RESUMO
INTRODUÇÃO: O advento das técnicas de modificação de substrato e dos cateteres de mapeamento multieletrodos ampliou o espectro de taquicardias ventriculares (TVs) mapeáveis. O mapeamento de alta definição proporcionou melhor agilidade, eficiência e resultados da ablação de TVs na população não chagásica. No entanto, o papel do mapeamento de potenciais diastólicos ainda não foi estudado na miocardiopatia chagásica, que apresenta desafios eletrofisiológicos peculiares. Este estudo tem como objetivo avaliar a frequência de mapeamento dos potenciais diastólicos e seu impacto na recorrência de TV em pacientes chagásicos submetidos à ablação. MÉTODOS: De um total de 56 pacientes submetidos a ablação de taquicardia ventricular cicatricial em nossa instituição no período de outubro de 2020 a outubro de 2023, foram analisados 36 pacientes portadores de miocardiopatia chagásica com seguimento mínimo de 1 ano. A ablação por radiofrequência foi direcionada às regiões com potenciais diastólicos, seguida pela modificação do substrato, com mapeamento epicárdico e endocárdico em todos os pacientes. Os desfechos a longo prazo foram correlacionados com a capacidade de mapear potenciais diastólicos. RESULTADOS: Foram induzidas 70 TVs no total, das quais 30 (42,9%) eram hemodinamicamente instáveis. O mapeamento da fase diastólica foi obtido em 46 TVs (65,7%). Dos 36 pacientes analisados, potenciais diastólicos foram identificados em 27 (75%) pacientes. Entre estes, 5 (18,5%) apresentaram recorrência de TV. Em contraste, dos 8 (22,2%) pacientes em que não foi possível identificar potenciais diastólicos, 2 (25%) apresentaram recorrência. CONCLUSÃO: Nesse estudo, o mapeamento dos potenciais diastólicos foi viável em uma proporção significativa de pacientes portadores de miocardiopatia chagásica e foi associado a menores taxas de recorrência de taquicardia ventricular.
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Cardiomiopatia Chagásica , Taquicardia Ventricular , Mapeamento Epicárdico , Ablação por RadiofrequênciaRESUMO
INTRODUÇÃO: A distrofia muscular tipo cintura do quadril cursa com lesão progressiva e irreversível. Devido a fraqueza dos músculos respiratórios e orofaríngeos que podem estar presentes nesses pacientes, além de sensibilidade aumentada e prolongada a sedativos e analgésicos, potencializando o risco de aspiração e apneia de início tardio, a extubação pós procedimento pode ser dramática, podendo evoluir para insuficiência respiratória pós extubação. DESCRIÇÃO: Relatamos o caso de uma mulher obesa de 46 anos que apresentava quadro avançado, com necessidade do uso de suporte ventilatório não invasivo e decúbito lateral durante o sono. A mesma não tolerava decúbito dorsal com inclinação inferior a 60 graus e era portadora de síndrome de Wolff-Parkinson-White por via anômala lateral esquerda, refratária ao tratamento combinado de amiodarona e atenolol. Discutido com equipe de anestesiologia e considerado que intubação endotraqueal incorreria em alta probabilidade de desmame difícil, bem como provável traqueostomia pré-extubação. Após longa deliberação sobre o caso optado por realização do procedimento em posição semi- -sentada (60 graus, guiado pela orientação dada pela paciente). Pela obesidade e angulação de membros inferiores, tornou-se inviável punção femoral. Optamos então por punção radial com introdutor slender 6F/7F, que permitiu o uso de um cateter terapêutico e acesso retroaórtico via artéria radial direita. Apesar da variação da angulação da fluoroscopia, foi possível a abordagem com cateter oito mm curva média 7F com sucesso e sem intercorrências. Importante observar que o procedimento foi relativamente bem tolerado, exceto por momentos de dor em membro superior direito sugestivos de espasmo em artéria radial, prontamente revertidos com infusão em bólus de solução de nitroglicerina no introdutor radial. A paciente recebeu alta na manhã seguinte ao procedimento por protocolo institucional. CONCLUSÃO: O acesso radial deve ser considerado em raras situações e pode ser uma solução factível em casos específicos como esse.
