RESUMO
O interesse por analisar o tema da vulnerabilidade desde a perspectiva do analista surge da frequência com que, em cada um dos debates, o exame das intervenções do analista é ressaltado, colocando em reconsideração a neutralidade e a ética que as sustenta. Já não escandaliza que se postule um inconsciente não reprimido, mas nem sempre se questiona como ele se faz presente nas intervenções realizadas pelo analista, o que me levou a postular que, além de uma ética do desejo, seria necessário pensar em uma ética da criação de representações na análise. Esta é a linha de trabalho que se propõe aqui. Fazem-se precisões metapsicológicas com relação à hipótese de que o que demanda o analista a partir do heterogêneo o confronta com seus próprios limites, com seus aspectos mais vulneráveis, que são referidos ao mais além de seu capital representacional. Analisa-se o tema das identificações e da desmentida e se propõem possíveis vias de reelaboração do que se denomina o heterogêneo.
The interest in analyzing the topic of vulnerability from the analysts perspective arises from the frequent emphasis given, in debates, to the examination of the analysts interventions, that leads to a reconsideration of the neutrality and the ethics that support them. The postulate of an unrepressed unconscious no longer surprises, but it is not always questioned the way it presents itself in the analysts interventions, what made the author suggest that beyond a desire ethic, it is necessary to think about an ethic of the creation of representations in analysis. This is the working line proposed in this paper. Metapsychological accuracy are made in regard to the hypothesis that what demands the analyst from the heterogeneous confronts him with his own limits , with his most vulnerable aspects, which is considered to be beyond his own potential on representation. The paper analyzes issues of identification and of denial and proposes some ways to do the reworking through of the heterogeneous.
El interés por analizar el tema de la vulnerabilidad desde la perspectiva del analista surge de la frecuencia con que, en cada uno de los debates, el análisis de las intervenciones del analista se resalta poniendo en reconsideración la neutralidad y la ética que sustenta las mismas. Ya no escandaliza que se postule un inconsciente no reprimido, pero no siempre se plantea como se hace presente en las intervenciones que realiza el analista, lo que me llevó alguna vez a postular que, además de una ética del deseo, era necesario pensar en una ética de la creación de representaciones en el análisis y esta es la línea de trabajo que propongo en esta ocasión. Hago precisiones metapsicológicas con relación a la hipótesis que lo que demanda al analista desde lo heterogéneo lo enfrenta a sus propios límites, a sus aspectos más vulnerables que ubico en el más allá de su capital representacional. Analizo el tema de las identificaciones y la desmentida y propongo posibles vías de reelaboración de lo que se denomina lo heterogéneo.