RESUMO
O efeito da nifedipina sobre a resposta pressórica e sobre a aldosterona em relaçäo à angiotensina II e sobre a inibiçäo da liberaçäo de renina pela angiotensiva II foi examinado em dois estudos. No primeiro, seis indivíduos normais com equilíbrio salino normal receberam duas infusöes graduadas de angiotensina II a 5, 10 e 20 ng/kg/min em cada um dos dois dias de estudo . Num dia, a nifedipina (20 mg) foi administrada entre as infusöes e no dia controle näo foi administrado tratamento. No segundo estudo, sete indivíduos receberam nifedipina (10 mg) três vezes ao dia durante três dias. No quarto dia, após a dose matinal de nifedipina, a angiotensina II foi infundida a 2,5 e 20 ng/kg/min, seguida após uma hora por uma infusäo de noradrenalina a 50-500 ng/kg/min. Numa outra ocasiäo a experiência foi repetida sem a administraçäo da nifedipina. A nifedipina causou uma atenuaçäo significativa nas respostas pressóricas em ambos estudos, manifestada como uma alteraçäo para a direita nas curvas logarítmicas dose-resposta. O efeito pressórico da noradrenalina foi atenuado da mesma forma. As respostas de aldosterona à angiotensiva II foram significativamente diminuídas após uma única dose de nifedipina, mas näo após três dias de tratamento. A renina foi suprimida de modo dose-dependente durante a infusäo de angiotensina II e estimulada quadruplamente pela nifedipina. Níveis estimulados também foram suprimidos pela angiotensina II. Estes achados sugerem que a nifedipina pode diminuir a pressäo sangüínea diminuindo o grau de resposta vascular a hormônios pressóricos e respostas adrenais à angiotensina II e que a liberaçäo de aldosterona, mas näo a inibiçäo da liberaçäo da renina pela angiotensina II, é dependente da entrada de cálcio nas células