RESUMO
O consumo de psicoestimulantes tem crescido exponencialmente, sobretudo entre estudantes de medicina, na busca por aumentar o rendimento acadêmico. Atualmente, a extensa carga horária de aulas e estudos, exigências de produtividade e altos níveis de estresse podem desencadear o uso. Objetivo: Analisar o uso de psicoestimulantes por estudantes do curso de Medicina de um Centro Universitário privado em Minas Gerais. Métodos: Foi realizado um estudo descritivo, quantitativo, com delineamento transversal entre os discentes do 1° ao 5° ano do curso de Medicina no 2° semestre de 2021. Os participantes responderam ao questionário semi-estruturado elaborado pelos autores. Os dados obtidos foram tabulados no software Statistical Product and Service Solutions. Resultados: Dos 244 entrevistados, cerca de 57.4% faziam uso de algum psicoestimulante. Houve maior uso entre os estudantes do 2° ano e as principais substâncias utilizadas foram: cafeína (85%), energético (65%) e metilfenidato (60%). A melhora na concentração (97%) foi o efeito mais percebido pelos usuários, seguido de redução do sono (83%) e melhora de raciocínio (80%). Muitos consideraram que os estimulantes cerebrais têm o potencial de melhorar o rendimento acadêmico, mas pode reduzir a qualidade do sono e consequentemente torná-los susceptíveis a outras enfermidades. Conclusão: É notável que existe uso abusivo de estimulantes cerebrais, sendo fundamental o trabalho em conjunto entre instituição de ensino e familiares, em prol da prevenção e do controle de danos causados por esse hábito
The consumption of psychostimulants has grown exponentially, especially among medical students, in the quest to increase academic performance. Currently, the extensive workload of classes and studies, productivity demands and high levels of stress can trigger use. Objective: To analyze the use of psychostimulants by medical students at a private University Center in Minas Gerais. Methods: A descriptive, quantitative, cross-sectional study was carried out among students from the 1st to the 5th year of the medicine course in the 2nd semester of 2021. The participants answered the semi-structured questionnaire prepared by the authors. The data obtained were tabulated in the Statistical Product and Service Solutions software. Results: Of the 244 respondents, about 57.4% used some psychostimulant. There was greater use among 2nd year students and the main substances used were: caffeine (85%), energy drink (65%) and methylphenidate (60%). Improved concentration (97%) was the effect most perceived by users, followed by reduced sleep (83%) and improved thinking (80%). Many considered that brain stimulants have the potential to improve academic performance, but can reduce sleep quality and consequently make them susceptible to other illnesses. Conclusion: It is notable that there is abusive use of brain stimulants, and it is essential to work together between educational institutions and family members in order to prevent and control the damage caused by this habit