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Síndrome de Wolff-Parkinson-White , Artéria Radial , Suporte Ventilatório Interativo , Distrofias Musculares , ObesidadeRESUMO
INTRODUÇÃO: As taquicardias ventriculares idiopáticas podem ter origem nos ventrículos esquerdo (VE) ou direito (VD). No VE, usualmente envolvem os fascículos esquerdos do sistema His-Purkinje ou a via de saída. No VD, por sua vez, a maior parte dessas arritmias se origina na via de saída. Já o ritmo idioventricular acelerado (RIVA) com origem no VD usualmente envolve as fibras de Mahaim sendo o automatismo seu principal mecanismo. Descrevemos um caso raro de RIVA originada no ramo direito. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente de 15 anos, masculino, em seguimento clínico ambulatorial por ectopias ventriculares, foi admitido na unidade de emergência com queixas de dor torácica, palpitações e pré-síncope, a despeito do uso regular de propranolol 200mg/dia. Eletrocardiograma mostrava ritmo idioventricular acelerado com bloqueio de saída 3:2 e morfologia de bloqueio de ramo esquerdo (figura 1A). Ecocardiograma não evidenciou alterações estruturais. Realizado teste ergométrico que demonstrou ectopias ventriculares isoladas e pareadas, além de 2 episódios de RIVA, com redução da densidade das arritmias no pico do esforço. Holter de 24h mostrou 12% de ectopias ventriculares e 976 episódios de RIVA (com frequências variando de 63 a 97bpm) com duração de até 9 batimentos. Realizado estudo eletrofisiológico (figura 1B) e mapeamento de ativação da arritmia por técnica convencional com demonstração de precocidade do eletrograma ventricular em relação à ectopia de até 20ms em ramo direito (1C) onde aplicou-se radiofrequência (50W, 60ºC figura 2A) com término imediato da arritmia. ECG pós ablação sem bloqueio de ramo direito (figura 2B). Holter repetido após 2 meses não demonstrou recorrência das arritmias. CONCLUSÃO: A ocorrência de arritmias ventriculares originadas no ramo direito é rara. Descrevemos um caso de RIVA por mecanismo automático com origem no ramo direito tratada com sucesso por meio da ablação por cateter.
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Arritmias Cardíacas , Feixe Acessório Atrioventricular , Ventrículos do Coração , EletrocardiografiaRESUMO
INTRODUÇÃO: Ectopias juncionais (EJs) possuem origem nas fibras de Purkinje da junção atrioventricular (AV), ocasionadas por hiperautomatismo ou atividade deflagrada e podem evoluir com taquicardiomiopatia. A ablação é uma alternativa de tratamento e envolve cautela pelo risco de bloqueio AV. DESCRIÇÃO: Mulher de 45 anos com queixas de palpitações e cansaço, extrassístoles supraventriculares de alta densidade no Holter (39%), disfunção ventricular ao ecocardiograma (FEVE 47%), refratária ao uso de amiodarona 200mg/dia e metoprolol 50mg/dia foi encaminhada para ablação. O estudo eletrofisiológico demonstrou intervalos básicos normais (PR:190ms; PA:34ms; AH:102ms; HV:54ms; QRS:72ms; QT:360ms). Durante a monitorização, a paciente apresentava ritmo sinusal com ectopias juncionais de complexos QRS estreito (72ms) e QRS largo (120ms) com padrão de bloqueio do ramo esquerdo. Realizou-se o mapeamento do potencial de Purkinje sendo observada maior precocidade (56ms) na porção distal da junção AV (local com eletrograma atrial de baixa amplitude). Aplicações de radiofrequência (10W a 20W, 60°C), com cateter terapêutico de 4 mm, eliminaram as ectopias após 2 segundos. Durante as aplicações, ocorreu bloqueio da condução pelo ramo direito e alargamento do intervalo PR. Os intervalos básicos ao término do procedimento foram PR:250ms; PA:40ms; AH:150ms; HV:60ms; QRS:130ms; QT:408ms). O Holter previamente à alta hospitalar demonstrou ectopias juncionais de baixa densidade (3%) e períodos de bloqueio atrioventricular de segundo grau tipo I. Após 30 dias, a paciente permaneceu sem medicações, assintomática, com extrassístoles infrequentes ao exame físico, ritmo sinusal com bloqueio de ramo direito, teste ergométrico com frequência máxima atingida de 162bpm e evoluiu com normalização da função ventricular. CONCLUSÃO: A ablação por radiofrequência de EJs refratárias é factível e possibilitou a normalização da função ventricular no caso apresentado. Deve-se avaliar a relação risco/benefício pela possibilidade de bloqueio AV total.
