RESUMO
Este artigo propõe a diferença conceitual entre ser mãe, segundo a Biologia e ser mãe, para a Psicanálise. A experiência clínica com mulheres ditas inférteis, no Centro de Reprodução Assistida do ICHC-FMUSP, indica que a demanda pela gestação pode não corresponder, necessariamente, à demanda de ser mãe. Dessa experiência conclui-se que ser mãe é ocupar um lugar psíquico, ainda que a gestação possa ser crucial para a construção da função materna; que a impossibilidade de ser mãe pode estar relacionada com a dificuldade de ter filhos; e que a atenção a elementos inconscientes diminui o risco do nascimento dos filhos da Ciência.
This article proposes to analyze the conceptual difference between being a mother, according to Biology and Psychoanalysis. The clinical experience with infertile women, at the ICHC-FMUSP-Assisted Reproduction Center indicates that the demand for pregnancy may not necessarily correspond to that of being a mother. It leads to the conclusion that being a mother is to fill a psychic place, despite the fact that pregnancy might be crucial for the construction of the nurturing function; that the impossibility of being a mother may be related to the difficulty of having children; and that attention to unconscious elements decreases the risk of producing Science children.
Assuntos
Infertilidade/etiologia , Infertilidade/psicologia , Mães/psicologia , Psicanálise , Psicologia , Reprodução , Técnicas ReprodutivasRESUMO
Este artigo propõe a diferença conceitual entre ser mãe, segundo a Biologia e ser mãe, para a Psicanálise. A experiência clínica com mulheres ditas inférteis, no Centro de Reprodução Assistida do ICHC-FMUSP, indica que a demanda pela gestação pode não corresponder, necessariamente, à demanda de ser mãe. Dessa experiência conclui-se que ser mãe é ocupar um lugar psíquico, ainda que a gestação possa ser crucial para a construção da função materna; que a impossibilidade de ser mãe pode estar relacionada com a dificuldade de ter filhos; e que a atenção a elementos inconscientes diminui o risco do nascimento dos filhos da Ciência.(AU)
This article proposes to analyze the conceptual difference between being a mother, according to Biology and Psychoanalysis. The clinical experience with infertile women, at the ICHC-FMUSP-Assisted Reproduction Center indicates that the demand for pregnancy may not necessarily correspond to that of being a mother. It leads to the conclusion that being a mother is to fill a psychic place, despite the fact that pregnancy might be crucial for the construction of the nurturing function; that the impossibility of being a mother may be related to the difficulty of having children; and that attention to unconscious elements decreases the risk of producing Science children.(AU)