RESUMO
Objetivo: Estimar a freqüência de alterações oftalmológicas em pacientes hansenianos de controle ambulatorial em Município hiperendêmico em Hanseníase no norte do Estado do Espírito Santo (Sooretama). Local: Posto de saúde da prefeitura do Município de Sooretama . Materiais e Métodos: Trinta e nove pacientes hansenianos, provenientes do Programa de Controle de Hanseníase do Município de Sooretama no ano de 2001, foram submetidos a exame oftalmológico de acordo com protocolo pré-estabelecido. Os dados obtidos e os dados referentes a doença foram cruzados e analisados estatisticamente. Resultados: Dos 39 pacientes avaliados, vinte e um casos (53,85 porcento) eram da forma Indeterminada, 13 casos (33,33 porcento) da forma Dimorfa, 4 casos (10,26 porcento) da forma Tuberculóide e 1 caso da forma Virchowiana. A acuidade visual foi melhor que 0,8 em 74,35 porcento dos olhos e em nenhum caso a baixa de acuidade visual foi atribuída diretamente a Hanseníase. A alteração ocular mais freqüentemente encontrada foi a madarose parcial de supercílios com 12 casos (30,77 porcento), seguida pela hiposecreção lacrimal com 7 casos (17,94 porcento) e madarose parcial de cílios com 6 casos (15,38 porcento). A hipoestesia corneana e catarata ocorreram em 5 casos (12,82 porcento). Triquíase, opacidades corneanas e ceratite puntata ocorreram em 3 casos (7,69 porcento). Esclerite foi observada em 2 casos (5,13 porcento). Não foram observados neste estudo: entrópio, ectrópio, eritema nodoso, dacriosistite, madarose total, corneoescleral roll, episclerite, anestesia corneana, espessamento de nervos corneanos, vascularização, úlceras corneanas, precipitados ceráticos, nódulos irianos, sinéquias, esférulas hansenóticas, irite aguda e crônica. Conclusão: A baixa freqüencia das manifestações oftalmológicas graves foi atribuída a alta prevalência da forma Indeterminada da Hanseníase.