RESUMO
As doenças negligenciadas consistem em agravos prevalentes em toda a população, mas com maior incidência em indivíduos em situação de vulnerabilidade social. O georreferenciamento surge neste momento como estratégia de orientação da ESF no controle de agravos, atuando como instrumento de reconhecimento, análise, definição de prioridades e intervenção, através da inter-relação entre os princípios da atenção básica e da vigilância em saúde. Este estudo teve como objetivo entender o comportamento dos agravos hanseníase, leishmaniose tegumentar americana, leishmaniose visceral e tuberculose, consideradas moléstias negligenciadas, encontradas no Estado do Tocantins, sob perspectiva da análise espacial, no período de 2013 a 2017, e justificadas por meio de análise bibliográfica complementar. A metodologia empregada amparou-se no princípio metodológico ecológico observacional descritivo, que possibilitou o discernimento sobre tais doenças, a partir de dados secundários colhidos no Sistema de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) com posterior espacialização e representação cartográfica, através da elaboração de mapas temáticos que melhor caracterizasse as variáveis estudadas por meio do software QGIS. Como resultado, foi possível analisar a distribuição dos agravos em estudo no estado do Tocantins, trazendo as possíveis causas relacionadas à dificuldade de controle destas moléstias neste território. Concluiu-se que apesar das doenças negligenciadas serem possíveis de controle, infelizmente, a gestão de saúde não tem conseguido aplicar estratégias suficientes para a redução do índice de morbidade, e o georreferenciamento mostrou-se como um forte instrumento de suporte para a adoção de táticas pontuais para o manejo de doenças.