RESUMO
RESUMO Objetivo: Avaliar o Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3) como substituto do Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II) como marcador de gravidade na versão modificada do escore NUTrition RIsk in the Critically ill (mNUTRIC; sem interleucina 6), com base em uma análise de sua capacidade discriminativa para predição de mortalidade hospitalar. Métodos: Este estudo de coorte retrospectiva avaliou 1.516 pacientes adultos internados em uma unidade de terapia intensiva de um hospital geral privado entre abril de 2017 e janeiro de 2018. A avaliação de desempenho incluiu as análises Kappa de Fleiss e correlação de Pearson. A capacidade discriminativa para estimar a mortalidade hospitalar foi avaliada com a curva Característica de Operação do Receptor. Resultados: A amostra foi dividida aleatoriamente em dois terços para o desenvolvimento do modelo (n = 1.025; idade 72 [57 - 83]; 52,4% masculino) e um terço para avaliação do desempenho (n = 490; idade 72 [57 - 83]; 50,8 % masculino). A concordância com o mNUTRIC foi Kappa de 0,563 (p < 0,001), e a correlação entre os instrumentos foi correlação de Pearson de 0,804 (p < 0,001). A ferramenta mostrou bom desempenho para prever a mortalidade hospitalar (área sob a curva de 0,825 [0,787 - 0,863] p < 0,001). Conclusão: A substituição do APACHE II pelo SAPS 3 como marcador de gravidade no escore mNUTRIC mostrou bom desempenho para predizer a mortalidade hospitalar. Esses dados fornecem a primeira evidência sobre a validade da substituição do APACHE II pelo SAPS 3 no mNUTRIC como marcador de gravidade. São necessários estudos multicêntricos e análises adicionais dos parâmetros de adequação nutricional.
ABSTRACT Objective: To evaluate the substitution of Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II) by Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3) as a severity marker in the modified version of the NUTrition RIsk in the Critically ill score (mNUTRIC); without interleukin 6) based on an analysis of its discriminative ability for in-hospital mortality prediction. Methods: This retrospective cohort study evaluated 1,516 adult patients admitted to an intensive care unit of a private general hospital from April 2017 to January 2018. Performance evaluation included Fleiss' Kappa and Pearson correlation analysis. The discriminative ability for estimating in-hospital mortality was assessed with the Receiver Operating Characteristic curve. Results: The sample was randomly divided into two-thirds for model development (n = 1,025; age 72 [57 - 83]; 52.4% male) and one-third for performance evaluation (n = 490; age 72 [57 - 83]; 50.8% male). The agreement with mNUTRIC was Kappa of 0.563 (p < 0.001), and the correlation between the instruments was Pearson correlation of 0.804 (p < 0.001). The tool showed good performance in predicting in-hospital mortality (area under the curve 0.825 [0.787 - 0.863] p < 0.001). Conclusion: The substitution of APACHE II by SAPS 3 as a severity marker in the mNUTRIC score showed good performance in predicting in-hospital mortality. These data provide the first evidence regarding the validity of the substitution of APACHE II by SAPS 3 in the mNUTRIC as a marker of severity. Multicentric studies and additional analyses of nutritional adequacy parameters are required.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Estado Terminal , Escore Fisiológico Agudo Simplificado , Estudos Retrospectivos , APACHE , Unidades de Terapia IntensivaRESUMO
OBJECTIVE: To evaluate the substitution of Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II) by Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3) as a severity marker in the modified version of the NUTrition RIsk in the Critically ill score (mNUTRIC); without interleukin 6) based on an analysis of its discriminative ability for in-hospital mortality prediction. METHODS: This retrospective cohort study evaluated 1,516 adult patients admitted to an intensive care unit of a private general hospital from April 2017 to January 2018. Performance evaluation included Fleiss' Kappa and Pearson correlation analysis. The discriminative ability for estimating in-hospital mortality was assessed with the Receiver Operating Characteristic curve. RESULTS: The sample was randomly divided into two-thirds for model development (n = 1,025; age 72 [57 - 83]; 52.4% male) and one-third for performance evaluation (n = 490; age 72 [57 - 83]; 50.8% male). The agreement with mNUTRIC was Kappa of 0.563 (p < 0.001), and the correlation between the instruments was Pearson correlation of 0.804 (p < 0.001). The tool showed good performance in predicting in-hospital mortality (area under the curve 0.825 [0.787 - 0.863] p < 0.001). CONCLUSION: The substitution of APACHE II by SAPS 3 as a severity marker in the mNUTRIC score showed good performance in predicting in-hospital mortality. These data provide the first evidence regarding the validity of the substitution of APACHE II by SAPS 3 in the mNUTRIC as a marker of severity. Multicentric studies and additional analyses of nutritional adequacy parameters are required.
