rotador (MR) e gerando limitação funcional na prática desportiva. As tendinopatias do MR, formado pelos músculos subescapular, redondo menor, infraespinhal e supraespinhal, atingem comumente os tendões do supraespinhal e do infraespinhal. Objetivo: descrever as condutas cinesioterapêuticas utilizadas no tratamento das tendinopatias do MR em atletas de voleibol de quadra. Metodologia: pesquisaram-se as bases de dados MEDLINE, SciELO e BVS. Descritores: lesões do ombro, manguito rotador, atletas, voleibol e Terapia por Exercício (pesquisados em inglês), associados dois a dois ou três a três, dentre os quais o termo atletas ou voleibol sempre foi mantido. Foram incluídos artigos de revisão, artigos originais, ensaios clínicos e estudos de coorte publicados em português e inglês, entre os anos de 2009 e 2019. Resultados: inicialmente a busca resultou em 480 artigos. Após o processo de seleção, seis estudos foram revisados na íntegra e incluídos na síntese qualitativa. Conclusão: as principais condutas cinesioterapêuticas descritas foram: fortalecimento dos rotadores externos, dos músculos do tronco, da coluna e periescapulares, alongamento da região posterior do ombro e mobilizações articulares.
Introduction: the volleyball player's shoulder is susceptible to injuries resulting from biomechanical overloads and repetitive movements. The frequent complaints of pain in this joint highlight the high volume of unilateral motor actions at high speed above the head, reaching the rotator cuff (RC) and generating functional limitation in sports. RC tendinopathies, formed by the subscapularis, teres minor, infraspinatus and supraspinatus muscles, commonly affect the supraspinatus and infraspinatus tendons. Objective: to describe the kinesiotherapeutic conducts used in the treatment of RC tendinopathies in indoor volleyball athletes. Methodology: MEDLINE, SciELO and VHL databases were searched. Descriptors: shoulder injuries, rotator cuff, athletes, volleyball and Exercise Therapy (searched in English), associated two by two or three by three, among which the term athletes or volleyball was always maintained. Review articles, original articles, clinical trials and cohort studies published in Portuguese and English between 2009 and 2019 were included. Results: initially the search resulted in 480 articles. After the selection process, six studies were fully reviewed and included in the qualitative synthesis. Conclusion: the main kinesiotherapeutic procedures described were strengthening of the external rotators, trunk, spine and periscapular muscles, stretching of the posterior region of the shoulder and joint mobilizations.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Manguito Rotador , Voleibol , Atletas , Lesões do OmbroRESUMO
Introduction: curved and hooked acromia play a key role in shoulder impingement syndrome. Little is known about acromial type in the Brazilian population. Aim: To describe the acromial profile of Brazilian young adults; to evaluate its correlation with gender and handedness and the occurrence of symmetry between the genders. Methodology: forty acromia in 20 Brazilian adults of both genders, aged 21-25 years, were studied. The acromial type was classified through the Bigliani/Epstein method using radiographs in supraspinatus outlet view. Results: as there was no gender difference in occurrences of acromial type, we considered the male and female groups together. Thus, among the 20 right acromia, we found 5 type I (25%), 8 type II (40%) and 7 type III (35%). Among the 20 left acromia, we found 4 type I (20%), 11 type II (55%) and 5 type III (25%). The only left-handed volunteer (100%) presented acromial type III in both the right and the left shoulder. Among the 19 right-handed volunteers, 5 (26.3%) presented right acromion type I, 8 (42.1%) had type II and 6 (31.6%) had type III; for the left acromion, 4 (21.1%) presented type I, 11 (57.9%) had type II and 4 (21.1%) had type III. Acromial symmetry occurred in 60% of females and 70% of males. Conclusion: type II acromion was predominant, in both the right and the left shoulder in Brazilian young adults. There was no correlation between acromial type and gender. It was not possible to analyze the correlation between acromial type and handedness. Acromial type tended to be symmetrical in our sample.
