RESUMO
Introdução: Algumas patologias pulmonares, sejam difusas ou localizadas, podem não ser diagnosticadas pelos métodos convencionais. A Biópsia com Agulha Guiada por Tomografia Computadorizada (BAG-TC), tornou-se uma ferramenta fundamental para a obtenção de amostras de tecido pulmonar. Mas algumas vezes essa ferramenta pode associar-se a complicações nos pacientes, no caso que os protocolos sejam praticados com erro do procedimento, por isso, este estudo tenta conhecer melhor a experiência no nosso serviço na realização deste procedimento. No Brasil, poucos estudos estão disponíveis ou publicados sobre a realização desta técnica. Além disso, mesmo sendo considerado um procedimento menos invasivo e com seus vários benefícios, de modo geral, é pouco executado no País. Objetivo: Demonstrar a experiência de utilização da BAG-TC no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo (HSPM), analisar os resultados anatomopatológicos, as taxas de complicações e os benefícios associados a essa técnica. Métodos: Análise retrospectiva dos procedimentos realizados em pacientes encaminhados de diversos setores do HSPM, entre Janeiro de 2018 à Dezembro de 2020, por meio de dados coletados a partir de registros próprios, compilados e arquivados em Compact Disc. A técnica utilizada consiste na biópsia por fragmento guiada por TC, padronizada sob anestesia local e utilização de agulha coaxial 19 gauge e agulha de biópsia 20 gauge. Para a análise do desempenho diagnóstico e das taxas de complicações, foram comparados os resultados obtidos com outros estudos que avaliaram a mesma técnica, por meio de análises estatísticas e determinação de porcentagens. Resultados: Foi realizada a análise de 103 registros, nos quais 41% dos procedimentos apresentaram intercorrências, sendo a principal delas intrinsecamente relacionada ao procedimento, como a hemorragia parenquimatosa, que se apresentou em 17,5% dos pacientes. A necessidade de drenagem em pacientes que apresentaram pneumotórax foi de 7,8%. Mostrou-se também um aumento na incidência de complicações no período pós-pandemia de COVID-19, variando de 37% (pré-pandemia) para 58% após o momento que se iniciou. O método apresentou um resultado diagnóstico por anatomia patológica de 67% para neoplasias, 20,3% de pacientes com resultado inflamatório e 11,7% de pacientes apresentaram resultado inespecífico. Conclusões: A biópsia pulmonar guiada por TC é uma modalidade diagnóstica bem definida, contudo faltam dados quanto a desfechos de resultados e estudos que abordem a segurança e eficiência do procedimento. Tornando-se uma solução diagnóstica precisa e segura, permitindo tomadas de decisões certeiras e evitando procedimentos cirúrgicos invasivos ao paciente, diminuindo o tempo de internação do paciente e a necessidade de exames complementares, reduzindo os custos hospitalares. Palavras-chave: Biópsia guiada por imagem; Biópsia por agulha; Lesão pulmonar; Efetividade de intervenções.