RESUMO
Justificativa e objetivos: a colecistectomia videolaparoscópica resulta em menor dor pós-operatória e menor necessidade de analgésicos quando comparada à cirurgia convencional. Contudo, a dor pós-operatória pode ser moderada ou até mesmo intensa. Com a técnica videolaparoscópica a queixa mais frequente está relacionada a dor visceral e a dor no ombro decorrente da irritaçäo diafragmática do pneumoperitônio pelo CO2 chegando a acometer 35 a 60 por cento dos pacientes. O presente estudo visa avaliar a eficácia da instalaçäo intraperitoneal de bupivacaína na analgesia pós-operatória. Método: o estudo foi aleatório e duplamente encoberto, com 40 pacientes estado ASA I e II, com idades entre 26 e 68 anos, divididos em grupo I e grupo II. No início e no final da cirurgia os pacientes receberam instilaçäo intraperitoneal, de 20 ml de soluçäo fisiológica (grupo I) ou 20 ml de soluçäo de bupivacaína 0,5 por cento com adrenalina 1:200.000 (grupo II) na superfície do fígado e leito da vesícula. Foi anotado o consumo per-operatório de isoflurano. A analgesia pós-operatória foi avaliada pela escala analógica visual, verbal estimulada e pelo consumo de meperidina nas primeira 24 horas.Foi anotado o tempo entre o final da cirurgia e a primeira queixa de dor. A avaliaçäo foi feita nos tempos: 1, 4, 8, 12 e 24 horas após o término da cirurgia. Resultados: näo houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos. Conclusöes: nas condiçöes deste estudo, a bupivacaína intraperitoneal näo diminui o consumo per-operatório de isoflurano nem proporcionou analgesia eficaz no pós-operatório de colecistectomia videolaparoscópica