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Taquicardia Atrial Ectópica , Disfunção VentricularRESUMO
INTRODUÇÃO: O pleno conhecimento da anatomia vascular torácica é de suma importância para os profissionais envolvidos na realização de procedimentos invasivos. A persistência da veia cava superior esquerda (VCSE) é uma anomalia congênita incomum que pode coexistir com as vias atrioventriculares acessórias, sendo seu diagnóstico, na maioria das vezes, incidental. A VCSE é incorporada na formação do seio coronário durante o desenvolvimento normal, porém, se persistente, pode fornecer acesso direto ao seio coronário através da veia subclávia esquerda. De acordo com a literatura, a incidência da VCSE varia entre 0,3-0,5% na população geral, podendo atingir até 10% naqueles pacientes sabidamente portadores de alguma outra anomalia congênita cardíaca, e a sua correlação com a Síndrome de Wolf Parkinson White (WPW) pode chegar até a 4,5% nos pacientes submetidos ao estudo eletrofisiológico. DESCRIÇÃO: Paciente de 29 anos, masculino, esportista e sem comorbidades foi encaminhado para o laboratório de eletrofisiologia invasiva com diagnóstico de pré-excitação ventricular (Figura 1). Durante estudo eletrofisiológico foi observado veia cava superior esquerda persistente, através da venografia do seio coronário (Figura 2), associado a via acessória lateral esquerda de condução bidirecional. O mapeamento com cateter de ablação, de forma convencional, no interior da VCSE demonstrou maior fusão AV correspondente a parede lateral do átrio esquerdo (Figura 3). A ablação nesse local, durante estimulação ventricular, eliminou a condução retrógrada pela via acessória. Novo mapeamento, após punção transeptal, foi realizado na região lateral esquerda do anel mitral com evidencia de fusão AV (Figura 4). Nesse local, nova aplicação de radiofrequência eliminou a condução anterógrada pela via acessória. ECG pós ablação sem presença de pré-excitação (Figura 5). CONCLUSÃO: A VCSE pode ser usada como vantagem para mapeamento e ablação de uma via acessória do lado esquerdo, apesar do seio coronário dilatado. Descrevemos o caso de um paciente com diagnóstico de WPW e VCSE submetido a ablação bem-sucedida realizada dentro da veia cava superior esquerda e na região lateral esquerda do anel mitral.