OBJETIVO: Avaliar o Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3) como substituto do Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II (APACHE II) como marcador de gravidade na versão modificada do escore NUTrition RIsk in the Critically ill (mNUTRIC; sem interleucina 6), com base em uma análise de sua capacidade discriminativa para predição de mortalidade hospitalar. MÉTODOS: Este estudo de coorte retrospectiva avaliou 1.516 pacientes adultos internados em uma unidade de terapia intensiva de um hospital geral privado entre abril de 2017 e janeiro de 2018. A avaliação de desempenho incluiu as análises Kappa de Fleiss e correlação de Pearson. A capacidade discriminativa para estimar a mortalidade hospitalar foi avaliada com a curva Característica de Operação do Receptor. RESULTADOS: A amostra foi dividida aleatoriamente em dois terços para o desenvolvimento do modelo (n = 1.025; idade 72 [57 - 83]; 52,4% masculino) e um terço para avaliação do desempenho (n = 490; idade 72 [57 - 83]; 50,8 % masculino). A concordância com o mNUTRIC foi Kappa de 0,563 (p < 0,001), e a correlação entre os instrumentos foi correlação de Pearson de 0,804 (p < 0,001). A ferramenta mostrou bom desempenho para prever a mortalidade hospitalar (área sob a curva de 0,825 [0,787 - 0,863] p < 0,001). CONCLUSÃO: A substituição do APACHE II pelo SAPS 3 como marcador de gravidade no escore mNUTRIC mostrou bom desempenho para predizer a mortalidade hospitalar. Esses dados fornecem a primeira evidência sobre a validade da substituição do APACHE II pelo SAPS 3 no mNUTRIC como marcador de gravidade. São necessários estudos multicêntricos e análises adicionais dos parâmetros de adequação nutricional.
Assuntos
Estado Terminal , Escore Fisiológico Agudo Simplificado , APACHE , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Feminino , Humanos , Unidades de Terapia Intensiva , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Estudos RetrospectivosRESUMO
OBJECTIVE: Evaluate the compliance of septic patients' nutritional management with enteral nutrition guidelines for critically ill patients. METHODS: Prospective cohort study with 92 septic patients, age ≥ 18 years, hospitalized in an intensive care unit, under enteral nutrition, evaluated according to enteral nutrition guidelines for critically ill patients, compliance with caloric and protein goals, and reasons for not starting enteral nutrition early or for discontinuing it. Prognostic scores, length of intensive care unit stay, clinical progression, and nutritional status were also analyzed. RESULTS: The patients had a mean age of 63.4 ± 15.1 years, were predominantly male, were diagnosed predominantly with septic shock (56.5%), had a mean intensive care unit stay of 11 (7.2 to 18.0) days, had 8.2 ± 4.2 SOFA and 24.1 ± 9.6 APACHE II scores, and had 39.1% mortality. Enteral nutrition was initiated early in 63% of patients. Approximately 50% met the caloric and protein goals on the third day of intensive care unit stay, a percentage that decreased to 30% at day 7. Reasons for the late start of enteral nutrition included gastrointestinal tract complications (35.3%) and hemodynamic instability (32.3%). Clinical procedures were the most frequent reason to discontinue enteral nutrition (44.1%). There was no association between compliance with the guidelines and nutritional status, length of intensive care unit stay, severity, or progression. CONCLUSION: Although the number of septic patients under early enteral nutrition was significant, caloric and protein goals at day 3 of intensive care unit stay were met by only half of them, a percentage that decreased at day 7.
