RESUMO
Tem-se observado que as unidades hospitalares de Pediatria nem sempre proporcionam às crianças internadas um ambiente acolhedor, com estímulos lúdicos e decorações propícias ao mundo infantil. A literatura disponível tem apontado apenas para a problemática e para os prejuízos que esta ocasiona ao bem-estar e desenvolvimento da criança hospitalizada. A presente pesquisa progride neste sentido, utilizando o Inventário Cumulativo de Estimulação Ambiental (ICEA), de Pérez-Ramos, A. e Pérez-Ramos, J., adaptado ao contexto hospitalar e, assim, verificando, cientificamente, as variações dessas carências que incidem na vida da criança nesse ambiente. Cinco delas, diagnosticadas com o quadro de marasmo, de dois meses a dois anos de idade, internadas por um período de três meses, para fins de recuperação nutricional, constituem os participantes da pesquisa. Seguindo a organização do ICEA, são realizadas 7 sessões de observação ao longo do período de internação, a cada uma das referidas crianças, em função das situações cruzadas entre os momentos da rotina e os aspectos do ambiente hospitalar, com seus ingredientes (pessoas, brinquedos, espaço físico e mobiliário). Todas essas sessões são filmadas para facilitar a análise. Os resultados evidenciam que o papel da mãe como mediadora no atendimento à rotina da criança, proporciona melhores condições estimuladoras, favorece a adaptação desta no contexto hospitalar e também propicia progresso no estado nutricional da pequena. A ausência de brinquedos e decorações ambientais, bem como o uso limitado do espaço físico, são prejudiciais para as situações estimuladoras. Tais resultados são inovadores, podendo ser apenas comparados com alguns aspectos da literatura específica. Indicam-se recomendações viáveis para a melhora do ambiente hospitalar, foco de atenção. (AU)
