RESUMO
Erythrina speciosa Andrews, Fabaceae, is used in the South of Brazil as sedative and tranquilizers. In this study, behavioral effects of aqueous (AE) and dichloromethane (DCM) extracts of E. speciosa leaves were evaluated in male mice, as well as their lethal dose 50 percent (LD50). The extracts were administered by gavage in doses ranging from 50 to 400 mg/kg 1 h before the behavioral tests. AE decreased ambulation (50, 100 and 400 mg/kg) and rearing (50 and 400 mg/kg) in the open-field but did not influence elevated plus maze, rotarod and pentobarbital-induced sleep tests. No behavioral effects were observed after DCM administration. LD50 for both extracts were higher than 2000 mg/kg. The results showed that AE and DCM extracts of E. speciosa leaves do not produce anxiolytic effect in the elevated plus maze nor seems to depress the Central Nervous System. However, since serotonergic mechanisms may be involved in the pharmacological action of Erythrina plants and the elevated plus maze test is not adequate to evaluate serotonergic drugs, our results do not invalidate the use of this plant in folk medicine but suggest that the mechanism involved in a possible central action of Erythrina needs to be clarified.
Erythrina speciosa Andrews, Fabaceae, é usada na região Sul do Brasil como sedativa e tranquilizante. Neste estudo, uma possível ação central do extrato aquoso (EA) e fração diclorometano (DCM) das folhas da E. speciosa foi avaliada em camundongos machos submetidos a testes comportamentais 1 h após o tratamento (gavage). Também foi avaliada a dose letal 50 por cento (DL50) como indicativa da toxicidade aguda desta planta. O EA diminuiu a locomoção (50, 100 e 400 mg/kg) e o levantar (50 e 400 mg/kg) no teste de campo aberto mas não alterou nenhum dos comportamentos avaliados nos testes de labirinto em cruz elevado, rotarod e sono induzido. A DCM não alterou nenhum dos comportamentos avaliados. A DL50 de ambos os extratos foi estimada como sendo >2000 mg/kg. Os resultados sugerem ausência de efeito ansiolítico e depressor do Sistema Nervoso Central das folhas de E. speciosa. Entretanto, como mecanismos serotonérgicos podem estar envolvidos na ação farmacológica de plantas do gênero Erythrina e o teste de labirinto em cruz elevado não é adequado para avaliar o efeito de drogas serotonérgicas, nossos resultados não invalidam o uso desta planta na medicina popular, mas apontam a necessidade de se investigar o mecanismo de ação envolvido no possível efeito central de plantas do gênero Erythrina.