RESUMO
Com este trabalho, buscamos pensar metapsicologicamente os processos psíquicos mais primitivos, nos quais o corpo inscrito ainda não é um corpo representado. Pensamos um psiquismo marcado pela premência de um estado de não-desejo que, de alguma forma, habita cada um de nós, onde uma quantidade de pulsão de morte, pouco domesticada pela pulsão sexual deixou a marca do traumático. Nesta busca, convidamos o leitor a transitar do recalcado constituído de suas representações de coisa ao não-recalcado com suas impressões e traços; e passar pelo masoquismo primário não-erógeno, marcado por uma libido que não foi suficiente para efetivar a transição da autodestrutividade para a destrutividade do objeto; por fim, chegar à melodia de um não-desejo, melodia ouvida em nossa clínica, na forma de uma indiferença, uma apatia, uma ausência de angústia sinal. (AU)
In this paper, we think metapsychologically the most primitive psychic processes where the inscribed body is not a body represented. We think a psyche marked by the urgency of a state of non-desire that somehow inhabits each one of us, where an amount of death instinct, somewhat tamed by sexual instinct left the mark of traumatic. In this research, we invite you to follow us thru the repressed, composed of representations of thing, with its impressions and traces; skip from primary masochism marked by insufficient libido to do a transition from self-destructiveness to the destructiveness of an object. Finally, get to a melody of a non-desire, which apperars in our practice in the form of indifference, apathy, a lack of distress signal. (AU)
En este trabajo, pensamos metapsicologicamente los procesos psíquicos más primitivos, donde el cuerpo inscrito no es un cuerpo representado. Pensamos un psiquismo marcado por un estado de no-deseo que habita en alguna manera a cada uno de nosotros, en que una cantidad de pulsión de muerte poco domesticada por la pulsión sexual dejó la marca de un traumático. En esta búsqueda, les invitamos a transitar desde el reprimido, que consiste en las representaciones de cosa, hasta el no-reprimido, con sus impresiones y rasgos. Desde al masoquismo primario caracterizado por una libido que no fue suficiente para efectuar la transición de la autodestrucción a la destrucción del objeto. (AU)
RESUMO
No presente artigo, os autores propõem-se a compartilhar reflexões e questionamentos decorrentes da prática do Acompanhamento Terapêutico (AT) em um Abrigo Institucional de Proteção a Portadores de Necessidades Especiais. A entrada do acompanhante terapêutico nesse contexto colocou em operação forças que promoveram um tensionamento com o instituído, atravessando e reinventando a prática clínica. Dessa forma, os autores foram convocados a problematizar a implicação política de uma andança dentro e fora da instituição produzida pela prática do AT. O trabalho sustenta que o AT não deve ser entendido apenas como uma prática capaz de levar a loucura para a rua, mas de forma mais ampla, como um dispositivo político com a potência de desacomodar a institucionalização da loucura nos espaços em que ela segue operando sem ser questionada.
In the present article, the authors intend to share their reflections and questionings brought up by the practice of Therapeutic Accompaniment (TA) in an Institutional Shelter dedicated to providing protection to individuals with special needs. The entrance of the therapeutic companion in this institutional context has put into operation forces that promoted tension when in contact with the instituted, reinventing the clinical practice. Thus, the authors were challenged to problematize the political implications of their wanderings inside and outside the institution, produced by the practice of TA. This work sustains that the understanding of TA should not be defined only as a practice that is able to take the insane out of the asylum and into the street, but should also include a broader approach, as a political device that holds the power to unsettle the institutionalization of insanity in the places where it keeps operating without being questioned.
Assuntos
Humanos , Criança , Adolescente , Moradias Assistidas , Continuidade da Assistência ao Paciente , Institucionalização , Psicologia Clínica , Abrigo , Criança Institucionalizada/psicologia , Terapêutica/psicologiaRESUMO
No presente artigo, os autores propõem-se a compartilhar reflexões e questionamentos decorrentes da prática do Acompanhamento Terapêutico (AT) em um Abrigo Institucional de Proteção a Portadores de Necessidades Especiais. A entrada do acompanhante terapêutico nesse contexto colocou em operação forças que promoveram um tensionamento com o instituído, atravessando e reinventando a prática clínica. Dessa forma, os autores foram convocados a problematizar a implicação política de uma andança dentro e fora da instituição produzida pela prática do AT. O trabalho sustenta que o AT não deve ser entendido apenas como uma prática capaz de levar a loucura para a rua, mas de forma mais ampla, como um dispositivo político com a potência de desacomodar a institucionalização da loucura nos espaços em que ela segue operando sem ser questionada.(AU)
In the present article, the authors intend to share their reflections and questionings brought up by the practice of Therapeutic Accompaniment (TA) in an Institutional Shelter dedicated to providing protection to individuals with special needs. The entrance of the therapeutic companion in this institutional context has put into operation forces that promoted tension when in contact with the instituted, reinventing the clinical practice. Thus, the authors were challenged to problematize the political implications of their wanderings inside and outside the institution, produced by the practice of TA. This work sustains that the understanding of TA should not be defined only as a practice that is able to take the insane out of the asylum and into the street, but should also include a broader approach, as a political device that holds the power to unsettle the institutionalization of insanity in the places where it keeps operating without being questioned.(AU)
Assuntos
Humanos , Criança , Adolescente , Moradias Assistidas , Abrigo , Institucionalização , Continuidade da Assistência ao Paciente , Psicologia Clínica , Criança Institucionalizada/psicologia , Terapêutica/psicologiaRESUMO
O autor se propõe a discutir dois aspectos: o conceito de abstinência e seu desenvolvimento na técnica da psicanálise, e como é possível pensar a implicação pública e política do analista enquanto um ser social, a partir do conceito de abstinência. O tema é fruto do questionamento acerca da implicação do psicanalista no contemporâneo e de um posicionamento crítico a respeito dos pressupostos psicanalíticos. Para tanto, é trazida à luz uma revisão do conceito de abstinência na obra freudiana e em proposições contemporâneas sobre o tema enquanto técnica. Assim, é proposta uma reflexão sobre seus desdobramentos a partir da ideia de que a escassa discussão e problematização do conceito da abstinência cria obstáculos na escuta do desejo do analista. Dessa forma, propõe a implicação do psicanalista no contexto social de forma ativa e política, capaz de operar mudanças sociais e de tornar a cultura mais permeável à ideia de um sujeito do inconsciente. Assim sendo, cria-se a problematização da função abstinente do psicanalista e da implicação desse sujeito como um ser ético-estético-político em sua vida pública.(AU)
El autor propone analizar dos aspectos: el concepto de la abstinencia y su desarrollo en la técnica del psicoanálisis y cómo es posible pensar en la implicación analista de políticas públicas y como ser social, desde el concepto de la abstinencia. El tema es el resultado de preguntar acerca de la implicación del psicoanalista contemporáneo y una postura crítica con respecto a las hipótesis psicoanalíticas. Por lo tanto, se sacó a la luz una revisión del concepto de la abstinencia de Freud y las proposiciones contemporáneas sobre el tema como una técnica. Por lo tanto, se propone una reflexión sobre las consecuencias de la idea de que poca discusión y el cuestionamiento del concepto de la abstinencia crea obstáculos en la escucha del analista. Por lo tanto, se propone la participación del analista en el contexto social en una política activa , capaz de operar cambios sociales y que la cultura sea más abierto a la idea de un sujeto del inconsciente. De esa forma, se crea el papel problemática de la abstinencia psicoanalista e implicación de este tema como un imperativo ético - estético-político en la vida pública.(AU)