Assuntos
Nutrição Enteral/métodos , Guias de Prática Clínica como Assunto , Sepse/terapia , Choque Séptico/terapia , Idoso , Estudos de Coortes , Estado Terminal , Progressão da Doença , Feminino , Fidelidade a Diretrizes , Humanos , Unidades de Terapia Intensiva , Tempo de Internação , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Estado Nutricional , Prognóstico , Estudos Prospectivos , Sepse/fisiopatologia , Índice de Gravidade de Doença , Choque Séptico/fisiopatologiaRESUMO
OBJECTIVE: To calculate the values of the phase angle of septic patients using bioelectrical impedance analysis, correlate the values with clinical and biochemical variables, and compare them to reference values. METHODS: Cohort study conducted with 50 septic patients aged ≥ 18 years old, admitted to intensive care units, and assessed according to prognostic indexes (APACHE II and SOFA), clinical progression (mortality, severity of sepsis, length of stay in intensive care unit), biochemical parameters (albumin and C-reactive protein), and the phase angle. RESULTS: The average age of the sample was 65.6 ± 16.5 years. Most patients were male (58%) and suffering from septic shock (60%). The average APACHE II and SOFA scores were 22.98 ± 7.1 and 7.5 ± 3.4, respectively. The patients who survived stayed nine days on average (five to 13) in the intensive care unit, and the mortality rate was 30%. The average value of the phase angle was 5.4 ± 2.6° in the total sample and was smaller among the females compared with the males (p=0.01). The phase angle measures did not exhibit an association with the severity of the sepsis, mortality, gender, and age or correlate with the length of hospitalization or the biochemical parameters. The participants' phase angle values adjusted per gender and age were 1.1 to 1.9 times lower compared with the values for a normal population. CONCLUSION: The average value of the phase angle of septic patients was lower compared with the reference values for a healthy population. The phase angle measures did not exhibit association with the clinical and biochemical variables, which might be explained by the sample homogeneity.
Assuntos
Unidades de Terapia Intensiva , Sepse/fisiopatologia , Choque Séptico/fisiopatologia , APACHE , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Estudos de Coortes , Progressão da Doença , Impedância Elétrica , Feminino , Hospitalização , Humanos , Tempo de Internação , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Prognóstico , Sepse/mortalidade , Índice de Gravidade de Doença , Fatores Sexuais , Choque Séptico/mortalidadeRESUMO
OBJETIVO: Avaliar a adequação do manejo nutricional do paciente séptico a diretrizes de nutrição enteral para pacientes críticos. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo com 92 pacientes sépticos, idade ≥18 anos, internados em unidade de terapia intensiva, em uso de nutrição enteral, avaliados segundo diretrizes para pacientes críticos quanto à nutrição enteral precoce, adequação calórica e proteica, e motivos para não início da nutrição enteral precoce bem como de interrupção da mesma. Escores prognósticos, tempo de internação, evolução clínica e estado nutricional também foram analisados. RESULTADOS: Pacientes com idade média de 63,4±15,1 anos, predominantemente masculinos, diagnóstico de choque séptico (56,5%), tempo de internação na unidade de terapia intensiva de 11 (7,2 a 18,0) dias, escores SOFA de 8,2±4,2 e APACHE II de 24,1±9,6 e mortalidade de 39,1%. Em 63% dos pacientes, a nutrição enteral foi iniciada precocemente. Cerca de 50% atingiu as metas calóricas e proteicas no 3º dia de internação na unidade de terapia intensiva, percentual que foi reduzido para 30% no 7º dia. Motivos para início da nutrição enteral tardia foram complicações do trato gastrintestinal (35,3%) e instabilidade hemodinâmica (32,3%). Procedimentos foram o motivo mais frequente para interrupção da nutrição enteral (44,1%). Não houve associação entre a adequação às diretrizes com estado nutricional, tempo de internação, gravidade ou evolução. CONCLUSÃO: Embora expressivo o número de pacientes sépticos que iniciaram a nutrição enteral precocemente, metas calóricas e proteicas no 3º dia da internação foram atingidas apenas pela metade destes, percentual que diminui no 7º dia.
