RESUMO
Como parte das atividades de treinamento de um grupo de monitores do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeiräo Preto (USP), foram realizada uma investigaçäo sobre a adequaçäo do uso profilático de imunoglobulina, humana antitetânica (IGHAT) na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas da mesma Faculdade, durante o período compreendido entre junho de 1987 e setembro de 1988. Numa amostra de 74 pacientes que receberam IGHAT foram investigados o tipo de lesäo que motivou o atendimento, as condiçöes da mesma no momento do acidente e na chagada ao hospital, ocorrência de interrogatório do responsável pelo atendimento sobre antecedentes vacinais e sobre medidas de assepsia adotadas por ocasiiao do ferimento. Observou-se que pouca atençäo foi dada às variáveis que definem a necessidade de aplicaçäo profilática de IGHAT (antecedentes vacinais e tipo condiçöes da lesäo), fazendo com que aplicaçöes desnecessárias tenham ocorrido em 61,1% dos casos, com proporçöes variáveis segundo a clínica e o nível de formaçäo da pessoa responsável pelo atendimento (acadêmicos de medicina, residentes ou docentes). Os achados säo discutidos à luz de suas implicaçöes para o ensino médico e dos custos acarretados ao Serviço, tendo em vista que 2580 ampolas de IGHAT foram aplicadas no mesmo em 1988, a um custo unitário de US$3,00