RESUMO
INTRODUÇÃO: As reconstruções nasais complexas têm alcançado alto nível de sofisticação, enfatizando-se a necessidade de substituir os tecidos nasais por outros similares. O objetivo deste estudo é descrever uma série de casos de pacientes submetidos a reconstrução nasal complexa secundária a ressecções oncológicas ou trauma. MÉTODO: Foi considerado defeito nasal complexo, e, consequentemente, sua reconstrução, aquele que acometia mucosa, suporte cartilaginoso e pele nasal, simultaneamente. O tipo de reconstrução foi definido de acordo com a localização e o tamanho do defeito, mas sempre incluiu reconstrução da mucosa, suporte cartilaginoso e pele nasal simultaneamente. RESULTADOS: Dez pacientes foram submetidos a reconstrução complexa do nariz, sendo 8 do sexo masculino, com média de idade de 53 anos. A reconstrução da mucosa foi feita com retalho septal condromucoso contralateral, mucoso ipsilateral ou retalho cutâneo malar em cambalhota. O suporte cartilaginoso foi realizado com enxerto de cartilagem septal e conchal e a cobertura cutânea, com retalho paramediano frontal. Não foi observado nenhum caso de hematoma, necrose ou infecção. Os pacientes que tiveram a reconstrução da mucosa realizada com retalhos mucosos referiam que respiravam normalmente, ao contrário dos pacientes submetidos a reconstrução com retalho dermogorduroso em cambalhota, que referiam obstrução ao fluxo aéreo. CONCLUSÕES: A reconstrução de defeitos nasais complexos se constitui num desafio para o cirurgião plástico. A substituição dos tecidos nasais por outros similares promove melhor resultado tanto estético como funcional possível e está associado a baixa incidência de complicações.
BACKGROUND:Complex nasal reconstruction has reached a high level of sophistication, emphasizing the need to replace nasal tissues with other similar tissues. We aimed to describe a series of patients who underwent complex nasal reconstruction secondary to oncologic resection or trauma. METHODS:Patients simultaneously presenting with mucosa, cartilaginous support, and nasal skin defects were considered to have complex nasal defects and were eligible for reconstruction. The type of reconstruction was established according to the location and size of the defect; however, the procedure always included simultaneous reconstruction of the mucosa, cartilaginous support, and nasal skin. RESULTS: Ten patients underwent complex reconstruction of the nose, including 8 men with a mean age of 53 years. Mucosal reconstruction was performed using a contralateral chondromucosal septal flap, ipsilateral mucosa, or cutaneous malar somersault flap. Cartilaginous support was performed with septal and conchal cartilage grafts and cutaneous coverage with a frontal paramedian flap. There were no cases of hematoma, necrosis, or infection. Patients who underwent mucosa reconstruction with mucosal flaps reported normal breathing, unlike those who underwent reconstruction with a dermal-fat somersault flap and reported air flow obstruction. CONCLUSIONS: Reconstruction of complex nasal defects is challenging for plastic surgeons. Replacing the nasal tissue with similar tissue promotes the best possible aesthetic and functional results and is associated with a low incidence of complications.