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Anormalidades Congênitas , Eletrofisiologia , Veia Cava Superior Esquerda Persistente , EletrocardiografiaRESUMO
INTRODUÇÃO: As vias acessórias (VA) típicas à direita correspondem a 30% dos casos. Poucos são os relatos na literatura de inserção em apêndice atrial direito (AAD). As VA múltiplas são raras, ocorrendo em 10% dos casos de VA atípicas. Estas por sua vez, constituem 3% a 5% dos casos de VA. Uma VA anterógrada atípica é definida por seu comportamento decremental entre o AD ou o NAV com o VD pelo ramo direito ou próximo deste. Este comportamento pode ser adquirido após ablação prévia de uma VA típica, principalmente quando próximas ao seio coronário. Apesar de raras, o comportamento único destas vias torna o seu diagnóstico e tratamento desafiadores. RELATO DE CASO: Menina de 14 anos, sem cardiopatia estrutural, com queixa de palpitações e pré-excitação ventricular foi submetida à ablação com sucesso de VA com inserção em AAD (fig 1). Na ocasião, induzida taquicardia por reentrada atrioventricular (AV) ortodrômica. Ao término do procedimento, intervalo HV normal (45ms) e condução retrógrada concêntrica e decremental. No seguimento ambulatorial, apresentou recorrência da pré-excitação ventricular sendo reencaminhada para estudo eletrofisiológico. Durante estimulação atrial decremental evidenciado aumento progressivo do intervalo AV (>30ms), redução progressiva do HV e aumento progressivo do grau de pré-excitação (fig 2). Ao mapear a porção lateral de anel tricuspídeo em ritmo sinusal, visualizado potencial M (fig 2). Estimulação neste local foi compatível com a morfologia de pré-excitação máxima (fig 3). Pulsos de radiofrequência com cateter terapêutico irrigado nessa região eliminaram a condução pela VA. Testes atriais subsequentes com comportamento normal do NAV. No seguimento clínico, apresentou melhora dos sintomas e sem recorrência da pré-excitação ventricular. CONCLUSÕES: A presença de VA em AAD é rara. O comportamento decremental da VA pode ocorrer após a ablação prévia de uma VA típica. A coexistência de ambos os diagnósticos constitui o desafio deste caso. Descrevemos um caso incomum no qual ambas as situações ocorreram e foram tratadas com sucesso por meio da ablação por cateter.
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Taquicardia Ventricular , Ablação por Cateter , Apêndice AtrialRESUMO
A distrofia muscular tipo cintura do quadril cursa com lesão progressiva e irreversível. Devido a fraqueza dos músculos respiratórios e orofaríngeos que podem estar presentes nesses pacientes, além de sensibilidade aumentada e prolongada a sedativos e analgésicos, potencializando o risco de aspiração e apnéia de início tardio, a extubação pós procedimento pode ser dramática, podendo evoluir para insuficiência respiratória pós extubação. Relatamos o caso de uma mulher obesa de 46 anos que apresentava quadro avançado, com necessidade do uso de suporte ventilatório não invasivo e decúbito lateral durante o sono. A mesma não tolerava decúbito dorsal com inclinação inferior a 60 graus, e era portadora de síndrome de Wolff Parkinson White por via anômala lateral esquerda, refratária ao tratamento combinado de amiodarona e atenolol. Discutido com equipe de anestesiologia, e considerado que intubação endotraqueal incorreria em alta probabilidade de desmame difícil, bem como provável traqueostomia pre extubacao. Após longa deliberação sobre o caso optamos por realizar o procedimento em posição semi sentada (60 graus, guiado pela orientação dada pela paciente). Pela obesidade e angulação de membros inferiores, tornou-se inviável punção femoral. Optamos então por punção radial com introdutor slender 6f/7f, que permitiu o uso de um cateter terapêutico e acesso retro aórtico via artéria radial direita. Apesar da variação da angulação da fluoroscopia, foi possível a abordagem com cateter 8mm curva média 7f com sucesso e sem intercorrências. Importante observar que o procedimento foi relativamente bem tolerado, exceto por momentos de dor em MSD sugestivos de espasmo em artéria radial, prontamente revertidos com infusão em bolus de solução de nitroglicerina no introdutor radial. A paciente recebeu alta na manhã seguinte ao procedimento por protocolo institucional. O acesso radial deve ser considerado em raras situações, e pode ser uma solução factível em casos específicos como esse. Referencias: UpToDate - Limb-girdle muscular dystrophy / Myotonic Dystrophy Foundation - Consensus-based Care Recommendations for Adults with Myotonic Dystrophy Type 2
