RESUMO
The seasonal dynamics of Rhipicephalus sanguineus ticks was developed in dogs from a Police Unit in Goiânia, Goiás, Brazil, from July 2001 to July 2002. The study was carried out on seven naturally infested dogs (two English Cocker Spaniels and five mongrel dogs), with ages between six months and 10 years. Every two weeks, the numbers of feeding larvae, nymphs, and adults were determined. Dogs showing infestation levels above 500 adult ticks received three acaricide treatments. Considering that the treatments had affected the development of some peaking populations of ticks, it was inferred the occurrence of the following peaks: - larvae (four peaks): from August to November, from November to February, from March to May, and from May to July; - nymphs (five peaks): from July to September, from October to December, from December to February, from March to May, and from June to July; - adults (four peaks): from July to October, from October to January, from January to March, and from April to July. The occurrence of these consecutive peaks of activity of each stage of R. sanguineus may indicate that this tick can develop up to four generations per year in Goiânia. On the other hand, if the acaricide treatment did not interfere with the development of R. sanguineus peaks, more than four peaks of each stage have occurred on the dogs. In this case, it is acceptable to infer that more than one population of R. sanguineus was developing within the kennel concomitantly. The mean numbers of each tick stage was similar in the different seasons. The main attachment sites were located on the neck, chest, forelegs, armpits, ears, between toes and on the head. The number of adult ticks feeding on English Cocker Spaniel dogs was 1.4 to 11.5 times higher than that feeding on mongrel dogs.
O estudo de dinâmica sazonal de Rhipicephalus sanguineus foi desenvolvido em cães de uma Unidade da Polícia de Goiânia, Goiás, Brasil, de julho de 2001 a julho de 2002. Sete cães naturalmente infestados com R. sanguineus (dois da raça Cocker Spaniel Inglês, e cinco cães sem raça definida), com idades variando de 6 meses a 10 anos, foram utilizados no monitoramento da infestação. A cada duas semanas, o número de larvas, ninfas e adultos parasitando os animais era contado. Três tratamentos acaricidas foram feitos nos cães que tiveram níveis de infestação de 500 adultos. Considerando que os tratamentos interferiram no desenvolvimento de alguns picos do carrapato, pôde-se inferir que ocorreram nos quatro picos de larvas: de agosto a novembro, de novembro a fevereiro, de março a maio e de maio a julho; cinco picos de ninfas: de julho a setembro, de outubro a dezembro, de dezembro a fevereiro, de março a maio e de junho a julho, e quatro picos de adultos: de julho a outubro, de outubro a janeiro, de janeiro a março e de abril a julho. A ocorrência destes picos consecutivos de cada estágio pode indicar que o R. sanguineus realiza quatro gerações anuais em Goiânia. Por outro lado, se os tratamentos não interferiram no desenvolvimento dos picos de atividade, mais de quatro picos de cada estágio ocorreram nos cães. Então, é aceitável supor que mais de uma população de R. sanguineus estava se desenvolvendo no canil, ao mesmo tempo. O número médio de carrapatos de cada estádio foi similar nas estações do ano. Os sítios preferenciais de fixação foram o pescoço, o peito, as patas, as axilas, as orelhas, os espaços interdigitais e a cabeça. O número de carrapatos contados nos cães da raça Cocker Spainel Inglês foi de 1,4 a 11,5 vezes maior que o número observado nos cães sem raça definida.
RESUMO
The seasonal dynamics of Rhipicephalus sanguineus ticks was developed in dogs from a Police Unit in Goiânia, Goiás, Brazil, from July 2001 to July 2002. The study was carried out on seven naturally infested dogs (two English Cocker Spaniels and five mongrel dogs), with ages between six months and 10 years. Every two weeks, the numbers of feeding larvae, nymphs, and adults were determined. Dogs showing infestation levels above 500 adult ticks received three acaricide treatments. Considering that the treatments had affected the development of some peaking populations of ticks, it was inferred the occurrence of the following peaks: - larvae (four peaks): from August to November, from November to February, from March to May, and from May to July; - nymphs (five peaks): from July to September, from October to December, from December to February, from March to May, and from June to July; - adults (four peaks): from July to October, from October to January, from January to March, and from April to July. The occurrence of these consecutive peaks of activity of each stage of R. sanguineus may indicate that this tick can develop up to four generations per year in Goiânia. On the other hand, if the acaricide treatment did not interfere with the development of R. sanguineus peaks, more than four peaks of each stage have occurred on the dogs. In this case, it is acceptable to infer that more than one population of R. sanguineus was developing within the kennel concomitantly. The mean numbers of each tick stage was similar in the different seasons. The main attachment sites were located on the neck, chest, forelegs, armpits, ears, between toes and on the head. The number of adult ticks feeding on English Cocker Spaniel dogs was 1.4 to 11.5 times higher than that feeding on mongrel dogs.
