RESUMO
Objetivo: Avaliar o perfil lipídico de escolares de baixa renda em sua relação com a obesidade. Metodologia: A população em estudo foi composta por 257 escolares, com idade entre 3 e 14 anos, freqüentadores de instituições chamadas COMBEMI, no município de Itajaí-SC. Dados socioeconômicos foram coletados para a caracterização da amostra. As concentrações lipídicas de colesterol total (CT), frações HDL-c (lipoproteína de alta densidade) e LDL-c (lipoproteína de baixa densidade) e triglicerídio (TGL) foram determinadas e avaliadas segundo os pontos de corte propostos pelas III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias. A condição de obesidade foi estabelecida entre os escolares, por meio do índice peso/estatura, em escore z, nas crianças, e do índice de Massa Corporal, em percentis, nos adolescentes, sendo os pontos de corte maior que 2 e maior que o percentil 95, respectivamente. Os dados foram analisados segundo teste t de Student, Mann-Whitney e Qui-quadrado. A associação entre dislipidemias e obesidade foi avaliada por meio da odds ratio. Resultados: A renda per capta média foi de R$ 86,65. As médias de CT, TGL, HDL-c e LDL-c foram 145,61, 82 e 49 mg/dl, respectivamente. A hipercolesterolemia esteve presente em 3,1 por cento da amostra, hipertrigliceridemia em 4,7 por cento, LDL-c elevado a 6,6 por cento e inadequados níveis de HDL-c em 17,9 por cento. O percentual de obesidade encontrado foi de 7,4 por cento nos escolares. Diferenças entre sexos não foram observadas. Os níveis de HDL-c baixo associaram-se de maneira significante com a presença de obesidade (OR: 3,27 IC= 1,08-9,74). Conclusão: Os resultados apontam para um perfil lipídico diferenciado, com médias inferiores se comparados aos da literatura, sendo apenas a lipoproteína HDL-c associada à presença de obesidade entre escolares de baixa renda.