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Artéria Radial , Ablação por Cateter , Debilidade Muscular , Suporte Ventilatório InterativoRESUMO
INTRODUÇÃO: A ablação por cateter para FV surgiu como uma estratégia nos pacientes nos quais um batimento ectópico é identificado como gatilho. Descrevemos um caso de ablação de FV com sucesso, desencadeada por EV's com origem na cúspide coronariana esquerda (CCE). Relato de caso: Uma mulher de 73 anos com MCP dilatada não isquêmica (FEVE de 20%) e CDI implantado há 9 anos devido a FV induzida em EEF, foi admitida em nosso serviço por choque apropriado. ECG demonstrou EV's frequentes com morfologia de BRE e eixo inferior. Holter 24h revelou EV's monomórficas frequentes (19%) e 68 episódios de TVNS. A interrogação do dispositivo mostrou um episódio de EV desencadeando TV rápida que logo degenerou em FV. Realizada telemetria do CDI concomitante à gravação de ECG, confirmando que as ectopias espontâneas e as que desencadeavam os episódios de TV/FV eram exatamente da mesma morfologia. A paciente foi encaminhada para ablação por cateter. O mapeamento do VE foi realizado por via de acesso retroaórtica. A ativação mais precoce foi registrada na CCE com potenciais precedendo o QRS da extrassístole em 50ms. A energia de RF (potência 50W, temperatura 60°C) foi aplicada no VE em posição subcúspide (Fig.1), com eliminação imediata dos batimentos ectópicos. O Holter 24h foi repetido 2 meses após o procedimento e não mostrou arritmias ventriculares. A paciente evoluiu bem, com resolução dos sintomas e melhora da classe funcional. Discussão: O ECG desempenha um papel importante na identificação da origem das EV's. No presente caso, foram observadas EV's com morfologia de BRE e achados sugestivos de local de origem em VSVE / cúspide coronariana. As cúspides coronarianas esquerdas representam 5-8% do total de sítios focais de extrassístoles ventriculares. Este é o primeiro caso relatado de FV desencadeada por extrassístoles decorrentes da cúspide coronariana esquerda e com resolução completa dos sintomas e densidade da arritmia durante o acompanhamento. Conclusões: Descrevemos um caso de FV desencadeada por EV tratada com sucesso com ablação por RF. A raridade da FV relacionada à cúspide coronariana esquerda é o principal destaque deste caso.
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Fibrilação Ventricular , Ablação por Cateter , Complexos Ventriculares PrematurosRESUMO
INTRODUÇÃO: O aneurisma de VE (ANEUVE) é uma complicação pós IAM e da doença de Chagas. É causa de arritmias, ICC e tromboembolismo. O CDI está indicado para prevenção da morte súbita arrítmica na ausência de causas removíveis. O ANEUVE pode ser ressecado cirurgicamente e, quando, aplica-se outras abordagens (endoaneurismorrafia, reconstrução do VE, revascularização miocárdica e ablação do foco arritmogênico) pode abolir o circuito da arritmia, melhorar a função ventricular e com isso o prognóstico dos pacientes (P). Objetivo: Apresentar a experiência da fase hospitalar da aneurismectomia de VE com TV instável. Métodos: Revisaram-se os prontuários de 14 P com ANEUVE e TVS hemodinamicamente instável (10P com ICo, 4P DCh; média de idade 60±5,6a, variando entre 52 e 70 a; média da FEVE 35±10%). Após a aneurismotomia, procedeu-se a indução da TV com estimulação ventricular programada (EVP) seguida de mapeamento endocárdico. Após a localização da área alvo realizou-se a ablação com cateter com RF (Cardioablate®). Nova EVP era realizada e, em caso de não indução da TV a cirurgia era complementada com a endoaneurismorrafia e reconstrução do VE com retalho de pericárdio. A revascularização miocárdica era a etapa final caso indicada. Antes da alta hospitalar, os P eram submetidos à EVP. Sendo negativa recebiam alta, em tratamento clínico, em caso positivo submetiam-se ao implante do CDI. Resultados: O ANEUVE localizou-se predominantemente na região anterior. A trombose ventricular foi observada em 3/14P (21%). A TV foi induzida e ablacionada com RF em 14/14 casos (100%). Em apenas 1P (7%) a TV foi reinduzida após a aneurismectomia. Houve tendência de melhora da FE no PO em 12/14P (35±9,8 vs. 39±7,7%; p=0,156). Em 13/14P (93%) a TV não mais foi induzida. Um P (7%) morreu por choque séptico, ainda internado. Um P implantou CDI devido a reindução de TV. Os outros P receberam alta estáveis. Conclusões: a) a aneurismectomia com abordagens para TVS é conduta eficaz em P com risco de MS; b) a comprovação do sucesso terapêutico pode ser demonstrada ainda na cirurgia e confirmada antes da alta com a EVP; c) a conduta utilizada evitou o implante de CDI na maioria dos casos.
