RESUMO
RESUMO O objetivo dessa pesquisa qualitativa foi discutir a aplicação da Teoria do Duplo-Vínculo ao contexto da violência conjugal.Foram consideradostrês critérios de duplo-vínculo: (a) Relacionamento de imenso valor afetivo; (b) Mensagens paradoxais; (c) Impossibilidade de refletir sobre a relação. A estratégia metodológica foi a leitura do livro Mas ele diz que me ama..., aplicação de questionário e reflexão grupal sobre o livro.Participaram da pesquisa 20 mulheres encaminhadas pela justiça. A análise dos títulos atribuídos pelas participantes a sua própria história resultou em quatro categorias que revelaram dimensões da relação duplo-vincular: Ambiguidade de sentimentos; Promessas do parceiro; Constatação da realidade violenta; Perspectiva de nova vida. Essa pesquisa-intervenção facilitou a reflexão das mulheres sobre sua realidade e ofereceu ferramentas para avaliação de riscos da violência.
ABSTRACT The purpose of this qualitative research was to present and discuss the application of the Double-bind Theory to marital violence. Three double-bind criteria were considered: (a) Relationshipof immense emotional value, (b) Paradoxical messages;(c) Impossibility toreflect about the relationship. The methodological strategy consisted in reading the book But he says he loves me..., answering a questionnaire and participating in a group reflection. Twenty women referred by the Judicial System participated in the research. Analyses of the titles women attributed to their stories generated four categories: Ambiguity offeelings; Partner's promises; Confirmation of the violent reality; Prospect of a new life. This research-intervention facilitated the reflection of women regarding their condition and served as a tool to improve risk assessment.
RESUMO
Este artigo discute o papel do Estado e do movimento feminista no controle da violência contra as mulheres. Problematiza a definição de violência e apresenta o contexto de luta política, em níveis nacional, internacional e também subjetivo, ilustrado no caso de Maria da Penha. A contextualização política do drama pessoal das mulheres vítimas é abordada de maneira a valorizar a participação e a autonomia das mulheres ao longo do processo de ajuda oferecido pelo Estado. Argumenta a importância da convergência de ações de promotores, magistrados, equipes multidisciplinares e mulheres vítimas no processo de interpretação da violência a fim de buscar a melhor forma de garantir a integridade física e a segurança dessas mulheres. Ao final, tece breve comentário sobre os desafios da psicologia nesse contexto.(AU)
This article discusses the roles of State and the feminist movement in the control of violence against women. It stresses the definition of violence and presents the national, international and personal political struggle, as it is illustrated in the case of Maria da Penha. The political contextualization of the personal drama of women victims of violence is considered in order to value womens autonomy and their participation along the helping process offered by the State. Argues about the importance of converging actions of prosecutors, judges, multidisciplinary teams and women victims in the process of interpreting violence in order to pursue the best way to guarantee womens safety and their physical integrity. At the end, brief comments are made about the challenges of psychology in this context.(AU)
Este artículo discute el papel del Estado y del movimiento feminista en el control de la violencia contra las mujeres. Problematiza la definición de violencia y presenta el contexto de lucha política, en niveles nacional, internacional y también subjetivo, ilustrado en el caso de Maria de la Penha. La contextualização política del drama personal de las mujeres víctimas es abordada de manera a valorar la participación y la autonomía de las mujeres al largo del proceso de ayuda ofrecido por el Estado. Argumenta la importancia de la convergência de acciones de fiscales, magistrados, equipos multidisciplinares y mujeres víctimas en el proceso de interpretación de la violencia a fin de buscar la mejor forma de garantizar la integridad física y la seguridad de esas mujeres. Al final, teje breve comentario sobre los desafíos de la psicología en ese contexto.(AU)
Assuntos
Humanos , Feminino , Violência Doméstica , Violência contra a Mulher , Feminismo , Psicologia Social , PolíticaRESUMO
Este artigo discute o papel do Estado e do movimento feminista no controle da violência contra as mulheres. Problematiza a definição de violência e apresenta o contexto de luta política, em níveis nacional, internacional e também subjetivo, ilustrado no caso de Maria da Penha. A contextualização política do drama pessoal das mulheres vítimas é abordada de maneira a valorizar a participação e a autonomia das mulheres ao longo do processo de ajuda oferecido pelo Estado. Argumenta a importância da convergência de ações de promotores, magistrados, equipes multidisciplinares e mulheres vítimas no processo de interpretação da violência a fim de buscar a melhor forma de garantir a integridade física e a segurança dessas mulheres. Ao final, tece breve comentário sobre os desafios da psicologia nesse contexto.