O estudo de dinâmica sazonal de Rhipicephalus sanguineus foi desenvolvido em cães de uma Unidade da Polícia de Goiânia, Goiás, Brasil, de julho de 2001 a julho de 2002. Sete cães naturalmente infestados com R. sanguineus (dois da raça Cocker Spaniel Inglês, e cinco cães sem raça definida), com idades variando de 6 meses a 10 anos, foram utilizados no monitoramento da infestação. A cada duas semanas, o número de larvas, ninfas e adultos parasitando os animais era contado. Três tratamentos acaricidas foram feitos nos cães que tiveram níveis de infestação de 500 adultos. Considerando que os tratamentos interferiram no desenvolvimento de alguns picos do carrapato, pôde-se inferir que ocorreram nos quatro picos de larvas: de agosto a novembro, de novembro a fevereiro, de março a maio e de maio a julho; cinco picos de ninfas: de julho a setembro, de outubro a dezembro, de dezembro a fevereiro, de março a maio e de junho a julho, e quatro picos de adultos: de julho a outubro, de outubro a janeiro, de janeiro a março e de abril a julho. A ocorrência destes picos consecutivos de cada estágio pode indicar que o R. sanguineus realiza quatro gerações anuais em Goiânia. Por outro lado, se os tratamentos não interferiram no desenvolvimento dos picos de atividade, mais de quatro picos de cada estágio ocorreram nos cães. Então, é aceitável supor que mais de uma população de R. sanguineus estava se desenvolvendo no canil, ao mesmo tempo. O número médio de carrapatos de cada estádio foi similar nas estações do ano. Os sítios preferenciais de fixação foram o pescoço, o peito, as patas, as axilas, as orelhas, os espaços interdigitais e a cabeça. O número de carrapatos contados nos cães da raça Cocker Spainel Inglês foi de 1,4 a 11,5 vezes maior que o número observado nos cães sem raça definida.
RESUMO
Rhipicephalus sanguineus é um parasito natural de cães que eventualmente pode parasitar outros hospedeiros, entre eles o homem. Para humanos, este carrapato é vetor do agente da febre botonosa (Rickettsia conori) na Europa e vetor potencial no Brasil dos agentes da febre maculosa (Rickettsia rickettsii) e da borreliose Lyme símile (Borrelia sp.). Considerando a importância deste carrapato, desenvolveu-se este trabalho com o objetivo de avaliar a sua ocorrência em humanos no Brasil, uma vez que não se conhecem outros relatos. A presença de carrapatos foi avaliada em 46 trabalhadores de ambos os sexos (25 mulheres e21 homens), de oito clínicas e três canis, por meio de questionário e da identificação dos carrapatos encontrados. Do total de pessoas avaliadas, 68% das mulheres e 71% dos homens relataram já ter encontrado carrapatos andando ou fixados, após contato com cães. Foram colhidos três larvas, uma ninfa e quatro adultos (três machos e uma fêmea) sendo todos identificados como da espécie R. sanguineus. Desta forma este é o primeiro relato do parasitismo de humanos por este carrapato no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Carrapatos de cão, humanos, Brasil.
RESUMO
Rhipicephalus sanguineus é um parasito natural de cães que eventualmente pode parasitar outros hospedeiros, entre eles o homem. Para humanos, este carrapato é vetor do agente da febre botonosa (Rickettsia conori) na Europa e vetor potencial no Brasil dos agentes da febre maculosa (Rickettsia rickettsii) e da borreliose Lyme símile (Borrelia sp.). Considerando a importância deste carrapato, desenvolveu-se este trabalho com o objetivo de avaliar a sua ocorrência em humanos no Brasil, uma vez que não se conhecem outros relatos. A presença de carrapatos foi avaliada em 46 trabalhadores de ambos os sexos (25 mulheres e21 homens), de oito clínicas e três canis, por meio de questionário e da identificação dos carrapatos encontrados. Do total de pessoas avaliadas, 68% das mulheres e 71% dos homens relataram já ter encontrado carrapatos andando ou fixados, após contato com cães. Foram colhidos três larvas, uma ninfa e quatro adultos (três machos e uma fêmea) sendo todos identificados como da espécie R. sanguineus. Desta forma este é o primeiro relato do parasitismo de humanos por este carrapato no Brasil. PALAVRAS-CHAVE: Carrapatos de cão, humanos, Brasil.