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Taquicardia , Ventrículos do Coração , AneurismaRESUMO
INTRODUÇÃO: O aneurisma do ventrículo esquerdo (VE) é uma complicação do infarto do miocárdio e da doença de Chagas. O CDI é um prótese indicada para prevenção da MS, está indicado quando não há causas removíveis. O aneurisma de VE é uma condição que pode ser tratada cirurgicamente e quando associada a outras abordagens, como a endoaneurismorrafia e a reconstução geométrica do VE, além da ablação com radiofrequência do foco arritmogênico e revascularização miocárdica, pode abolir o circuito da arritmia, melhorar a função ventricular e com isso o prognóstico dos P acometido OBJETIVO: Apresentar a experiência da fase hospitalar da ressecção cirúrgica de aneurisma de VE associado à TV instável. MÉTODOS: Foram analizados, restrospectivamente, os prontuários de 14 P com aneurisma de VE e TVS hemodinamicamente instável (10P com ICo, 4P D. Chagas; média de idade 59±5,2a, variando entre 52 e 70 anos; fração de ejeção média de VE 36±11%). Após a aneurismotomia, procedeu-se a indução da TV com estimulação ventricular programada (EVP) seguida de mapeamento endocárdico. Após a localização da área alvo foi realizada a ablação local com RF utilizando-se o Cardioablate. Nova EVP para reindução da TV era realizada, em caso de não reindução a cirurgia era complementada com a endoaneurismorrafia seguida de reconstrução do VE com retalho de pericárdio. A revascularização miocárdica era a etapa final caso indicada. Após a cirurgia, antes da alta os P eram submetidos a nova EVP. Sendo negativa recebiam alta, com tratamento clínico, em caso positivo submetiam-se ao implante do CDI. RESULTADOS: a TV foi induzida e mapeada com o coração aberto em 8/14 casos permitindo sua localização e ablação. Nos outros casos era realizada ablação de áreas responsáveis pela TVS baseado na morfologia da TV ao ECG. Com essa abordagem em apenas um paciente a TV foi reinduzida após a resseção da área acometida. Em 13 P a TV não mais foi induzida inclusive na alta. Apenas um paciente morreu devido a choque séptico, ainda internado. Um paciente apenas recebeu o CDI. CONCLUSÕES: a) a aneurismectomia de VE com abordagens para arritmia, reconstrução do VE e revascularização miocárdica é conduta eficaz em P com risco de MS; b) a comprovação do sucesso terapêutico quanto à TV pode ser demonstrada ainda na cirurgia e confirmada antes da alta com a EVP; c) a conduta utilizada evitou o implante de CDI na maioria dos casos.
