RESUMO
ABSTRACT Objective This study investigated the familial aggregation and heritability of markers of metabolic risk, physical activity, and physical fitness in nuclear families from Muzambinho (Minas Gerais, Brazil). Subjects and methods The study included members of 139 families, comprising 97 fathers (aged 40 ± 7 years), 129 mothers (35 ± 6 years), 136 sons (12 ± 4 years), and 121 daughters (12 ± 5 years). Evaluated markers included (A) body mass index, waist circumference, glycemia, and cholesterolemia, as metabolic risk markers; (B) total weekly volume of physical activity, as a physical activity marker; and (C) relative muscle strength, as a physical fitness marker. Correlations between family members and heritability (h2) were estimated using the software S.A.G.E. Results Significant familial correlations were obtained between parents-offspring for glycemia and cholesterolemia (both ρ = 0.21, p < 0.05) and relative muscle strength (ρ = 0.23, p < 0.05), and between siblings for waist circumference, glycemia, total weekly volume of physical activity, and relative muscle strength (ρ variation 0.25 to 0.36, p < 0.05). Heritability values were significant for almost all variables (h2 variations: 20% to 57% for metabolic risk markers, 22% for the total weekly volume of physical activity, and 50% for relative muscle strength), except for waist circumference (h2 = 15%, p = 0.059). Conclusion The presence of significant correlations between family members and/or significant heritability strengthens the possible genetic and/or common familial environment influence on metabolic risk markers, total weekly volume of physical activity, and relative muscle strength.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Exercício Físico/fisiologia , Síndrome Metabólica/genética , Composição Corporal , Brasil/epidemiologia , Biomarcadores , Doenças Cardiovasculares/genética , Doenças Cardiovasculares/epidemiologia , Núcleo Familiar , Índice de Massa Corporal , Aptidão Física/fisiologia , Fatores de Risco , Predisposição Genética para Doença , Síndrome Metabólica/sangue , Síndrome Metabólica/epidemiologia , Força Muscular/fisiologia , Circunferência da CinturaRESUMO
OBJECTIVE: This study investigated the familial aggregation and heritability of markers of metabolic risk, physical activity, and physical fitness in nuclear families from Muzambinho (Minas Gerais, Brazil). SUBJECTS AND METHODS: The study included members of 139 families, comprising 97 fathers (aged 40 ± 7 years), 129 mothers (35 ± 6 years), 136 sons (12 ± 4 years), and 121 daughters (12 ± 5 years). Evaluated markers included (A) body mass index, waist circumference, glycemia, and cholesterolemia, as metabolic risk markers; (B) total weekly volume of physical activity, as a physical activity marker; and (C) relative muscle strength, as a physical fitness marker. Correlations between family members and heritability (h2) were estimated using the software S.A.G.E. RESULTS: Significant familial correlations were obtained between parents-offspring for glycemia and cholesterolemia (both ρ = 0.21, p < 0.05) and relative muscle strength (ρ = 0.23, p < 0.05), and between siblings for waist circumference, glycemia, total weekly volume of physical activity, and relative muscle strength (ρ variation 0.25 to 0.36, p < 0.05). Heritability values were significant for almost all variables (h2 variations: 20% to 57% for metabolic risk markers, 22% for the total weekly volume of physical activity, and 50% for relative muscle strength), except for waist circumference (h2 = 15%, p = 0.059). CONCLUSION: The presence of significant correlations between family members and/or significant heritability strengthens the possible genetic and/or common familial environment influence on metabolic risk markers, total weekly volume of physical activity, and relative muscle strength.
Assuntos
Exercício Físico , Síndrome Metabólica/genética , Adolescente , Adulto , Biomarcadores , Composição Corporal , Índice de Massa Corporal , Brasil/epidemiologia , Doenças Cardiovasculares/epidemiologia , Doenças Cardiovasculares/genética , Criança , Exercício Físico/fisiologia , Feminino , Predisposição Genética para Doença , Humanos , Masculino , Síndrome Metabólica/sangue , Síndrome Metabólica/epidemiologia , Pessoa de Meia-Idade , Força Muscular/fisiologia , Núcleo Familiar , Aptidão Física/fisiologia , Fatores de Risco , Circunferência da Cintura , Adulto JovemRESUMO
RESUMO Introdução: A relação negativa entre atividade física, aptidão física e risco cardiovascular está bem estabelecida em populações com baixos níveis de atividade física. Objetivo: O presente estudo investigou essa relação em adultos de Muzambinho, Minas Gerais, uma população com alta taxa de indivíduos fisicamente ativos. Métodos: Participaram 237 indivíduos (132 mulheres), na maioria jovens (44,3% entre 20 e 39 anos). Foram avaliados indicadores de risco cardiovascular (índice de massa corporal, circunferência da cintura, glicemia de jejum, colesterolemia de jejum e pressão arterial sistólica e diastólica), atividade física (volume semanal de atividade física total) e aptidão física (aptidão aeróbica e força manual relativa). Resultados: Mais de 90% dos indivíduos foram classificados como ativos (praticavam atividade física por mais de 150 min/semana). A regressão linear identificou associação negativa da força manual relativa e da aptidão aeróbica ao índice de massa corporal e a circunferência da cintura, bem como associação positiva da força manual relativa à pressão arterial diastólica. Os indicadores de atividade física e aptidão física não se associaram ao risco cardiovascular global. Conclusão: Nessa população, a relação inversa entre atividade física, aptidão física e risco cardiovascular limitou-se aos indicadores de aptidão física e aos de obesidade, sugerindo que em populações com alta taxa de indivíduos fisicamente ativos, o aumento da aptidão física, mas não da atividade física, pode ajudar a reduzir a obesidade. Nível de Evidência II; ECRC de menor qualidade.
