Ecos do silêncio / Echoes of silence

A complexidade do silêncio para a teoria psicanalítica e as dúvidas sobre como diferenciar suas múltiplas formas de manifestação em psicoterapia me motivaram a escrever este trabalho. Além do já conhecido papel do silêncio como manifestação de resistência no tratamento psicoterápico, o estudo do silêncio como via comunicativa possibilita a compreensão de aspectos primitivos ou precariamente representados na mente dos pacientes. Esse tema vem gerando debates de grande relevância na atualidade da clínica psicoterápica. Iniciando pelos meus questionamentos, procurei compreender as diferentes formas do silêncio e a importância dessa diversidade para a técnica. Construo uma linha de pensamento na qual a ausência de palavras também revela a organização das estruturas psíquicas. Chego à conclusão de que o silêncio é uma comunicação fundamental, assim como a fala, que possibilita uma abertura ao mundo interno do paciente e expressa, pelos ecos que flutuam pela relação transferência-contratransferência, aquilo que não foi possível pensar e/ou dizer.(AU)

My motivation to write this paper was to understand the complexity of silence in psychoanalysis. Besides the already known role of silence as a manifestation of resistance in psychotherapy, the study of silence as a communicative way expands the understanding of primitive aspects or poorly represented states in patient's mind. This topic has been generating highly relevant debates in current psychotherapy. I am willing to discuss the multiple forms of silence and the relevance of this diversity to the technique. Therefore, I constructed a line of thinking in which the absence of words may reveal the organization of psychic structures. Furthermore, by having this line of thinking as a reference, my conclusion is that silence is a fundamental means of communication, as well as speech, which enables an open door to the inner world of the patient and his communication capability through the echoes that float through transference-countertransference, through what was not possible to be thought and/or said.(AU)

A função estruturante da linguagem ao psiquismo / The structural function of language to psyque

O presente trabalho visa compreender a linguagem e sua função estruturante na formação e no desenvolvimento do aparelho psíquico. Centrado nos artigos iniciais de Freud Para uma concepção das afasias, Projeto para uma Psicologia Científica e Carta 52, procuro, com o auxílio dos dois primeiros volumes de Introdução à Metapsicologia freudiana, de Garcia-Roza, percorrer a construção do psiquismo em Freud, considerando a relevância dos processos associativos entre representações no desenvolvimento das atividades psíquicas(AU)

This paper intends to understand the structural function of language to the formation and development of the psychic apparatus. Focused at Freud’s first articles and based on Garcia-Roza’s ideas about Freudian metapsychology, I intend to discuss the construction of psychism considering the relevance of association processes between representations for the psychic activities development(AU)

Um adolescente cameleão: implicações do processo de identificação na constituição da subjetividade / A teenager chameleon: implications of the identification process in the constitution of subjectivity

As intensas transformações que ocorrem ao longo da adolescência podem gerar um estado alienante e confusional. A noção de eu, construída e assegurada até o final da latência, entra em conflito com as constantes mudanças e transformações que surgem nesse período vital, ameaçando a unidade e a integridade alcançadas. Uma das principais funções na adolescência pode ser considerada a reestruturação psíquica que possibilita reorganizar a identidade em torno das transformações ocorridas. Dessa forma, o processo de identificação torna-se determinante na consolidação da subjetividade, influenciando na relação do sujeito com seus objetos internalizados e com o mundo externo(AU)

The sweeping changes that occur during adolescence may generate an alienating and confusional state. The notion of the self, built and secured until the end of the latency, conflicts with the constant changes and transformations that arise in this vital period, threatening the unity and integrity achieved. One of the main functions in adolescence may be considered the psychic restructuring that enables to reorganize identity around the changes that occurred. Thus, the identification process becomes decisive in consolidating subjectivity, influencing the subject's relation to their internalized objects and the external world(AU)