RESUMO
Contexto e objetivo: As lesões intraepiteliais são consideradas precursoras do câncer de colo uterino, sendo que o tratamento depende do tipo da lesão encontrada; para lesão intraepitelial de baixo grau (LSIL) recomenda-se o acompanhamento e nos casos de lesão intraepitelial de alto grau (HSIL) existem como opções a ablação e a excisão. O objetivo do presente trabalho foi estudar a evolução de lesões intraepiteliais de baixo grau, acompanhadas em um serviço público da cidade de São Paulo, por 18 meses, e a partir desses dados discutir a abordagem terapêutica e acompanhamento destas pacientes. Desenho e local: Este é um estudo de coorte retrospectivo e foi realizado no ambulatório de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia do Hospital e Maternidade "Leonor Mendes de Barros" (HMLMB). Métodos: Foram selecionadas 63 pacientes saudáveis que preencheram critérios de inclusão previamente estabelecidos, além de assinarem um termo de consentimento livre esclarecido. Resultados: Dos 63 casos acompanhados, 51 (80,95%) apresentaram citologia e colposcopia normais após 6 meses, 5 pacientes (7,94%) persistiram com LSIL, sendo que três destas (60%) persistiram com LSIL após 12 meses de acompanhamento e um (20%) HSIL no acompanhamento de 18 meses. Sete pacientes (11,11%) apresentaram citologia com HSIL no seguimento de seis meses. Estas foram submetidas a tratamento ablativo. Conclusão: No presente estudo foi observada taxa de regressão de 87,72%. Nos casos sem remissão, o acompanhamento citológico permitiu o diagnóstico de HSIL e a abordagem terapêutica adequada.