ABSTRACT Introduction: The negative relationship between physical activity, physical fitness, and cardiovascular risk is well established in populations with low levels of physical activity. Objective: The present study investigated this relationship in adults from Muzambinho, Minas Gerais, a population with a high rate of physically active individuals. Methods: Two hundred and thirty-seven individuals (132 women), mostly young adults (44.3% between 20 and 39 years) were assessed. Cardiovascular risk predictors (body mass index, waist circumference, fasting blood glucose, fasting cholesterol, and systolic and diastolic blood pressure), physical activity (total weekly volume of total physical activity) and physical fitness (aerobic fitness and relative hand strength) were measured. Results: More than 90% of the individuals were classified as active (they practiced physical activity for more than 150 min/week). Linear regression identified a negative association of relative hand strength and aerobic fitness to body mass index and waist circumference, as well as a positive association of relative hand strength with diastolic blood pressure. The indicators of physical activity and physical fitness showed no association with global cardiovascular risk. Conclusion: In this population, the inverse relationship between physical activity, physical fitness and cardiovascular risk was limited to physical fitness and obesity indicators, suggesting that in populations with high rates of physically active individuals, the increase in physical fitness, but not in physical activity, can help reduce obesity. Level of Evidence II; Lesser quality RCT.
RESUMEN Introducción: La relación negativa entre actividad física, aptitud física y riesgo cardiovascular está bien establecida en poblaciones con bajos niveles de actividad física. Objetivo: Este estudio investigó esta relación en adultos de Muzambinho, Minas Gerais, una población con una alta tasa de individuos físicamente activos. Métodos: Participaron 237 individuos (132 mujeres), en su mayoría jóvenes (44,3% entre los 20 y 39 años). Se evaluaron indicadores de riesgo cardiovascular (índice de masa corporal, circunferencia de la cintura, glucosa en ayunas, colesterol en ayunas y presión arterial sistólica y diastólica), actividad física (volumen semanal de actividad física total) y aptitud física (capacidad aeróbica y fuerza relativa de la mano). Resultados: Más del 90% de los individuos fueron clasificados como activos (practicaban actividad física por más de 150 min/semana). La regresión lineal identificó asociación negativa de la fuerza relativa de la mano y la capacidad aeróbica al índice de masa corporal y la circunferencia de la cintura, así como la asociación positiva de la fuerza relativa de la mano a la presión arterial diastólica. Los indicadores de actividad física y aptitud física no se asociaron al riesgo cardiovascular global. Conclusión: En esta población, la relación inversa entre actividad física, aptitud física y riesgo cardiovascular se limitó a los indicadores de aptitud física y obesidad, lo que sugiere que en poblaciones con alta tasa de individuos físicamente activos, el aumento de la aptitud física, pero no de la actividad física, puede ayudar a reducir la obesidad. Nivel de Evidencia II; ECRC de menor calidad.
RESUMO
Os estudos em famílias nucleares possibilitam a avaliação da existência de agregação familiar numa dada característica, permitindo avaliar o quanto da variação dessa característica na população pode ser atribuída à variação genética existente entre os sujeitos. Os resultados desses estudos possibilitam a elaboração de estratégias de intervenção mais eficientes e direcionadas, além de serem o ponto de partida para estudos mais complexos de epidemiologia genética, como a identificação de genes responsáveis pela característica em análise. Nas áreas de Ciências do Desporto e Educação Física, alguns estudos têm sido realizados para verificar a existência de agregação familiar e a influência genética em traços relacionados a estados de saúde, atividade e desempenho físicos. Entretanto, esses esforços revelam-se escassos em populações lusófonas e são, praticamente inexistentes, na população brasileira. Dessa forma, o presente artigo teve como propósito abordar, de forma simples e introdutória, aspectos importantes de estudos em famílias nucleares. Para tanto, foram analisadas as duas fases iniciais dos estudos de Epidemiologia Genética, ou seja, a identificação e quantificação da agregação familiar e da heritabilidade. As diferentes etapas de análise foram exemplificadas com dados reais, coletados em famílias nucleares pertencentes a um estudo realizado na cidade de Muzambinho-MG. Espera-se que esse artigo forneça subsídios e estímulo aos pesquisadores iniciantes neste tipo de investigação.
