RESUMO
As alterações na estrutura demográfica decorrentes do envelhecimento populacional são acompanhadas de importantes mudanças epidemiológicas, com o acúmulo de doenças crônicas não transmissíveis e suas seqüelas. Até meados do século passado, as principais causas de morte eram as doenças infecciosas e parasitárias, nos dias de hoje, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morbi-mortalidade em indivíduos acima de 50 anos de idade e as doenças osteoarticulares, as que causam maior dependência e piora da qualidade de vida, devido à dor crônica. Assim como há idosos institucionalizados, com uma série de incapacidades e doenças, há ainda, num outro extremo, idosos, da mesma faixa etária, ativos e absolutamente independentes. Esta diferença deve-se principalmente à presença das co-morbidades, que têm papel fundamental na qualidade de vida do idoso. Dentre as co-morbidades mais prevalentes entre os idosos, podemos citar obesidade/baixo peso, disfunção tireoidiana, hipertensão arterial, depressão, déficit cognitivo, incontinência urinária e quedas. De modo geral, existe carência de informações epidemiológicas abrangentes a respeito do desenvolvimento e prevenção de doenças em idosos e, provavelmente, o melhor entendimento do papel dos fatores de risco e a evolução das doenças poderão permitir uma adequação da abordagem preventiva e terapêutica nesta faixa etária.