RESUMO
O diagnóstico laboratorial precoce de raiva humana deve ser realizado por testes apropriados, visto que a aplicação de protocolos de tratamento médico em indivíduos internados depende dos resultados laboratoriais. O presente estudo analisou os dados referentes aos 560 casos suspeitos de raiva humana submetidos ao diagnóstico virológico no IP-SP entre os anos de 1970 e 2020. Houve um avanço das metodologias laboratoriais, especialmente as moleculares, que passaram a ser essenciais, possibilitando o tratamento de indivíduos expostos, bem como a determinação da fonte de infecção dos casos, fato fundamental para a efetividade de ações de controle em regiões vulneráveis à disseminação da doença. Intervenções no ciclo urbano da raiva, por meio de vacinação de cães e gatos e encaminhamento de amostras para diagnóstico, diminuiram os casos transmitidos por cães, principalmente no Sudeste. Em contrapartida, no mesmo período foi observado um aumento exponencial de casos relacionados ao ciclo silvestre nas regiões Norte (32%) e Nordeste (53,3%), tendo os morcegos como principais transmissores (72%), seguidos dos primatas não humanos (6%) e dos canídeos silvestres (1%). Esses resultados demonstraram a importância do aprimoramento do diagnóstico laboratorial, que é parte essencial na condução de estratégias de controle, bem como de tratamento de indivíduos expostos.
Early laboratory diagnosis of human rabies should be performed by appropriate tests, since the application of medical treatment protocols in hospitalized individuals depends on laboratory results. The present study analyzed the data referring to the 560 suspected cases of human rabies submitted to virological diagnosis in the IP-SP from 1970 to 2020. There has been an advance in laboratory methodologies, especially molecular ones, which have become essential, enabling the treatment of exposed individuals, as well as allowing the determination of the source of infection of cases, a fundamental fact for the effectiveness of control actions in regions vulnerable to the spread of the disease. Interventions in the urban cycle of rabies, through vaccination of dogs and cats and referral of samples for diagnosis decreased the cases transmitted by dogs, especially in the Southeast, on the other hand, an exponential increase of cases was observed in the same period, in the North (32%) and Northeast (53.3%) regions, with cases related to the wild cycle, with bats as the main transmitters (72%), followed by non-human primates (6%), and wild canids (1%). Our results demonstrated the importance of improving laboratory diagnosis, which is an essential part of conducting control strategies as well as the treatment of exposed individuals.
