Casa tomada, de Julio Cortázar: uma metáfora para muitas idéias

A autora, a partir do conto de Julio Cortázar, Casa Tomada, usando o como metáfora para muitas idéias, tece considerações relativas à dinâmica do psiquismo humano, abordando diversas facetas da vida mental. Transpõe o conteúdo literário para uma compreensão psicanalítica relacionando-o à psicopatologia. Considera a cisão, drástica, irreversível e rígida como condição da doença psíquica, ponto central figurado na casa invadida, dividida, tomada.(AU)

The author comments the dynamics of the human psyche, approaching various aspects of the mental life, based on the story of Julio Cortazár, “Casa Tomada” (in Portuguese), which was used as a metaphor to introduce many ideas. The author proposes a psychoanalytic comprehension of the literary content, linking it to psychopathology. It cosiders the splitting, drastic, irreversible and rigid, as a condition of mental illness, central point figured in the invaded, splitted and taken house.(AU)

Considerações sobre a importância da leitura e da escrita

Neste trabalho, Considerações sobre a importância da leitura e da escrita, a autora enfatiza a importância da leitura e da escrita, entre a escolarização às etapas mais avançadas na formação do terapeuta, Considera as ansiedades despertadas concomitantes e inerentes a esses processos, desde os primórdios da vida do indivíduo. Expõe sua compreensão da psicodinâmica intrapsíquica e as inter-relações entre o mundo interno e o exterior, integrando, nesse processo, a criação do pré-consciente. Expõe, ainda, um método de supervisão no qual é essencial o relato escrito da sessão com o paciente e de sua compreensão da supervisão. Argumenta que tal método aperfeiçoa a comunicação entre supervisor e terapeuta em formação, auxiliando a reflexão posterior, fixando o aprendido, além de corrigir os desvios da comunicação do par, supervisor-terapeuta(AU)

O sentido do discurso: em estudo do uso da metáfora na comunicação em psicoterapia e em psicanálise

A autora faz questionamentos sobre a origem da capacidade de simbolizar e de se comunicar por meio de metáforas, relacionando-as às primitivas relações de objeto e às vivências infantis. Levanta algumas hipóteses para pensar sobre os caminhos percorridos pelo emissor (a fala) e o receptor (a escuta) durante o diálogo, ilustrando sua compreensão em gráficos, entendendo os processos da comunicação, desde o seu início, na fusão mãe-bebê, até a metáfora da transferência no setting psicanalítico. Para tal, recorre a vinhetas de pacientes e às contribuições teóricas de S. Freud, 1975, M. Klein, 1969/80, Sharpe, 1970, Arlow, 1979, McDougall, 1983, Winnicott, 1975, e Garcia-Roza, 1991, tendo como pano de fundo a teoria das relações objetais.(AU)

Entrelaçamentos históricos entre a psicologia, psicoterapia e psicanálise no RS

Pensar na História da psicologia, da Psicoterapia e da Psicanálise, como psicólogos no Rio Grande do Sul, trazendo recortes que marcaram a trajetória de uma caminhada, fortalecendo nossa identidade, é o objetivo deste trabalho. Para tal façanha, tecemos alguns fios de fatos históricos da caminhada, partindo de registros dos passos iniciais dos pioneiros, psicanalistas e psicólogos, até nossa chegada em Sociedades Psicanalíticas filiadas à IPA – Associação Psicanalítica Internacional. Vemos, nessa caminhada, as origens do entrelaçamento das psico – logia, terapia e análise, que produziu a complexa rede de influências e interferências da qual resultou nossa identidade profissional(AU)

Presenca e negacao do complexo de Edipo. Sobre "The Phantom of the Opera", de Lloyd Webber

Os autores se valem da peca musical de Lloyd Webber, 'The Phantom of the Opera' para estudar a presenca e a negacao concomitante do complexo de Edipo. Entendem a peca como uma alegoria daquilo que pode ocorrer no processo analitico. Defendem o ponto de vista segundo o qual a desconsideracao do complexo de Edipo no transcurso do processo analitico pode levar a dupla paciente-analista a uma relacao perversa, patrocinada pelo analista. A desconsideracao da sexualidade infantil - e, aqui, todo o valor epistemologico do complexo de Edipo - pode criar uma supervalorizacao da agressao, implicita ou manifesta. Esse tipo de relacao podera deslizar para dois rumos, a nosso ver: 1- superficializacao do dialogo, na realidade, a 'psicotizacao' do dialogo analitico; e 2- negacao da verdadeira agressao do analisando, ou seja, do sadismo edipico.

Romeu, Julieta e Frei Lourenço: uma metáfora para o estudo dos vínculos na situação psicanalítica

Neste trabalho pretende-se expor e discutir o que pode ocorrer no transcurso de um tratamento psicanalítico, no vínculo entre analista e analisando, quando o conhecimento é substituído por sentimentos dominados pela onipotência, onisciência e arrogância, caracterizando a predominância do que Bion denominou de menos K, ao falhar a capacidade de reverie [do analista] frente às ansiedades persecutórias intensas. Para isso foi utilizada a metáfora do drama de Romeu e Julieta, na figura de Frei Lourenço, que escolhe o caminho de esconder a verdade, favorecendo o desenvolvimento de patologias perversas. O psicanalista pode vir a ser um Frei se sair de sua função psicanalítica, deixando de lado a neutralidade e passar a influenciar seu analisando em suas resoluções, perdendo a psicanálise seu objetivo de busca da verdade. O ódio entre as famílias Montecchio e Capelletto, a função do senhor de Verona, o amor entre Romeu e Julieta, a estratégia mafiosa do Frei, a peste que impede o mensageiro de entregar a carta a Romeu, parecem exemplificar a complexidade dos afetos que coexistem nos vínculos humanos, e permitem pensar em três dimensões: a intrapessoal, a interpessoal e a transpessoal.(AU)