O trabalho e a sombra: investigação de aspectos perceptivos e simbólicos do trabalho com máquinas na linha de montagem / Work and shadow: investigation on perceptive and symbolical aspects of machine working in an assembly line

Investiga a relação entre percepção e construções simbólicas ligadas ao trabalho executado com máquinas, na linha de montagem industrial. Utiliza o conceito de espaço de vida de Kurt Lewin para o estudo da percepção e a abordagem fenomenológica para a análise das estruturas normativas disciplinares e as construções simbólicas relativas ao trabalho. A pesquisa é realizada durante 8 meses, numa empresa automobilística de São Bernardo do Campo no setor de montagem das partes do veiculo. Os Ss são 29 operários, ponteadores e funileiros, do sexo masculino. A coleta de dados é feita através de observação direta, conversas, entrevistas e interações no local de produção ou nas residências dos trabalhadores. Estabelece, também, contatos com outros setores da indústria, como o setor de montagem, médico, policial, treinamento, refeitório e áreas de trânsito. Conclui que a ordem e a monotonia do trabalho se inserem numa vivência de ansiedade, ligadas à representação da doença, do acidente de trabalho e da morte. As construções simbólicas refletem o modo peculiar como os oper rios lidam com o medo, a violência e a opressão decorrentes do exercício da chefia, do processo técnico e da expropriação da mais valia. O conceito de “sombra” se refere relação entre vida e morte no trabalho e é confirmado pelo caráter mítico das ritualizações e construções simbólicas do grupo (AU)

O trabalho e a sombra: investigaçäo de aspectos perceptivos e simbólicos do trabalho com máquinas na linha de montagem / Work and shadow: investigation on perceptive and symbolical aspects of machine working in an assembly line

Pretendemos investigar a relaçäo entre percepçäo e constuçöes simbólicos ligadas ao trabalho com máquinas para um grupo de operários na linha de montagem, retomando os dados de pesquisa anteriormente realizada em uma indústria automobilística de Säo Bernardo do Campo. Para o estudo da percepçäo utilizamos o conceito de espaço de vida de Kurt Lewin. Chegamos a estruturas normativas disciplinares e a contruçöes simbólica relativas ao trabalho, a partir da análise fenomenológica de dados de observaçäo direta e obtidos em conversas, entrevistas e interaçöes no local de produçäo ou nas residências dos trabalhadores. A oredem e a monotonia do trabalho se inserem numa vivência de ansiedades ligadas a representaçöes da doença, do acidente de trabalho e da morte. As construçöes simbólicas refletem o modo peculiar como os operários lidam com o medo, a violência e a opressäo decorrentes do exercício da chefia, do porcesso técnico e da expropriaçäo da mais-valia. O conceito de "sombra" se refere à relaçäo entre vida e morte no trabalho. Ritualizaçöes e construçöes simbólicas, sobretudo em seu caráter mítico, revelam a extrema violência associada à morte no ambiente de trabalho

A fábrica: aspectos psicológicos do trabalho na linha de montagem

Estuda os aspectos psicológicos do trabalho numa linha de montagem industrial. Os Ss são 29 operários, sendo 21 ponteadores e 8 funileiros, que realizam a montagem das portas de um veículo, em uma indústria automobilística multinacional da grande São Paulo (ABC). Todos os Ss são do sexo masculino, com idade variando entre 19 a 45 anos, e com escolaridade média em torno do curso primário completo. A maioria tem experiência anterior de trabalho em fábrica, e o tempo de permanência médio na firma era de 5 anos. A pesquisa estende-se de agosto de 1978 a fevereiro de 1979. Realiza observações no local de trabalho, havendo acompanhamento da turma de trabalhadores por 4 horas seguidas, nos turnos diurno e noturno de trabalho, 3 vezes por semana. Efetua entrevistas durante as pausas de serviço ou nas residências, assim como são colhidos dados junto à chefia. Com a organização do material registrado reconstrói a linha de montagem e parte do cotidiano da fábrica do ponto de vista fenomenológico. Para tal, utiliza e operacionaliza as condições psicológicas nas quais se realiza o trabalho, e descreve um campo de tensões que inclui os indivíduos que trabalham. Finaliza relacionando a este campo psicossocial, percepções, sentimento e reflexões dos trabalhadores acerca do trabalho e de sua vidas (AU)