RESUMO
A urolitíase é uma condição rara, mas considerada de emergência na rotina de equinos. Este trabalho relata um caso de correção de urolitíase vesical em equino pela técnica cirúrgica de laparocistotomia parainguinal a campo. Para isso, foi realizado atendimento de um equino macho, sem raça definida, com histórico de disúria e hematúria exacerbada após exercício. Após realização de exame clínico, a suspeita diagnóstica de urolitíase vesical foi confirmada por meio de ultrassonografia transretal, sendo indicado o tratamento cirúrgico. Diante da impossibilidade de realização do procedimento em centro cirúrgico, optou-se por operá-lo em condições a campo. Para o acesso à cavidade abdominal, optou-se pela laparotomia parainguinal. A bexiga foi localizada e esvaziada por punção. Procedeu-se cistotomia para remoção do urólito, seguida da lavagem da bexiga com solução fisiológica para remoção de possíveis detritos. A cistorrafia foi realizada em dois planos de sutura do tipo Schmieden-Cushing, com fio absorvível sintético, seguida pela laparorrafia. O pós-operatório consistiu em curativos diários da ferida cirúrgica, duchas e administração de antimicrobiano e anti-inflamatório. Conclui-se que o exame ultrassonográfico foi fundamental para o correto diagnóstico e que a escolha da técnica cirúrgica de laparocistotomia parainguinal realizada a campo oferece resultados satisfatórios para o tratamento de equino com urolitíase vesical.
Urolithiasis is a rare condition, but it is considered an emergency in the equine routine. The present work reports a correction case of vesical urolithiasis in equines by the surgical technique of parainguinal laparocystotomy in the field. A male horse, of mixed breed, with a history of dysuria and exacerbated hematuria after exercise was treated. After performing the clinical examination, the diagnostic suspicion of bladder urolithiasis was confirmed through transrectal ultrasonography and the surgical treatment was indicated. Given the impossibility of performing the procedure in the operating room, it was decided to operate the animal in field conditions. For access to the abdominal cavity, parainguinal laparotomy was chosen. The bladder was located and emptied by puncture. A cystotomy was performed to remove the urolith, followed by washing the bladder with saline solution to remove possible debris. The cistorrhaphy was performed in two planes of Schmieden-Cushing suture, with synthetic absorbable suture, followed by laparorrhaphy. The postoperative period consisted of daily dressings of the surgical wound, showers, and administration of antimicrobial and anti-inflammatory. It is concluded that the ultrasound examination was essential for the correct diagnosis and that the choice of the surgical technique of parainguinal laparocystotomy performed in the field offers satisfactory results for the treatment of horses with bladder urolithiasis.
Assuntos
Animais , Masculino , Cálculos da Bexiga Urinária/diagnóstico por imagem , Urolitíase/cirurgia , Cavalos/cirurgia , Laparoscopia/veterináriaRESUMO
Administration of diets rich in highly fermentable carbohydrates and low fiber content can cause an imbalance between the microorganisms in the rumen with consequent ruminal acidosis. This problem can cause lesions in the rumen wall, often progressing to rumenitis. The purpose of the present was to characterize macroscopic and microscopic ruminal lesions observed in confined feedlot cattle with claw lesions or liver abscess. A total of 1060 bovines were evaluated via postmortem examination. Claw lesions were identified in 88, liver abscess in 10, and macroscopic rumen lesions in 230 bovines; furthermore, 178 rumens were characterized with hyperkeratosis, 41 with hyperemia, 9 with ulcer, and 2 with neoplasia. The 98 bovines with claw lesions and liver abscess were selected for histopathological examination. Of these, macroscopic lesions were noted in 23 and microscopic lesions in 23 animals. Of the 23 animals that presented macroscopic lesions, 10 showed the same changes observed under microscopy. Seven cases of hyperkeratosis were diagnosed in the macro and microscopic evaluation. Of the 5 cases of hyperemia verified on macroscopy, 2 cases were identified via microscopy, and 1 case of ulcer identified through macroscopy and microscopy. The microscopic evaluation of the rumens allowed the identification of lesions in animals with claw lesions that did not present macroscopic rumen alterations.
O uso de dietas ricas em carboidratos altamente fermentáveis e com baixos teores de fibras pode ocasionar desequilíbrio entre os microrganismos do rúmen com consequente acidose ruminal. Esse problema pode resultar em lesões na parede do rúmen, evoluindo com frequência para formação de ruminite. O presente estudo objetivou caracterizar lesões ruminais macroscópicas e microscópicas, observadas em bovinos confinados que apresentavam lesões podais ou abscesso hepático. Avaliou-se 1060 bovinos pelo exame post mortem. Foram encontradas lesões podais em 88 animais, abscesso hepático em 10 e lesões ruminais macroscópicas em 230 bovinos, sendo caracterizado 178 rumens com hiperqueratose, 41 com hiperemia, 9 com úlcera e 2 com neoplasia. Os 98 bovinos com lesões podais e abscesso hepático foram selecionados para realização de exame histopatológico. Desses, foram encontradas lesões macroscópicas em 23 e, microscópicas, em 23 animais. Dos 23 animais que apresentaram lesões macroscópicas, 10 tiveram as mesmas alterações verificadas na microscopia. Foram diagnosticados 7 casos de hiperqueratose na avaliação macro e microscópica. Dos 5 casos de hiperemia verificados na macroscopia, 2 casos foram identificados na microscopia e um caso de úlcera identificado na macroscopia também foi identificado na microscopia. A avaliação microscópica dos rumens permitiu identificar lesões em animais com lesões podais que não apresentam alterações macroscópicas ruminais.