RESUMO
INTRODUÇÃO: A interação coração-pulmão influenciada pela Ventilação Mecânica (VM), que impacta diretamente no retorno venoso e débito cardíaco através, e não somente, de ajustes da Pressão Positiva Expiratória Final (PEEP) e Pressão média nas vias aéreas (Pmed). Além disso, as pausas inspiratórias para avaliação da mecânica pulmonar interrompem o movimento torácico, pode impactar mais nesta interação. OBJETIVO: Comparar as alterações hemodinâmicas durante os tempos de 0,5 e 2,0 segundos de pausa inspiratória durante as mensurações de mecânica respiratória. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, realizado nas unidades de terapia intensivas de um hospital público de Salvador/BA. Foram incluídos pacientes em uso de VM e acima de 18 anos. Os excluídos foram aqueles que apresentassem instabilidade hemodinâmica e hipoxemia sustentada durante a avaliação. Para caracterização amostral, os pacientes foram divididos em grupos daqueles com e sem afecções pulmonares. Os principais dados coletados e analisados foram PEEP, Pmed, Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão Arterial Diastólica (PAD), Pressão Arterial Média (PAM), Frequência Cardíaca (FC). Para comparação de dados foram utilizados os testes Wilcoxon-Rank e Mann-Whitney para dados pareados e não pareados, respectivamente. RESULTADOS: Foram incluídos 37 pacientes, mediana de idade 63 anos, 19 (51,4%) do sexo masculino, 30 (81,1%) com diagnóstico admissional de natureza clínica. Não foram identificadas alterações hemodinâmicas estatisticamente significantes entre os tempos de pausa inspiratória de 0,5 e 2,0 segundos nas variáveis PAS (p=0,99), PAD (p=0,11), PAM (p=0,29) e FC (p=0,25). CONCLUSÃO: Não foram identificadas variações hemodinâmicas durante as mensurações da mecânica respiratória nas pausas de 0,5 e 2,0 segundos.
INTRODUCTION: The heart-lung interaction is influenced by Mechanical Ventilation (MV), which directly impacts venous return and cardiac output through, but not limited to, adjustments in Positive End-Expiratory Pressure (PEEP) and mean airway pressure (Pmean). Additionally, inspiratory pauses for the assessment of pulmonary mechanics interrupt thoracic movement, potentially further impacting this interaction. OBJECTIVE: To compare hemodynamic changes during 0.5 and 2.0-second inspiratory pauses during respiratory mechanics measurements. METHODS: This is a cross-sectional study conducted in the intensive care units of a hospital in Salvador/BA. Patients on MV and over 18 years old were included. Exclusions were made for those with hemodynamic instability and sustained hypoxemia during the evaluation. For sample characterization, patients were divided into groups with and without pulmonary conditions. The main data collected and analyzed were PEEP, Pmean, Systolic Blood Pressure (SBP), Diastolic Blood Pressure (DBP), Mean Arterial Pressure (MAP), and Heart Rate (HR). For data comparison, Wilcoxon-Rank and Mann-Whitney tests were used for paired and unpaired data, respectively. RESULTS: Thirty-seven patients were included, with a median age of 63 years, 19 (51.4%) males, and 30 (81.1%) with an admission diagnosis of a clinical nature. No statistically significant hemodynamic changes were identified between the 0.5 and 2.0-second inspiratory pause times in the variables SBP (p=0.99), DBP (p=0.11), MAP (p=0.29), and HR (p=0.25). CONCLUSION: No hemodynamic variations were identified during respiratory mechanics measurements at 0.5 and 2.0-second inspiratory pauses.