Studies with nuclear families allow the identification of familiar aggregation, as well as the estimation of how much of the variability in a characteristic might be attributed to genetic differences among subjects. Results from these studies are starting points for more complex genetic research, including the identification and relevance of candidate genes. In Sport Science, studies have analyzed the possible existence of familiar aggregation and genetic influence on phenotypes marking physical activity, fitness, and health status. However, few studies were conducted with Portuguese speaking populations, and even fewer with Brazilian populations. Therefore, the present paper aims to discuss, at an introductory level, important aspects about nuclear family studies. The first two phases of Genetic Epidemiology research outline - familiar aggregation and heritability - were approached. The different steps of analysis were exemplified with real data collected in nuclear families from a study conducted in Muzambinho-MG. We hope this paper provides enough background and stimuli for the newcomers in this area of study.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Criança , Adulto , Família , Genética , Atividade Motora , Fenótipo , Circunferência da CinturaRESUMO
INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A doença cardiovascular inicia na infância e está atrelada à presença de fatores de risco cardiovascular (FRC). A prevalência desses fatores varia em diferentes populações brasileiras, tendo sido estudada principalmente em cidades de médio e grande porte. Este estudo avaliou a prevalência dos FRC e da prática de atividade física (AF) em crianças e adolescentes de Muzambinho, uma cidade de pequeno porte. MÉTODO: Foram avaliados 205 sujeitos (entre sete e 18 anos - 108 do gênero masculino). Foram medidos: peso, estatura, glicemia, colesterolemia, pressão arterial (PA) e prática de AF. As comparações foram realizadas pelo teste do Qui-quadrado. RESULTADOS: A prevalência de sobrepeso foi de 19 por cento e de valores alterados de PA, glicemia e colesterolemia foram de, respectivamente, 11, 5 e 15 por cento. Não houve diferença na prevalência dos FRC entre os sexos. O tabagismo, o alcoolismo, a PA alterada e a insuficiência de AF aumentaram com a idade. Setenta e nove por cento dos sujeitos praticavam AF de locomoção, 10 por cento ocupacional, 97 por cento nas aulas de educação física, 72 por cento no recreio e 90 por cento de lazer. Noventa e dois por cento foram considerados ativos. A prática de AF ocupacional foi maior nas meninas e aumentou nos meninos com a idade. A prevalência de AF de lazer e recreio diminuiu com a idade nos dois sexos. CONCLUSÃO: A prevalência de FRC, exceto do sedentarismo, foi expressiva, não diferiu entre os sexos e aumentou com a idade. A prática de AF de todos os tipos foi alta, diferenciou-se entre os sexos e diminuiu com a idade.
INTRODUCTION AND OBJECTIVE: Cardiovascular disease begins at infancy and it has been linked to the presence of cardiovascular risk factors (CRF). Prevalence of these factors varies a lot among different Brazilian populations and has been mostly studied in big and medium size cities. Thus, this study assessed the prevalence of CRF and physical activity (PA) in children and adolescents from Muzambinho, a small city in the state of Minas Gerais. METHODS: 205 subjects (7 to 18 years - 108 males) were studied. Body weight and height, glycemia, cholesterolemia, blood pressure (BP), and PA were measured. Comparisons were made by Qui-square test. RESULTS: Obesity and altered values of BP, glycemia, and cholesterolemia were found, respectively, in 19, 11, 5 and 15 percent of the subjects. There was no difference between genders, while the prevalence of smokers, drinkers, altered BP, and inactivity increased with age. Seventy-nine percent of the subjects practiced community PA; 10 percent occupational PA; 97 percent physical education classes; 72 percent PA during school recess; and 90 percent leisure time PA. Ninety-two percent of them were active. Occupational PA was higher in girls, and increased with age in boys. Leisure time and during school recess PA decreased with age in both genders. CONCLUSION: Except for physical inactivity, prevalence of CRF was high, did not differ between genders, and increased with age. High levels of all kinds of PA were found; they differed between genders, and decreased with age.