RESUMO
Este estudo aborda um caso extremamente raro de um paciente que passou 225 dias com um balão intra aórtico antes de receber um transplante cardíaco. Essa situação extraordinária destaca a importância da abordagem multiprofissional no cuidado de pacientes com desafios clínicos complexos. Além disso, oferece insights valiosos para a comunidade médica e científica, contribuindo para o aprimoramento das estratégias clínicas em um contexto desafiador. A insuficiência cardíaca (IC), uma condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo, afetando mais de 23 milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo cerca de 2 milhões no Brasil. A IC é frequentemente causada por condições como doença arterial coronariana (DAC), hipertensão e diabetes, com influência adicional da doença de Chagas na América Latina. Pacientes com IC enfrentam desafios significativos que resultam frequentemente em hospitalizações recorrentes. Uma abordagem multiprofissional é essencial para o tratamento e gerenciamento eficaz da doença, dada a complexidade da patologia e suas comorbidades. Uma equipe multiprofissional reúne especialistas em saúde para fornecer uma abordagem abrangente e personalizada, auxiliando os pacientes na transição até o transplante cardíaco e na gestão contínua da condição, prevenindo complicações. A análise deste caso incomum, no qual o paciente encontrado por um longo período com um balão intraaórtico, destaca a importância crucial da abordagem multiprofissional no cuidado de pacientes com insuficiência cardíaca. Os resultados deste estudo têm o potencial de oferecer novas perspectivas e contribuições benéficas para a comunidade médica, promovendo o avanço das estratégias de tratamento em um contexto clínico notável.
Assuntos
Balão Intra-Aórtico/enfermagem , Cuidados de EnfermagemRESUMO
INTRODUÇÃO: A osteorradionecrose (ORN) é uma complicação associada ao tratamento radioterápico em região de cabeça e pescoço, caracteriza-se como a formação de osso necrótico e desvitalizado. Possui sinais e sintomas como dor, formação de fístula intra ou extraoral, exposição óssea, trismo, fratura patológica e sequestro ósseo. A proposta terapêutica mais eficaz é o debridamento ósseo e dos tecidos moles afetados associado a antibioticoterapia. A radioterapia reduz a vascularização do tecido, causando hipóxia e reduzindo sua capacidade de regeneração tecidual. Diante de um caso de trauma, a reparação não será efetiva e o tecido pode progredir para um tecido necrótico e desvitalizado. RELATO DE CASO: Paciente gênero feminino, 59 anos com diagnóstico de Insuficiência Mitral grave estágio D de provável etiologia reumática, fibrilação atrial em uso de anticoagulante antagonista de vitamina K, histórico de tratamento radioterápico de neoplasia de língua há oito anos e extração dentária recente. Como queixa principal, dor de difícil controle medicamentoso. Ao exame físico extraoral apresentava edema, hiperemia em região submandibular direita efístula com drenagem de exsudato purulento.No exame físico intraoral desdentada total superior e inferior sem uso de prótese dentáriacom presença de exposição óssea em rebordo alveolar de aproximadamente 5cm na região inferior anterior e posterior do lado direito. A hipótese diagnóstica foi de ORN. Conduta realizada em conjunto com equipe de cirurgia bucomaxilofacial de serviço externofoi debridamento de tecido ósseo necrótico em região de rebordo alveolar até região de parassínfise esquerda para remoção de tecido ósseo desvitalizado, antibioticoterapia e acompanhamento odontológico semanal com sessões de laserterapia de baixa potência e terapia fotodinâmica. Após a realização de cirurgia cardíaca para troca da valva paciente evoluiu com fratura patológica em mandíbula e foiencaminhada para ressecção parcial de mandíbulasob anestesia geral. No pós-operatório apresentoudiscreta assimetria facial, ausência de exposição óssea e regressão total da sintomatologia dolorosa. CONSIDERAÇÕESFINAIS: O manejo da ORN é considerado desafiador em pacientes tratados com radioterapia de cabeça e pescoço. O caso evidencia a importânciado diagnóstico e tratamento correto para evitar complicações tardias que reduzam a qualidade de vida. O cirurgião-dentista deve estar atento à prevenção dessa condição.
Assuntos
Insuficiência da Valva MitralRESUMO
INTRODUÇÃO: Os anticoagulantes orais são administrados principalmente para prevenção de eventos tromboembólicos, o antagonista da Vitamina K (AVK) mais utilizado é a Varfarina, pertencente ao grupo dos cumarínicos. As diversas interações medicamentosas e alimentares podem aumentar sua biodisponibilidade sanguínea de forma a potencializar o seu efeito. O controle da anticoagulação deve ser realizado com a monitorização terapêuticado tempo de protrombina (TP) e aRazão Normalizada Internacional (RNI), cuja dose varia para cada indivíduo. A hemorragia é o efeito adverso mais comum do anticoagulante. Valores de RNI > 5 estão associados a risco de sangramento e a reversão do efeito do AVK pode ser conseguido com várias medidas, desde a simples suspensão da droga, a administração de vitamina K ou a administração de plasma fresco congelado (PFC) ou complexo protrombínico, de acordo com a urgência da situação. O sinal clínico mais frequente é o sangramento muco-cutâneo e, em casos de eventos traumáticos favorece a formação de equimose e hematomas. RELATO DE CASO: Paciente gênero masculino, 77 anos com diagnóstico de Miocardiopatia Chagásica com Insuficiência Cardíaca fração de ejeção reduzida (30%), em uso de anticoagulante antagonista de vitamina K, com histórico de queda da própria altura. Foi solicitada a interconsulta da equipe de odontologia, por sangramento ativo em cavidade oral e queixa de trauma por mordida. Ao exame físico extraoral paciente contactuante verbal, deambulante com auxílio, dieta via oral assistida e abertura mandibular preservada. No exame físico intraoral paciente desdentado superior em uso de prótese total e dentado parcial inferior em uso de prótese parcial removível, com presença de lesões arroxeadas em região de ventre lingual e assoalho bucal do lado direito e em região de dorso de língua com laceração característica de trauma por mordida do lado direito de aproximadamente 1 centímetro de diâmetro com relato de sintomatologia dolorosa. Solicitado o exame laboratorial com resultado de RNI 10.0. O diagnóstico foi hematoma como manifestação bucal de intoxicação cumarínica. Foi realizada laserterapia para analgesia e cicatrização do local traumatizado, e discussão com equipe médica que prescreveu três doses de vitamina K e duas bolsas de plasma para reversão do quadro. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O caso apresenta a importância da avaliação odontológica para diagnóstico e tratamento imediato no contexto hospitalar e na atividade multiprofissional, além de reduzir possíveis complicações sistêmicas durante a internação.