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Arritmias Cardíacas , Função Ventricular , Taquicardia Ventricular , AneurismaRESUMO
RESUMO: Paciente VJS, 56 anos, masculino, procedente de Guarulhos, MCP isquêmica, IAM em 2013, HAS, DM2, DLP em uso de medicação não otimizada para IC, procurou atendimento médico no IDPC com queixa de dispnéia e palpitação. Relata dispnéia CF II, dor torácica tipo D, sudorese e náuseas. Procurou atendimento externo anteriormente com queixa de palpitação, ECG com taquicardia de QRS largo com estabilidade hemodinâmica. Submetido à cardioversão química e encaminhado ao IDPC. No momento da consulta encontrava-se assintomático do ponto de vista cardiovascular e ECG em ritmo sinusal. Optado por internação hospitalar e investigação de taquiarritmia. Realizado ecocardiograma que evidenciou disfunção de ventrículo esquerdo importante (FEVE 32%) e acinesia da região apical e do segmento médio do septo além de hipocinesia do segmento basal do septo e da parede inferior. Cintilografia miocárdica com ausência de sinais de isquemia. Ressonância cardíaca demonstrou trombo em ventrículo esquerdo, aneurisma apical, área de viabilidade em território de Cx e área não viável em território de DA. Paciente foi submetido a cateterismo cardíaco mostrando oclusão total em artérias DA e CX no terço médio. Discutido caso e optado por cirurgia combinada de aneurismectomia, revascularização miocárdica com enxertos MIE-DA e AO-MG1 e mapeamento eletrofisiológico para TV com ablação per-operatória. Após 15 dias de pós-operatório, paciente foi submetido a novo estudo eletrofisiológico, sem indução de taquiarritmias e a um novo ecocardiograma que evidenciou melhora da função ventricular (FEVE 42%). Baseado na melhora da fração de ejeção, CF I e estudo eletrofisiológico sem indução de taquiarritmias optou-se por mantê-lo em tratamento clínico otimizado. Após 8 meses da cirurgia, retorna assintomático do ponto de vista cardiovascular, em CF I e com Holter mostrando apenas 32 EVs. Paciente mantido em seguimento clínico com retornos semestrais. (AU)
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Humanos , Taquicardia Ventricular/cirurgiaRESUMO
INTRODUÇÃO: A fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia cardíaca (FAPO) ocorre em 25% a 40% dos pacientes (P) após revascularização miocárdica (CRM), sendo mais frequente nos primeiros cinco dias. Há vários fatores envolvidos na gênese da FAPO, entre os quais o processo inflamatório e distúrbio hidroeletrolítico estão fortemente associados. O Stroke Risk Analysis (SRA) é um método eletrocardiográfico que utiliza a plotagem de Poincaré dos intervalos RR para detectar ectopias que são gatilhos para fibrilação atrial (figura) e tem sido útil para identificar P com risco de fibrilação atrial ambulatorialmente. Plotagem de Poincaré obtido pelo SRA. Em A, indivíduo sem ectopias, em ritmo sinusal (gráfico em formato de "taco de beisebol"). Em B, pontos esparsos ("outliers") indicam presença de ectopias e maior risco de FA. Ordenadas: intervalo RRn+1; abcissa intervalo RRn. OBJETIVO: Verificar a eficácia do SRA na detecção de FAPO após a CRM. MÉTODOS: 114 P, sem história prévia de fibrilação atrial, foram submetidos a CRM. No 1º dia de pós-operatório, o Holter de 7 dias foi instalado e permaneceu até o quinto dia. Os P que apresentaram FAPO os traçados de até 24h antes do início da arritmia foram divididos em trechos de 1h. Já os P que não apresentaram FAPO, o traçado do 2º dia PO foi dividido em trechos de 1h. Os trechos de gravação foram transferidos para uma central de análise e submetidos ao protocolo do SRA. Foi considerada correlação positiva a presença de "outliers" no gráfico de Poincaré. RESULTADOS: Dos 114 P (83 â e 31â; média de idade de 61± 7,9 anos, variando entre 43 e 84 anos), FAPO foi documentada em 34 P (30 %). O total de registros de Holter dessa população correspondeu a 660 períodos de uma hora. Dos 80 P sem FA, foram obtidos 641 registros de uma hora. No grupo FA+ a sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo foram de: 0,71/ 0,84 / 0,81 / 0,72 / respectivamente. CONCLUSÕES: O SRA é uma ferramenta de fácil execução e que pode ser empregada para predição de FAPO. (AU)
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Humanos , Fibrilação Atrial , Revascularização MiocárdicaRESUMO
A doença cardiovascular representa hoje a principal causa de morte em todo o mundo. A redução do número de mortes cardiovasculares é um dos principais pilares na política de saúde pública no Brasil, visto o ônus orçamentário que a doença e suas consequencias trazem ao sistema único de saúde. A identificação de pacientes assintomáticos de alto risco cardiovascular, deve ser prioridade na prática clínica. No entanto, o uso dos tradicionais fatores de risco cardiovasculares são insuficiente para tal, deixando de identificar uma parte significativa da população que se beneficiaria da aplicação de medidas farmacológicas e não farmacológicas...