RESUMO
Este artigo, síntese do trabalho de conclusão da Residência Integrada em Saúde do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), tem o intuito de compreender o lugar, considerando os efeitos, os limites e as potencialidades da atuação não legitimada, em termos de políticas de saúde, de psicólogos que integram equipes de Saúde da Família, e atuam diretamente em unidades do serviço de Atenção Primária em Saúde (APS) do GHC. A discussão do tema parte de cenário teórico composto por atravessamentos essenciais, como: concepção ampliada de saúde, princípios do Sistema Único de Saúde e da APS, sua articulação com a Saúde Mental(SM). Assim, foi realizado um estudo exploratório com metodologia qualitativa, tendo como instrumentos diário de campo e entrevistas semiestruturadas com nove psicólogas do Serviço de Saúde Comunitária (SSC) do GHC. O material produzido foi analisado através da hermenêutica dialética e análise de implicação, tendo como fio condutor os objetivos do estudo e o campo conceitual trabalhado. Dentre outras questões, foram trazidas dificuldades na diferenciação entre psicologia e SM, sendo a primeira tida como especialidade em muitas situações. Quanto ao exercício dessa prática na APS, a proximidade com a comunidade e o fazer conjunto com a equipe foram consideradas grandes potencialidades, já a falta de legitimação nas políticas de saúde foi entendida como uma dificuldade. Mesmo sem essa legitimação, entretanto, a maioria sente-se à vontade para ocupar este lugar. A elaboração de diretriz para psicologia e/ou saúde mental no SSC/GHC foi considerada um dispositivo importante para maior efetividade do trabalho desse profissional neste serviço
