RESUMO
O imenso déficit neurológico decorrente da lesao da medula espinhal advém do somatório de dois eventos distintos: a lesao mecânica inicial e a lesao endógena secundária conseqüente à primeira. A lesao secundária da medula espinhal envolve complexas mudanças bioquímicas, que podem ser minimizadas pela introduçao de agentes farmacológicos recentes. Para limitar o dano tecidual e promover o reparo funcional, essas alteraçoes teciduais patológicas devem ser interrompidas. Avanços clínicos e científicos indicam que as lesoes agudas na medula espinhal podem ser manipuladas por terapêuticas farmacológicas utilizadas em curto espaço de tempo. A metilprednisolona administrada dentro das primeiras oito horas pós-trauma é o primeiro agente farmacológico a demonstrar melhora significativa na recuperaçao do trauma raquimedular em seres humanos. Outras drogas, como tilirazade e o GM-1, ainda sob investigaçao clínica, apresentam excelentes resultados preliminares. Esses avanços podem representar grande melhora na qualidade de vida de pacientes com lesao da medula espinhal, desde que sejam adotados pela prática clínica.