This article discusses the roles of State and the feminist movement in the control of violence against women. It stresses the definition of violence and presents the national, international and personal political struggle, as it is illustrated in the case of Maria da Penha. The political contextualization of the personal drama of women victims of violence is considered in order to value womens autonomy and their participation along the helping process offered by the State. Argues about the importance of converging actions of prosecutors, judges, multidisciplinary teams and women victims in the process of interpreting violence in order to pursue the best way to guarantee womens safety and their physical integrity. At the end, brief comments are made about the challenges of psychology in this context.
Este artículo discute el papel del Estado y del movimiento feminista en el control de la violencia contra las mujeres. Problematiza la definición de violencia y presenta el contexto de lucha política, en niveles nacional, internacional y también subjetivo, ilustrado en el caso de Maria de la Penha. La contextualização política del drama personal de las mujeres víctimas es abordada de manera a valorar la participación y la autonomía de las mujeres al largo del proceso de ayuda ofrecido por el Estado. Argumenta la importancia de la convergência de acciones de fiscales, magistrados, equipos multidisciplinares y mujeres víctimas en el proceso de interpretación de la violencia a fin de buscar la mejor forma de garantizar la integridad física y la seguridad de esas mujeres. Al final, teje breve comentario sobre los desafíos de la psicología en ese contexto.
Assuntos
Humanos , Feminino , Feminismo , Política , Psicologia Social , Violência Doméstica , Violência contra a MulherRESUMO
A presença de violência nas relações interpessoais é hoje um dos motivos que leva um grande número de pessoas a buscarem ajuda tanto em serviços de saúde e de psicologia quanto em instituições jurídicas e policiais. A complexidade das dinâmicas de violência doméstica nos coloca diante da responsabilidade de refletir criticamente e de buscar caminhos para entender e lidar com esses processos. Iniciamos o artigo com uma breve discussão sobre os mitos, preconceitos e desafios que podem gerar dificuldades para a compreensão e a atuação adequadas. Em seguida apontamos alguns dos impactos da violência sobre a saúde física e mental. Por último introduzimos três situações clínicas para ilustrar e ajudar a refletir sobre aspectos da experiência de violência, das dimensões do atendimento e da postura profissional. Concluímos enfatizando que o comportamento violento faz parte da condição humana e que a interação entre gênero, cultura, fatores socioeconômicos e dinâmicas pessoais, interpessoais e familiares tem um papel importante na compreensão da violência. (AU)
The presence of violent behavior in interpersonal relationships has lead a great number of persons to seek professional help in psychological services as well as in health, law enforcement and legal institutions. The complexity involved in the dynamics of domestic violence makes us responsible for searching for ways to understand and deal with it. This article begins with a brief discussion of the myths, prejudices and challenges that may prevent us from understanding and dealing with it adequately. Then, we present some of the impacts of violence on physical and mental health. Last we introduce three clinical vignettes to help us to illustrate and discuss the different aspects of the experience of violence and some dimensions of the clinical management of cases and of the professional conduct. We conclude by emphasizing that violent behavior is part of the human condition and that the interaction among gender, culture and socioeconomic factors and personal, interpersonal and family dynamics play an important role in understanding domestic violence. (AU)