RESUMO
Introdução: Hesitação vacinal é o atraso em aceitar ou a recusa das vacinas recomendadas. A Organização Mundial da Saúde recomenda uma cobertura vacinal por volta de 95% para garantir os benefícios da vacinação. Apesar disso, a hesitação em vacinar é crescente, o que deixa parte da população suscetível a doenças imunopreveníveis e favorece o ressurgimento de enfermidades já erradicadas. O objetivo do estudo foi identificar a hesitação vacinal e fatores associados a esta em um ambulatório-escola no sul de Santa Catarina. Métodos: Estudo observacional transversal realizado em ambulatório-escola no período de outubro a dezembro de 2019. Resultados: O estudo foi composto por 221 responsáveis por crianças e adolescentes até 16 anos. Apesar de todos os responsáveis exporem que vacinam os seus filhos, 84,2% estavam com a carteira de vacinação atualizada. A prevalência de hesitação vacinal foi de 20,09%, e os principais motivos destacados foram a preocupação com os efeitos adversos e a falta de segurança em realizá-las. Em relação à intensidade da hesitação, 52,77% deixaram de aplicar somente uma vacina recomendada, e 41,66% vacinaram, mesmo hesitando. Entre aqueles que já hesitaram, 65,62% não imunizaram seus filhos contra o vírus Influenza. Conclusão: Apesar de a maioria vacinar seus filhos, a taxa de hesitação encontrada não pode ser ignorada, devendo ser revertida. Para isso, se faz necessário o desenvolvimento de programas e campanhas informativas para o esclarecimento da população local frente à importância e aos benefícios da vacinação.
Introduction: Vaccine hesitancy is the delay in acceptance or refusal of recommended vaccines. The World Health Organization recommends around 95% vaccination coverage to ensure the benefits of vaccination. Despite this, hesitancy to vaccinate is increasing, leaving part of the population susceptible to immunopreventable diseases and favoring the resurgence of already eradicated diseases. This study aimed to identify vaccine hesitancy and associated factors in a school outpatient clinic in southern Santa Catarina. Methods: The study carried out a cross-sectional observational study in a school outpatient clinic from October to December 2019. Results: The 221 guardians of children and adolescents up to 16 years composed the research. Although all guardians exposed that they vaccinate their children, 84.2% were with the vaccination cards updated. The prevalence of vaccine hesitancy was 20.09%, and the main reasons highlighted were concern about adverse effects and lack of safety when vaccinating. Concerning the intensity of hesitancy, 52.77% failed to apply only one recommended vaccine, and 41.66% were vaccinated even though they hesitated. Among those who hesitated, 65.62% did not immunize their children against the influenza virus. Conclusions: Although the majority vaccinate their children, the hesitancy rate found cannot be ignored and should be reversed. For this, it is necessary to develop informative programs and campaigns to educate the local population about the importance and benefits of vaccination.