RESUMO
Em escrito precursor ao corpo da tese menciona-se a mudança do objeto da saúde pública ocular brasileira que privilegiando outrora a questão do tracoma passa a considerar prioritariamente os problemas da catarata no idoso, glaucoma na maturidade e defeitos de refração (ametropias) no escolar. Nos artigos da tese estudam-se os conceitos fundamentais da acuidade visual (AV), os antecedentes históricos de sua investigação, métodos de triagem, pontos de corte de AV para encaminhamento do escolar ao exame oftalmológico e critérios para prescrição de óculos em ações de saúde pública. Examinam-se os resultados do acompanhamento, durante 2 a 32 meses, do destino dos óculos prescritos a 125 escolares amétropes, estudando possíveis relações entre tipo de ametropia, potências dióptricas receitadas e uso permanente (49 por cento dos casos), uso em situações específicas (23 por cento) e abandono dos óculos (28 por cento). Considera-se a importância do ensaio de uso das lentes na armação de prova no consultório como indicador de ulterior uso ou rejeição dos óculos. Investiga-se clinicamente a proposta de FOSTER triagem da visão com ambos os olhos abertos e ponto de corte em 0,5 de SNELLEN pela leitura do abecedário em escrita cursiva em quadros negros por 133 escolares e 9 adultos. Nas condições de FOSTER o reconhecimento do mínimo de 19 letras a 5m ficou acima de 80 por cento em 87,5 por cento dos casos; a 6m ficou acima de 70 por cento em 81,3 por cento dos casos. Discute-se a proposta e sugere-se sua adoção em programas de saúde pública ocular com salvaguardas adequadas para proporcionar ao escolar assistência oftalmológica eficaz e a baixo custo