OBJECTIVE: Evaluate the compliance of septic patients' nutritional management with enteral nutrition guidelines for critically ill patients. METHODS: Prospective cohort study with 92 septic patients, age ≥18 years, hospitalized in an intensive care unit, under enteral nutrition, evaluated according to enteral nutrition guidelines for critically ill patients, compliance with caloric and protein goals, and reasons for not starting enteral nutrition early or for discontinuing it. Prognostic scores, length of intensive care unit stay, clinical progression, and nutritional status were also analyzed. RESULTS: The patients had a mean age of 63.4±15.1 years, were predominantly male, were diagnosed predominantly with septic shock (56.5%), had a mean intensive care unit stay of 11 (7.2 to 18.0) days, had 8.2±4.2 SOFA and 24.1±9.6 APACHE II scores, and had 39.1% mortality. Enteral nutrition was initiated early in 63% of patients. Approximately 50% met the caloric and protein goals on the third day of intensive care unit stay, a percentage that decreased to 30% at day 7. Reasons for the late start of enteral nutrition included gastrointestinal tract complications (35.3%) and hemodynamic instability (32.3%). Clinical procedures were the most frequent reason to discontinue enteral nutrition (44.1%). There was no association between compliance with the guidelines and nutritional status, length of intensive care unit stay, severity, or progression. CONCLUSION: Although the number of septic patients under early enteral nutrition was significant, caloric and protein goals at day 3 of intensive care unit stay were met by only half of them, a percentage that decreased at day 7.
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Nutrição Enteral/métodos , Guias de Prática Clínica como Assunto , Sepse/terapia , Choque Séptico/terapia , Estudos de Coortes , Estado Terminal , Progressão da Doença , Fidelidade a Diretrizes , Unidades de Terapia Intensiva , Tempo de Internação , Estado Nutricional , Prognóstico , Estudos Prospectivos , Índice de Gravidade de Doença , Sepse/fisiopatologia , Choque Séptico/fisiopatologiaRESUMO
OBJETIVO: Identificar valores de ângulo de fase em pacientes sépticos, por meio de bioimpedância elétrica, buscando associação com variáveis clínicas e bioquímicas, bem como comparação com valores de ângulo de fase de referência. MÉTODOS: Estudo de coorte, com 50 pacientes sépticos, idade ≥18 anos, internados em unidade de terapia intensiva, avaliados quanto a índices prognósticos (APACHE II e SOFA), evolução clínica (mortalidade, gravidade da sepse e tempo de internação na unidade de terapia intensiva), parâmetros bioquímicos (albumina e proteína C-reativa) e ângulo de fase. RESULTADOS: A média de idade dos pacientes estudados foi de 65,6±16,5 anos, a maioria do gênero masculino (58%) e apresentando choque séptico (60%). A média dos escores APACHE II e SOFA foi de 22,98±7,1 e 7,5±3,4, respectivamente, o tempo de internação na unidade de terapia intensiva dos pacientes que sobreviveram foi de 9 dias (5 a 13) e a taxa de mortalidade foi de 30%. A média do ângulo de fase da amostra total foi de 5,4±2,6° e menor no gênero feminino (p=0,01). Não houve associação entre ângulo de fase e a gravidade da sepse, mortalidade, gênero e idade, assim como não houve correlação entre ângulo de fase, tempo de internação e parâmetros bioquímicos. Comparativamente a dados em população saudável, os valores de ângulo de fase, a depender da idade e gênero, apresentaram-se 1,1 a 1,9 vezes inferiores. CONCLUSÃO: O ângulo de fase médio de pacientes sépticos foi inferior aos valores referência para população saudável, não havendo correlação e associação com as variáveis clínicas e bioquímicas, o que poderia ser atribuído a homogeneidade da amostra.
OBJECTIVE: To calculate the values of the phase angle of septic patients using bioelectrical impedance analysis, correlate the values with clinical and biochemical variables, and compare them to reference values. METHODS: Cohort study conducted with 50 septic patients aged ≥18 years old, admitted to intensive care units, and assessed according to prognostic indexes (APACHE II and SOFA), clinical progression (mortality, severity of sepsis, length of stay in intensive care unit), biochemical parameters (albumin and C-reactive protein), and the phase angle. RESULTS: The average age of the sample was 65.6±16.5 years. Most patients were male (58%) and suffering from septic shock (60%). The average APACHE II and SOFA scores were 22.98±7.1 and 7.5±3.4, respectively. The patients who survived stayed nine days on average (five to 13) in the intensive care unit, and the mortality rate was 30%. The average value of the phase angle was 5.4±2.6° in the total sample and was smaller among the females compared with the males (p=0.01). The phase angle measures did not exhibit an association with the severity of the sepsis, mortality, gender, and age or correlate with the length of hospitalization or the biochemical parameters. The participants' phase angle values adjusted per gender and age were 1.1 to 1.9 times lower compared with the values for a normal population. CONCLUSION: The average value of the phase angle of septic patients was lower compared with the reference values for a healthy population. The phase angle measures did not exhibit association with the clinical and biochemical variables, which might be explained by the sample homogeneity.