Introdução: o acrômio curvo e gancho desempenham um papel fundamental na Síndrome do impacto do ombro. Pouco se sabe sobre o tipo acromial na população brasileira. Objetivo: descrever o perfil do tipo acromial em adultos jovens brasileiros e avaliar sua correlação com o gênero e a lateralidade e a ocorrência de simetria entre os sexos. Metodologia: foram estudados 40 acrômios de 20 adultos brasileiros, de ambos os sexos, com idade entre 21 e 25 anos. O tipo acromial foi classificado pelo método de Bigliani/ Epstein nas radiografias de perfil de escápula. Resultados: como não houve diferença na ocorrência do tipo acromial quanto ao gênero, consideramos os grupos masculino e feminino juntos. Assim, dos 20 acrômios direitos, foram encontrados 5 (25%) do tipo I, 8 (40%) do tipo II e 7 (35%) do tipo III, enquanto que dos 20 acrômios esquerdos, foram encontrados 4 (20%) tipo I, 11 (55%) tipo II e 5 (25%) tipo III. O único voluntário canhoto (100%) apresentou para o ombro direito e esquerdo o tipo acromial III. Dos 19 voluntários destros, 5 (26,3%) apresentavam acrômio direito tipo I, 8 (42,1%) tipo II e 6 (31,6%) tipo III; para o acrômio esquerdo, 4 (21,1%) apresentavam tipo I, 11 (57,9%) tipo II e 4 (21,1%) tipo III. A simetria acromial ocorreu nos grupos feminino (60%) e masculino (70%). Conclusão: o acrômio tipo II foi o mais predominante para os ombros direito e esquerdo em adultos jovens brasileiros. Não houve correlação entre o tipo de acromial e o gênero. Não foi possível analisar a correlação entre o tipo acromial e a lateralidade. O tipo acromial tende a ser simétrico em na amostra estudada.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Escápula , Ombro , Síndrome de Colisão do Ombro , Dor de Ombro , Lesões do Manguito Rotador , Identidade de Gênero , Lateralidade FuncionalRESUMO
Introdução: em 1875, Hamilton identificou o formato do acrômio como uma etiologia de dor no ombro. Neer, em 1972, descreveu a síndrome do impacto no ombro como uma relação de causa e efeito entre a morfologia do acrômio e o impacto subacromial. Em 1986, Bigliani et al. apresentaram um esquema de classificação do acrômio de acordo com o formato de sua superfície inferior: plano (tipo I), curvo (tipo II) e gancho (tipo III). Em 1993, Epstein et al. proporam que o acrômio tipo II apresentaria um declive em seu terço médio e o tipo III no seu terço anterior. Objetivo: avaliar a reprodutibilidade/confiabilidade interavaliador do método de Bigliani et al. (1986) refinado por Espstein et al. (1993) para a classificação do tipo acromial. Metodologia: casuística composta por 20 voluntários brasileiros, de ambos os gêneros, entre 21-25 anos. A incidência radiográfica utilizada para visualizar o formato do acrômio foi perfil de escápula. O tipo acromial foi classificado por três avaliadores. A reprodutibilidade e confiabilidade foram avaliadas pelo teste McNemar e pelo índice Kappa. Resultados: teste de McNemar com p > 0,05; índice Kappa entre 0,61 e 0,8; e probabilidade de significância p de Kappa < 0,05 confirmam a muito boa reprodutibilidade e confiabilidade do método para classificação do tipo acromial entre os três avaliadores. Conclusão: o método de Bigliani et al. (1986) refinado por Epstein et al. (1993) para classificação do tipo acromial mostrou concordância entre todos os avaliadores confirmando a muito boa reprodutibilidade e confiabilidade entre os avaliadores do estudo.
Introduction: in 1875, Hamilton identified that acromion shape was an etiology for shoulder pain. In 1972, Neer described shoulder impact syndrome as a cause and effect relationship between acromion morphology and subacromial impact. In 1986, Bigliani et al. presented an acromion classification scheme according to the shape of its lower surface: flat (type I), curved (type II) and hook (type III). In 1993, Epstein et al. proposed that the type II acromion would have a slope in its middle third and type III in its anterior third. Objective: to evaluate the inter-rater reproducibility and reliability of the method of Bigliani et al. (1986) for classifying acromial type, as refined by Epstein et al. (1993). Methodology: this was a case series composed of 20 Brazilian volunteers of both genders, aged 21-25 years. The shape of the acromion was visualized radiographically using the supraspinatus outlet view. Acromial type was classified by three evaluators. Reproducibility and reliability were assessed using the McNemar test and kappa index. Results: the McNemar test showed probability p > 0.05 and the kappa index was between 0.61 and 0.8 significant result: p < 0.05. These confirmed that this method had very good reproducibility and reliability for classifying acromial type among the three evaluators. Conclusion: the method of Bigliani et al. (1986) for classifying acromial type, as refined by Epstein et al. (1993) showed agreement among all the evaluators. This confirmed that there was very good reproducibility and reliability among the evaluators of this study.