RESUMO
The main objective of this article is to analyze the new organization of labor of university teachers, seeking to investigate the potential relationship with the health status of these workers. It is based on the assumption that job instability in public universities has had repercussions on the health of higher education teachers. A qualitative exploratory study was conducted by means of bibliographic research in indexed databases. As a method of analysis, thematic analysis was used, focusing on four empirical categories, namely: job instability in the teaching profession; intensification of labor; aspects of the organization of teaching work in universities; and data on the health of university teachers. It was revealed in the literature that the use of strong organizational pressures prevails in the university scenario and consequently the intensification of labor is prevalent, with emphasis on the issue of increasing the demand for academic productivity. It was also observed that the topic of excess workload of teachers is recurrent and the concept of availability of less leisure time prevails. In addition, the need for organized collective resistance was confirmed in order to modify the job instability of teaching work.
Este artigo tem como principal objetivo analisar a nova organização do trabalho dos professores universitários, estabelecendo uma relação com o panorama de saúde desses trabalhadores. Parte-se do pressuposto segundo o qual a precarização do trabalho nas universidades públicas vem gerando repercussões na saúde dos docentes da educação superior. Realizou-se um estudo qualitativo de caráter exploratório por meio de pesquisa bibliográfica em bases de dados indexadas. Como método de análise, lançou-se mão da analise temática, chegando a quatro categorias empíricas, sendo elas: precarização do trabalho docente; intensificação laboral; aspectos da organização do trabalho docente em universidade; e dados sobre a saúde dos docentes universitários. Verificou-se, na literatura, que prepondera no cenário das universidades o uso de fortes pressões organizacionais e como consequência produz-se a intensificação do trabalho, com destaque para a questão do aumento da exigência de produtividade acadêmica. Constatou-se, ainda, que o tema da sobrecarga de trabalho do professor é recorrente e prevalece a ideia de menor disponibilidade de tempo para o lazer. Além disso, confirmou-se o imperativo da resistência coletiva organizada de maneira a se modificar o quadro de precarização do trabalho do professor.
Assuntos
Docentes/organização & administração , Nível de Saúde , Universidades , Carga de Trabalho , Humanos , Satisfação no Emprego , Atividades de Lazer , Universidades/organização & administração , Recursos HumanosRESUMO
Resumo Este artigo tem como principal objetivo analisar a nova organização do trabalho dos professores universitários, estabelecendo uma relação com o panorama de saúde desses trabalhadores. Parte-se do pressuposto segundo o qual a precarização do trabalho nas universidades públicas vem gerando repercussões na saúde dos docentes da educação superior. Realizou-se um estudo qualitativo de caráter exploratório por meio de pesquisa bibliográfica em bases de dados indexadas. Como método de análise, lançou-se mão da analise temática, chegando a quatro categorias empíricas, sendo elas: precarização do trabalho docente; intensificação laboral; aspectos da organização do trabalho docente em universidade; e dados sobre a saúde dos docentes universitários. Verificou-se, na literatura, que prepondera no cenário das universidades o uso de fortes pressões organizacionais e como consequência produz-se a intensificação do trabalho, com destaque para a questão do aumento da exigência de produtividade acadêmica. Constatou-se, ainda, que o tema da sobrecarga de trabalho do professor é recorrente e prevalece a ideia de menor disponibilidade de tempo para o lazer. Além disso, confirmou-se o imperativo da resistência coletiva organizada de maneira a se modificar o quadro de precarização do trabalho do professor.
Abstract The main objective of this article is to analyze the new organization of labor of university teachers, seeking to investigate the potential relationship with the health status of these workers. It is based on the assumption that job instability in public universities has had repercussions on the health of higher education teachers. A qualitative exploratory study was conducted by means of bibliographic research in indexed databases. As a method of analysis, thematic analysis was used, focusing on four empirical categories, namely: job instability in the teaching profession; intensification of labor; aspects of the organization of teaching work in universities; and data on the health of university teachers. It was revealed in the literature that the use of strong organizational pressures prevails in the university scenario and consequently the intensification of labor is prevalent, with emphasis on the issue of increasing the demand for academic productivity. It was also observed that the topic of excess workload of teachers is recurrent and the concept of availability of less leisure time prevails. In addition, the need for organized collective resistance was confirmed in order to modify the job instability of teaching work.
Assuntos
Humanos , Universidades/organização & administração , Nível de Saúde , Carga de Trabalho , Docentes/organização & administração , Recursos Humanos , Satisfação no Emprego , Atividades de LazerRESUMO
Resumo Ensaio baseado em reflexão teórico conceitual acerca do conceito racionalidade nutricional e sua relação com a medicalização da comida, onde se buscou apontar a influência que práticas alimentares sofrem do suposto estado de supremacia que a ciência detém, a qual sugere em seu discurso a necessidade de saúde. A partir do pressuposto da racionalidade nutricional como dever comer, supõe-se que este participa do processo de medicalização da comida ao descredenciar o sujeito do autocuidado alimentar, engendrar a ideia de risco de suposta alimentação inadequada e fomentar a ideia de que comer bem é comer de acordo com princípios científicos. A disseminação para o grande público de estudos científicos e os resultados de pesquisas relevam o papel da racionalidade nutricional na promoção de "melhor" saúde em detrimento da existencialidade da comida e de seu papel agregador nas relações intersubjetivas.
