RESUMO
Introdução: a reinternação hospitalar é constantemente empregada para análise do comportamento, funcionamento e melhoria das ações nas organizações e instituições hospitalares, podendo demonstrar a não eficácia do atendimento ao paciente ou apontar circunstâncias que remetam a complicações relacionadas à primeira internação. Além disso, a reinternação pode ser considerada evento sentinela para a qualidade dos cuidados de saúde prestados. Objetivos: descrever e analisar o perfil das reinternações e dos pacientes reinternados de um hospital de ensino, referência no atendimento em urgência e emergência, em Minas Gerais. Métodos: trata-se de uma pesquisa descritiva, utilizando-se dados secundários extraídos do sistema integrado da instituição em estudo. A amostra foi composta por 3.943 reinternações que corresponderam a 1.710 pacientes. As variáveis utilizadas foram: sexo, idade, município de residência, número de reinternações no período, tempo de permanência e motivo da alta. Utilizou-se como variável dependente o diagnóstico da reinternação. Foram considerados, para efeito de reinternação, os pacientes com mais de uma Autorização de Internação Hospitalar (AIH), no hospital, e que internaram no ano de 2013 e cujo intervalo entre os atendimentos foi superior a 48 horas. Realizou-se o tratamento dos dados no software PSPP. Resultados e Discussão: a taxa de reinternação foi de 22% e correspondeu a, em média, 2,3 reinternações por indivíduo. As reinternações mais frequentes foram decorrentes de traumas, advindas do município de Belo Horizonte, para faixa etária de 20-39 anos e do sexo masculino. O tempo médio de permanência foi de 0 a 3 dias, em geral, os pacientes reinternaram 2 ou 3 vezes e receberam alta melhorada ou curada. Conclusão: Entende-se que as reinternações podem sinalizar sobrecarga e má utilização do serviço de saúde. Assim, o presente estudo contribuiu para o conhecimento do perfil das reinternações do hospital, tornando-se uma ferramenta norteadora para a implementação de práticas de gestão que diminuam tais eventos. (AU)
Introduction: hospital re-hospitalization is constantly used to analyze the behavior, functioning and improvement of actions in hospital organizations and institutions, being able to demonstrate the lack of effectiveness of patient care or to point out circumstances that refer to complications related to the first hospitalization. In addition, re-hospitalization may be considered a sentinel event for the quality of health care provided. Objective: the present study aimed at describing and analyzing the profile of readmissions in a teaching hospital, reference in care in urgency and emergency, in Minas Gerais. Methods: this is a descriptive study using secondary data obtained from the integrated system of the institution. Sample consisted of 3,943 readmissions related to 1,710 patients. Gender, age, hometown, number of readmissions in the period, length of stay and reason for discharge were the variables used. Diagnosis forreadmission was the dependent variable. Researchers considered patients with more than one Hospitalization Authorization (AIH), in the hospital, and admitted in 2013, with at least 48 hours interval between visits. Data was analysed using PSPP software. Results: the readmission rate was 22 % and corresponding to an average of 2.3 hospitalizations per person. The most frequent readmissions were trauma cases referred from Belo Horizonte, in male patients aged 20-39 years. The average length of stay was 03 days; patients were readmitted twice or three times and were discharged after health improvement or cure. Conclusion: readmissions can indicate overload and mismanagement of the health service. The present study contributed to characterize the profile of hospital readmissions, guiding the implementation of management practices to reduce the occurrence of the above events. (AU)