Abstract This is an article based on a theoretical and conceptual reflection on the concept of nutritional rationale and its relation to the medicalization of food. The objective is to highlight the influence that eating habits suffer from the alleged condition of supremacy that science holds, which proclaims the need for health in its discourse. Based on the assumption of nutritional rationale as an eating obligation, it is assumed that it is responsible for the process of the medicalization of food. This is achieved by disqualifying the individual from self-care in terms of food, instilling the idea of the risk that comes from supposedly inadequate eating habits and fomenting the idea that to eat well is to eat accordingly to scientific principles. The dissemination of scientific studies and the results of research to the general public reveals the part played by eating in promoting a state of "better" health at the expense of the existentiality of food and its role as the aggregator in intersubjective relations.
RESUMO
O objetivo principal deste artigo é analisar, pelo ângulo dos próprios trabalhadores, os sentidos da readaptação na vida dos professores de uma universidade pública, sob o enfoque metodológico da pesquisa qualitativa. Participaram do estudo oito professores readaptados com vínculo estável na universidade, sendo que dois pertenciam ao colégio de aplicação. Quanto à discussão do material, optou-se pelo método de análise do discurso, objetivando interpretar, a partir de sua própria fala e vivência, como os docentes lidam com o fato de serem readaptados. As principais categorias empíricas advindas das análises das falas foram: "Você tem que correr atrás para que seu trabalho seja publicado e ainda ministrar e preparar as aulas"; "A readaptação foi favorável para minha saúde porque saí da sala de aula"; "Aqui há falta crônica de professores"; "O pior do processo de readaptação é o tratamento dado pelos colegas"; "Na perícia central você é muito maltratado". Concluiu-se que a readaptação funcional é um processo gerado por condições coletivas de trabalho como, por exemplo, a sobrecarga de aulas, o que exige a necessidade de intervenções institucionais de caráter coletivo para a promoção de ambientes laborais mais saudáveis.
In this paper we aimed at analyzing, from the perspective of workers themselves and under the methodological approach of qualitative research, the meanings of readjustment in the lives of professors at a public university. Eight readapted professors with stable relationship with the university and two others from Application School have participated in this study. As for the discussion of the material, we have chosen the method of discourse analysis, aiming to interpret from their own speech and experience, how the professors deal with the fact that they are readjusted. The main categories of empirical results from the speech analyzes were: "You have to catch up with your papers to be published and teach and prepare lessons, as well" "The readjustment was favorable to my health condition just because I've quit classes", "There is chronic lack of professors here", "The worst in the process of readjustment is the treatment you receive from colleagues", "In central expertise you are very badly treated". It was concluded that the functional readjustment is a process generated by collective work conditions, for example, the overhead of classes, which requires the need for collective character of institutional interventions to promote healthier working environments.
Assuntos
Humanos , Docentes/organização & administração , Readaptação ao Emprego/psicologia , Saúde Ocupacional , Condições de Trabalho , Pesquisa QualitativaRESUMO
Neste artigo, empreendemos uma análise sobre a temática atinente ao complexo médico-industrial (CMI) e complexo médico-financeiro (CMF), inspirados no referencial teórico dos science studies. Amiúde, a temáticareferente ao complexo médico industrial/financeiro é abordada pelo viés da dicotomia entre interesses econômicos e valores sociais. Aqui, almejamos chamar a atenção para anecessidade de se levar em consideração os vários prismas da questão, uma vez que as referidas noções procuram nomear um tipo de fenômeno extremamente complexo. De modo a se obter uma avaliação simultaneamente ampla e profunda do problema, julgamos ser oportuno desencavar o ideário subjacente tanto aos seus aspectos epistemológicos quanto aos axiológicos. Para realizar esse objetivo a contento, começamos com uma breve contextualização e reavaliação dos science studies; em seguida, realizamos uma espéciede revisão da literatura em português relativa ao conceito de CMI e CMF, chamando a atenção para as recentestentativas de suplantar a dicotomia interesses econômicos x valores sociais; depois disso, procuramos deslindar, a partir da discussão acerca dos modos de produção do conhecimento, o background epistemológico e econômicosubjacente a CMI; na sequência, colocamos em relevo alguns diagnósticos críticos da indústria farmacêutica, tendo como mote as noções de medicalização social e de medicina alternativa e complementar (MAC); por fim, apontamos na direção de uma abordagem a mais ampla e aguda possível de uma problemática que não pode mais ser pensada emmoldes meramente dicotômicos.